Você se considera alguém ciumento ou invejoso? Já teve que lidar com alguém com essas características no ambiente de trabalho? Esses dois sentimentos podem ser bastante problemáticos em qualquer área da vida, e não é diferente na vida profissional.

Neste artigo, você compreenderá as diferenças entre ciúme e inveja, como eles ocorrem na vida empresarial e o que é possível fazer para amenizar suas terríveis consequências. Preparado? Então, siga em frente e boa leitura!

O que é o ciúme?

O ciúme é um sentimento primitivo que afeta todo e qualquer ser humano e até mesmo alguns animais mais evoluídos. O ciúme surge em qualquer indivíduo que estabeleça uma relação de afeto com outro. Ninguém escolhe sentir o ciúme, mas ele se manifesta quando a pessoa pela qual nutrimos um grande afeto direciona a sua atenção a outra pessoa ou objeto.

Algumas pessoas são naturalmente mais ciumentas do que outras. Isso acontece porque o ciúme, como qualquer emoção, tem intensidade variável. No entanto, não podemos nos esquecer jamais de que somos seres racionais e que, portanto, somos capazes de administrar nossas atitudes em relação àquilo que sentimos.

Alguns indivíduos podem encontrar maior dificuldade em controlar esse impulso primário. Quando isso acontece, eles podem expressar seu ciúme de maneiras bem desagradáveis. Essa forma de reagir ao sentimento varia de acordo com a personalidade do indivíduo, com o seu grau de maturidade e com o momento que estiver vivendo.

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O que é a inveja?

A inveja é um sentimento um pouco mais complexo do que o ciúme, pois extrapola o campo afetivo, impactando diferentes áreas da vida. Esse sentimento pode ser definido como um desejo que uma pessoa possui de ser como o outro é, ou de ter o que o outro tem. Todo e qualquer ser humano já teve, em maior ou menor grau, algum episódio desse sentimento.

Existe a chamada “inveja boa”, em que um indivíduo admira as qualidades de uma pessoa, mas não deseja ser essa pessoa. Essa admiração apenas o leva a tornar-se também alguém melhor, desenvolvendo as qualidades que tanto deseja ter, mas sem estabelecer uma relação de competição com a outra pessoa. Nesse caso, a inveja torna-se inspiração.

Contudo, não podemos nos esquecer de que a inveja também pode manifestar-se de forma mais destrutiva. Algumas pessoas, geralmente com baixa autoestima, têm inveja de outras em diferentes áreas da vida: inveja do emprego, inveja do salário, inveja da casa, inveja da viagem, inveja das roupas, inveja do namorado, inveja dos amigos, inveja da família, inveja do corpo, e por aí vai.

Em vez de fazer com que as pessoas foquem no próprio progresso, a inveja leva o indivíduo a concentrar-se no desejo de que o outro perca aquilo que tem de bom. É um sentimento destrutivo, que, acompanhado pela raiva, pode levar as pessoas a cometerem atos deliberados no sentido de prejudicar o outro.

Como esses sentimentos afetam a vida profissional?

O ambiente de trabalho é um lugar em que cada indivíduo precisa demonstrar competências e habilidades para que possa crescer. Quando alguém é bem-sucedido num projeto, pode obter um cargo mais alto ou um aumento salarial, por exemplo.

Além disso, esse ambiente também leva as pessoas a lidarem, diariamente, com seus medos e fragilidades. Cada indivíduo conhece suas forças e seus pontos que ainda precisam de maiores desenvolvimentos. No entanto, quando observamos algum colega crescendo mais do que nós, pode surgir a sensação de que estamos “ficando para trás”, ou seja, a inveja daquele profissional.

Como citamos anteriormente, cargos, salários, lideranças de projetos, competências específicas e até mesmo o vínculo estabelecido com o chefe podem ser motivos de ciúme ou de inveja. Como o ambiente profissional é marcado por uma competitividade cada vez maior, é natural que esses sentimentos ocorram em sua forma destrutiva.

Quando isso acontece, o clima organizacional e a própria produtividade da empresa ficam muito prejudicados. A competição saudável, em âmbito profissional, dá lugar a uma competição extremamente negativa, que não raro torna-se uma questão pessoal. Assim, os envolvidos gastam tanta energia tentando prejudicar um ao outro que os objetivos da empresa ficam em segundo plano, prejudicando completamente o desempenho organizacional.

