O livro “O Mito do Empreendedor” de Michael Gerber, tornou-se um dos principais best-sellers de empreendedorismo por abordar uma questão essencial para a sobrevivência de empresas de diferentes segmentos, a mentalidade do dono. A forma como o empreendedor organiza e investe seu tempo no dia a dia da companhia é determinante para a sua consolidação, sucesso e crescimento.
Provavelmente você conhece algum exemplo de empresa que tinha tudo para dar certo, mas fechou as portas inesperadamente poucos anos após ter sido aberta. Independentemente do quanto o proprietário tenha de conhecimento técnico de sua área de atuação, precisa ser um bom gestor e ter a alma de empreendedor. Continue lendo para conhecer as principais lições que esse livro oferece.
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7 Lições do livro O Mito do Empreendedor para colocar em prática no seu negócio
O grande mito que dá nome ao livro de Gerber é o de que o empreendedor é uma pessoa iluminada com o nobre objetivo de tornar o mundo um lugar melhor. O autor destaca que, em geral, as empresas são criadas por profissionais com amplo conhecimento técnico em sua área de atuação e que não desejam mais ter um chefe. Logo, são pessoas com amplo conhecimento técnico, mas pouco ou nenhum conhecimento de administração empresarial.
Partindo dessa definição o autor do best-seller oferece importantes lições para obter sucesso como empreendedor, confira as principais abaixo.
1 – Conhecimento técnico x Administração do negócio
O grande erro que um empresário pode cometer é não saber diferenciar o conhecimento técnico do conhecimento de administração da empresa. São dois tópicos distintos que se complementam para a consolidação no mercado. Acreditar que por ser o melhor cabeleireiro ou o melhor marceneiro da sua região já está habilitado para administrar uma empresa nesses setores é um grande erro.
Inclusive, Gerber menciona que ser altamente qualificado do ponto de vista técnico pode se tornar um ônus com o passar do tempo, pois o dono da empresa precisa ser também um excelente gestor e ter alma empreendedora. No decorrer da trajetória, o empresário técnico pode se desiludir por entender que o verdadeiro valor não está realização técnica do trabalho e sim na construção do modelo de negócio.
2 – Três perfis que se complementam
No livro “O Mito do Empreendedor”, o autor descreve a existência de três perfis que devem coexistir no proprietário de uma empresa para alcançar o sucesso:
Perfil empreendedor
Possui excelente visão do negócio, criando oportunidades de crescimento a partir de situações triviais. O foco do empreendedor está no futuro. Geralmente, os donos de empresa de primeira viagem apresentam 10% desse perfil.
Perfil gestor
É o perfil pragmático que se ocupa de criar e ordenar sistemas para que a companhia possa exercer suas atividades com assertividade. Seu foco está no passado e tem grande apego ao status quo. No início da empreitada empreendedora os donos de negócios costumam ter 20% desse perfil.
Perfil técnico
Dentre os três perfis é o que oferece resultados na prática, aquele que executa. Seu foco está no presente e não gosta de ter seu trabalho interrompido. Os empresários em começo de trajetória costuma ter 70% desse perfil.
O ideal para ser bem-sucedido no mercado é ter 33% de cada um dos perfis, o equilíbrio entre pensar no futuro, produzir no presente e analisar o passado.
3 – As três fases das empresas
Seguindo nas lições cruciais para o sucesso de empresas de setores variados, Gerber, fala sobre as três fases pelas quais toda companhia passa (Infância, Expansão e Maturidade) e a relevância de saber quando sair de uma para outra. A infância das empresas se caracteriza por forte perfil técnico.
A transição para a expansão se dá quando se torna imprescindível adicionar mais conhecimentos de gestão para o bom funcionamento do negócio. Para alcançar a maturidade com estabilidade é fundamental que o dono da empresa tenha alma empreendedora, ou seja, que consiga estabelecer uma visão inovadora para seu negócio.
4 – Saindo da zona de conforto para chegar à maturidade
Cada uma das etapas mencionadas acima apresenta suas próprias necessidades. Na infância, o técnico é responsável por fazer tudo e na expansão se chega a uma zona de conforto com responsabilidades limitadas. Para que o empreendimento chegue à etapa de maturidade é necessário que o proprietário esteja pronto para assumir novas responsabilidades e estabelecer um modelo de negócios sólido. O empresário precisa ter uma visão clara de como atuar para o crescimento.
5 – Mudança de questionamentos
O empresário que chega ao estágio de maturidade muda as perguntas relativas à atuação de sua empresa no mercado. Ao invés de pensar em qual trabalho precisa ser feito, ele se questiona a respeito de como esse trabalho funciona. A forma como a receita será gerada dá lugar para o pensamento de como chegar ao lucro.
Pensar em como a empresa estará no futuro se torna mais relevante do que replicar o presente. Conhecer o todo da operação da companhia é colocado à frente de conhecer a forma de operação de cada parte. A visão do futuro é considerada bem mais do que o modelo de sucesso do presente. Uma empresa madura coloca o cliente como o centro das atenções e não a estratégia do negócio.
6 – Modelo de negócios
Definir um modelo de negócios considerando sua eventual replicação no futuro, como uma franquia, é uma forma de assegurar sua sustentabilidade. Para que seu empreendimento possa ser bem sucedido é válido focar nas três atividades essenciais:
Inovação: desenvolvimento de novas metodologias para atender as demandas dos consumidores gerando valor.
Quantificação: usar métricas para determinar quanto retorno as ações de inovação gerou.
Orquestração: a partir da validação da inovação e quantificação atuar de maneira a remover complexidades operacionais.
7 – Planejamento em 7 etapas
Esse livro ensina que é fundamental estruturar a empresa em 7 etapas de desenvolvimento que são:
1 – Objetivo principal
Quem o empreendedor deseja ser na vida.
2 – Objetivos estratégicos
Determinação de padrões e métricas para mensurar o sucesso.
3 – Estratégia Organizacional
Mapa de funções e objetivos de cada cargo.
4 – Estratégia de gestão
Determinação de sistemas de gestão para controlar as diferentes áreas da empresa.
5 – Estratégia de pessoas
Desenvolvimento de ambiente salutar para ter funcionários comprometidos.
6 – Estratégia de marketing
Entendimento completo de quem é o cliente da sua empresa e como chegar ao seu coração.
7 – Estratégia de sistemas
É essencial ter sinergia entre os três sistemas base:
- Sistemas físicos – Itens como computador, maquinário, material de escritório etc.
- Sistemas maleáveis – Colaboradores, arquivos, documentos etc.
- Sistemas de informação – Análise da interação entre sistemas físicos e maleáveis.
O livro “O Mito do Empreendedor” é uma excelente leitura para quem já empreende ou deseja abrir seu próprio negócio!