Os amores que doem podem causar um grande abalo emocional naqueles que os vivenciam. Algumas pessoas chegam a desenvolver quadros depressivos devido ao sofrimento ao qual são expostas. Contudo, ainda assim, muitas podem ter grande dificuldade de identificar o problema e superar esse amor que apenas machuca e faz mal. Refletir a respeito é importante para que entenda todo o contexto envolvido e possa perceber caso esteja alimentando esse tipo de sentimento.
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O que são amores que doem?
O principal objetivo de um relacionamento amoroso deveria ser gerar felicidade e satisfação para as duas partes envolvidas, note que disse deveria, pois nem sempre é isso o que acontece. Alguns relacionamentos se tornam grandes motivadores de grande dor e sofrimento, porém, ainda assim, o indivíduo que está infeliz pode não querer sair dessa situação, por se sentir dependente do ser amado.
Em geral, esse apego a um relacionamento ruim está ligado ao medo de ficar sozinho. Mesmo que no dia a dia a relação seja pautada por cenas de ciúmes sem limite, violência física e/ou verbal, constantes agressões psicológicas, entre outras situações desagradáveis, ainda há o desejo de se manter no que é estável e conhecido. É bem comum que a pessoa inserida nesse contexto tenha autoestima baixa e acredite que passe por todas essas situações porque merece.
É como se o outro tivesse aval para agir de modo desrespeitoso porque está fazendo um favor de se manter nessa relação. E esse pensamento é totalmente equivocado, visto que todos têm o direito de amarem e serem amados por quem são, com suas qualidades e pontos a desenvolver. Ninguém faz um favor por estar ao lado de outra pessoa, pois a base de um relacionamento saudável é exatamente a troca, ambos precisam se doar e receber o amor um do outro.
Amar deve ser algo saudável
Quem se encontra em um relacionamento de amor dolorido não consegue compreender que amar deve ser algo prazeroso e saudável. Estar com alguém deve gerar alegria em sua vida, jamais ser motivo para ter pensamentos ruins sobre si mesmo e nem se manter em uma posição de sempre ceder aos caprichos do outro. Pessoas que se amam se tornam cúmplices e aliadas para que cheguem juntas à felicidade plena.
Vale lembrar que desentendimentos são totalmente naturais e fazem parte das relações humanas de uma maneira geral. Casais podem ter divergências e discutirem para chegar a um ponto em comum, contudo, isso deve acontecer sempre de modo respeitoso, sem agressividade. Ficar triste vez ou outra porque se desentendeu com o seu par é normal, o que não pode acontecer é isso se tornar o padrão e os momentos de harmonia virarem algo raro.
Amar demais gera frustração
O amor precisa ter medida, quando ultrapassa certo limite torna o indivíduo irritado e frustrado com o relacionamento que jamais será o que ele imagina. As pessoas precisam observar com mais atenção qual é o estado predominante de seu humor em relação à outra pessoa. Se uma das partes está constantemente mal humorada, é um sinal de que algo não está como deveria.
Outro fator que pode demonstrar um amor demasiadamente intenso de uma das partes é a ideia de poder mudar o comportamento de quem se ama. Esse tipo de atitude vai minando a relação e criando bases para a instalação de um amor que dói e que deixa marcas profundas. Quando o sentimento é saudável não existe o desejo de mudar a outra pessoa e sim de evoluir ao lado dela, mas sempre respeitando a essência do indivíduo.
Amor não é sofrimento
Por mais curioso que pareça, algumas pessoas só sabem amar sofrendo, chegam, inclusive, a duvidar dos próprios sentimentos quando acham que não há sofrimento suficiente, como se isso fosse menos emocionante ou romântico. E é necessário dizer que o amor não é um sentimento irmão da dor ou pelo menos não deve ser.
Se quando avalia o seu histórico de relacionamentos amorosos você detecta que passa muito mais tempo em situações emocionalmente degradantes, deve ficar alerta para um padrão que aos poucos se torna destrutivo. Saiba que uma relação saudável é aquela em que há respeito, carinho e o desejo de ver o outro feliz. Qualquer coisa que se diferencie disso não é amor.
Você tem medo da solidão?
A melhor forma de identificar se está vivendo um amor dolorido é perceber se você se coloca nessa situação pelo medo de ficar sozinho. Pode soar como um clichê, mas é absolutamente real, primeiro você deve se sentir confortável consigo mesmo para somente então deixar outra pessoa entrar em sua vida. O fortalecimento da autoestima é a base para construir relações com mais chances de se tornarem duradouras.
Aquele que se ama de verdade não deixa que outra pessoa abale o seu bem-estar. Então, pense sobre como você se sente quando está sozinho, se fica em paz consigo mesmo ou tem um desejo desesperado de encontrar outra pessoa para preencher um vazio que, na verdade, não pode ser sanado por um terceiro. Lembre-se que não tem como amar alguém de forma saudável quando não se tem verdadeiro amor por si mesmo.
Buscando ajuda
Você percebeu ao longo deste artigo que vive constantemente em situações amorosas delicadas e que te causam grande sofrimento? Se sim, é interessante que pense na possibilidade de procurar ajuda psicológica. Assim, através de um tratamento com um profissional, você terá a chance de discutir e encontrar o fator desencadeante desse comportamento nocivo.
A partir dessa mudança significativa, ficará mais simples buscar relacionamentos mais saudáveis no futuro. Para muitas pessoas, os relacionamentos amorosos se tornam uma espécie de curativo para manter as suas dores emocionais escondidas. E não dá para projetar a sua felicidade em outra pessoa, o que se pode fazer é construir uma base sólida em conjunto.
O amor não é e nem nunca deve ser doloroso. Se você percebe que tem algo errado no seu relacionamento, vale a pena reavaliar a necessidade de se manter nele e buscar se conhecer, para que entenda o que te motivou a embarcar em um sentimento assim. Quanto mais entender o que se passa em seu interior, mais rapidamente conseguirá identificar situações ruins e se libertar delas.
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