3 dicas para amenizar a inveja e o ciúme na vida profissional

A seguir, você confere três dicas sobre o que é possível fazer no ambiente corporativo para evitar que o ciúme e a inveja surjam entre os seus colaboradores.

1. Autoconhecimento de cada funcionário

Pensamentos geram sentimentos, que geram comportamentos. Isso quer dizer que qualquer ação destrutiva que uma pessoa faz na direção do outro teve início com um pensamento inadequado. O autoconhecimento é o fator que nos permite compreender aquilo que estamos sentindo, de modo que possamos administrar a intensidade desse sentimento e canalizá-lo para uma atitude produtiva.

Indivíduos com pouco autoconhecimento não compreendem a origem de seus sentimentos e, por isso, começam a enxergar no outro um inimigo. Acreditam que, se um colega foi promovido, isso aconteceu porque ele tem amizade com o chefe ou porque todos têm uma preferência por ele. O ciumento/invejoso não entende que ele pode ter sido promovido simplesmente por ter desempenhado um bom trabalho, o que não quer dizer que os outros também não estejam sendo observados e reconhecidos.

A falta de autoconhecimento produz atitudes inadequadas na gestão dos sentimentos e, frequentemente, gera baixa autoestima. Se uma pessoa não conhece a si mesma, ela não enxerga suas qualidades e defeitos e, consequentemente, culpa os outros pelos seus insucessos. Por isso, o coaching e a psicoterapia têm sido tão divulgados como ferramentas de autoconhecimento, inclusive para a vida profissional. Ambos ajudam líderes e funcionários a lidarem com esses sentimentos tão destrutivos.

2. Liderança transparente

Para evitar que a inveja e o ciúme se manifestem nas empresas, os líderes também têm um papel importante. Eles não devem demonstrar preferências por determinados funcionários, nem dar um tratamento mais rígido a outros. É claro que a imparcialidade completa é algo praticamente impossível, mas o líder precisa definir parâmetros que orientem sua conduta.

Prêmios e punições precisam ter critérios justos, isto é, que sejam iguais para todos os funcionários. Além disso, é preciso comunicá-los desses critérios, de modo que ninguém alegue desconhecimento. Líderes que deixam as regras do jogo bem claras tratam seus funcionários com justiça, não dando espaço para que a inveja e o ciúme surjam.

3. Feedback constante

O feedback é o momento em que um líder avalia o desempenho de seu funcionário, comunicando-lhe de suas forças e de seus pontos que ainda precisam de mais desenvolvimento. Além de ser um aspecto crucial para a própria produtividade da empresa, ele também estimula dois fatores essenciais na prevenção às atitudes invejosas e ciumentas: o autoconhecimento e a autoestima.

Quando um funcionário sabe como o seu trabalho está sendo visto por seus líderes, ele saberá o que está indo bem e o que pode melhorar. Assim, ele terá uma noção mais precisa sobre o quão próximo ele está de uma promoção, por exemplo. Isso evita aquele pensamento do tipo: “fulano só foi promovido porque é amiguinho do chefe”. O feedback permite que cada funcionário saiba como está sendo avaliado, evitando esse tipo de acusação.

Por fim, o feedback também é importante para reforçar uma gestão transparente, um bom relacionamento com chefes e colegas, a autoestima e também o senso de importância do funcionário para a organização. Dessa forma, não haverá espaço para que a inveja e o ciúme surjam.

Que este artigo tenha sido útil para você compreender as diferenças entre o ciúme e a inveja, entender como esses sentimentos se manifestam no ambiente de trabalho e descobrir o que é possível fazer para evitar que esses sentimentos destrutivos venham à tona.

E você, como tem enfrentado a inveja e o ciúme em sua empresa? O que tem feito para administrar esses sentimentos dentro de si? Deixe seu comentário no espaço abaixo e não se esqueça de compartilhar este artigo em suas redes sociais, de modo que mais pessoas possam descobrir como trabalhar seus sentimentos de forma mais inteligente.