A narcolepsia é um distúrbio do sono que, além de afetar a qualidade de vida dos pacientes, pode causar graves acidentes. Essa doença neurológica se caracteriza por ataques de sono em que o indivíduo pode dormir repentinamente em diversas situações, como, por exemplo, quando está ao volante, conversando com alguém, fazendo uma prova. Sem um acompanhamento médico, a sonolência excessiva durante o dia pode se tornar uma barreira para o desenvolvimento profissional e pessoal do acometido.

O que é narcolepsia?

Essa doença neurológica se manifesta por meio de crises intensas de sono durante o dia, independente de o indivíduo ter dormido bem durante a noite ou não. A pessoa afetada por esse distúrbio perde o controle do sono ou vigília, podendo adormecer subitamente, em qualquer lugar. Nesse caso, é difícil manter-se alerta e, quando a sensação de sonolência surge, é impossível resistir a ela.

É uma condição crônica que, embora até o momento não tenha cura, pode ser perfeitamente controlada com acompanhamento médico. Inclusive, vale dizer que o suporte de profissionais é algo bastante relevante para a preservação da integridade física do afetado, especialmente nos casos de motoristas e outras profissões que demandam constante atenção.

Quais são as causas da narcolepsia?

Os especialistas ainda estão investigando o que causa essa disfunção neurológica e identificaram alguns potenciais fatores, como distúrbios do sono REM (rapid eyes movement). O mais provável é que a narcolepsia seja resultante da redução de uma substância conhecida como hipocretina e que é produzido pelo hipotálamo.

A função dessa substância é fazer o controle do estado de sono, vigília e apetite. A condição de sonolência excessiva atinge uma a cada duas mil pessoas, sem prevalência de sexo. Normalmente, os sintomas aparecem na adolescência ou início da vida adulta, porém, há registros de casos de mulheres que foram afetadas após a menopausa.

Principais sintomas da narcolepsia

A seguir, você poderá conferir os principais sintomas desse distúrbio neurológico.

Sonolência excessiva durante o dia: o narcoléptico pode ser acometido por ataques intensos de sono que o tornam incapaz de se manter alerta em médio e longo prazo, levando-o a dormir independente da situação em que esteja.

Catalepsia: caracteriza-se por uma fraqueza muscular súbita que pode se concentrar apenas em um grupo de músculos (do rosto, das coxas ou do pescoço, por exemplo) ou no corpo como um todo, causando até mesmo quedas. Esse é um sintoma que se manifesta entre 60 e 90% dos narcolépticos e pode afetar a fala do indivíduo também. Normalmente, esses episódios são desencadeados por ações emocionais, como rir demais ou levar um susto.

Perda de qualidade do sono noturno: alguns afetados por esse distúrbio podem ter problemas para ter um sono verdadeiramente reparador, acordando diversas vezes ao longo da noite.

Paralisia do sono: situação em que a mente está desperta, mas o corpo ainda não. Dessa forma, o indivíduo não consegue se mover e nem falar durante alguns segundos, o que pode causar pânico, falta de ar e crises de pânico, entre outros problemas.

Alucinações: pelo fato de o narcoléptico acordar e dormir muito rapidamente, pode ser afetado por alucinações decorrentes do entrelaçamento da realidade e o conteúdo dos seus sonhos. Nesse curto espaço de tempo, o indivíduo pode viver momentos de intenso terror.

Como a narcolepsia pode afetar meu sono?

Embora não seja uma constante em todos os narcolépticos, pode acontecer de o sono noturno ser prejudicado por uma eventual fragmentação. Além disso, o paciente que não está sob tratamento pode adormecer em qualquer lugar e a qualquer hora, colocando em risco a sua integridade e a daqueles que o cercam, sendo imprescindível procurar ajuda médica. Novamente ressalto que é uma condição que pode ser controlada, os narcolépticos podem ter uma vida normal.

Quem pode diagnosticar a narcolepsia?

Ao identificar sintomas de distúrbios do sono, o indivíduo deve procurar um neurologista, psiquiatra ou médico do sono, esses especialistas poderão solicitar exames laboratoriais para investigar as causas do problema em questão.

O diagnóstico preciso demanda, ainda, a avaliação de histórico da vida do paciente e da sua família, assim como alguns testes físicos. Somente um especialista pode fazer o correto diagnóstico e indicação do tratamento mais pertinente para cada indivíduo.

Curiosidades sobre a narcolepsia

Além de todas as informações que compartilhei até aqui, existem algumas curiosidades sobre esse distúrbio, confira!

  • A narcolepsia afeta cerca duzentas mil pessoas nos Estados Unidos, no Brasil, os números não chegam a cento e cinquenta mil. No mundo, existem aproximadamente três milhões de narcolépticos;
  • Estima-se que apenas 25% das pessoas que possuem narcolepsia tenham sido diagnosticadas e estejam recebendo o tratamento correto;
  • Os sintomas geralmente começam a se manifestar entre os 10 e 30 anos de idade, embora possam ocorrer em qualquer fase da vida;
  • Pode ser difícil de diagnosticar porque alguns de seus sintomas, como é o caso da fadiga, são comuns a muitas condições. O tempo médio entre o aparecimento dos sintomas e o diagnóstico costuma ser de sete anos;
  • O diagnóstico incorreto é um tanto quanto comum. Um estudo recente concluiu que cerca de 60% dos pacientes participantes recebeu um diagnóstico equivocado. Os problemas que elas realmente apresentavam incluíam insônia e apneia obstrutiva do sono.

Tratamento da narcolepsia

A narcolepsia tem tratamento, o que, além de oferecer mais segurança para o paciente, também melhora a sua qualidade de vida. Os métodos empregados para o controle dos sintomas incluem a adoção de uma dieta balanceada, a prática de atividades físicas regularmente, uso de medicamentos recomendados por um especialista e mudanças na rotina para que o sono noturno seja mais satisfatório.

O diagnóstico e controle da doença contribuem também para melhoras no âmbito social da vida do paciente. Pessoas que sofrem desse distúrbio sem o conhecimento desse fato podem ser vistas como preguiçosas e dorminhocas. Em longo prazo, as quedas súbitas no sono podem afetar a autoestima do indivíduo, tanto no seu trabalho como em suas relações pessoais. A narcolepsia é uma doença que tem tratamento não precisando causar obstáculos na vida dos afetados.

Você já tinha ouvido falar a respeito da narcolepsia? Já apresentou algum dos sintomas ou conhece alguém que os apresente? Deixe o seu comentário abaixo compartilhando a sua experiência. 

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