A vida profissional demanda o desenvolvimento de diferentes competências, habilidades e atitudes. Entre elas, uma que tem ganhado bastante relevância nos últimos tempos é a autenticidade, ou seja, a capacidade que um indivíduo tem de ser ele mesmo, expressando a sua identidade com liberdade, sem se anular apenas para se “encaixar” em um determinado ambiente.
Neste artigo, você conferirá alguns motivos para que sejamos mais autênticos no exercício da nossa profissão e também alguns cuidados que devemos ter nessa iniciativa, sem “forçar a barra”. Siga em frente e tenha uma boa leitura!
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A autenticidade e o medo de ser quem é no trabalho
“Seja você mesmo” é um conselho que todo mundo já ouviu, inclusive já o utilizamos em algumas ocasiões aqui no blog. Todavia, ser autêntico não é algo assim tão simples.
Na sociedade em geral, mas especialmente no ambiente de trabalho, os indivíduos passam por um fenômeno que a psicologia chama de “encobrimento”. Esse fenômeno consiste no fato de as pessoas encobrirem certos traços de sua personalidade, opiniões, crenças e fatos sobre suas vidas, por conta do medo de serem consideradas diferentes.
Como o ser humano é um ser social por natureza, pertencer a um grupo é importante para ele. O problema é que isso depende da aceitação do outro, o que promove o encobrimento, já que ser diferente provoca o medo da rejeição. Assim, os indivíduos acabam por promover diversos ajustes em si mesmos para que se “encaixem” no ambiente onde estão inseridos, o que inclui as empresas em que trabalham.
Desenvolver a autenticidade, contudo, significa seguir na contramão desse processo. É um ato de coragem, mas muito benéfico, pois permite que as pessoas expressem a sua identidade e aprendam a conviver com as diferenças, o que é essencial no trabalho e na sociedade.
Por que precisamos ser autênticos na vida profissional?
Na sequência, você conferirá 5 motivos para que você seja você mesmo em seu ambiente de trabalho. Confira.
1. Segurança psicológica e autoconfiança
Omitir diversos aspectos da sua identidade e até mesmo fingir ser alguém que não é são atitudes extremamente cansativas do ponto de vista mental. Pessoas adoecem quando não se permitem ser quem são. Por isso, viver em um ambiente em que o indivíduo pode mostrar o seu ser, sem medo de ser julgado, oferece segurança psicológica.
No trabalho, essa sensação é especialmente benéfica, pois permite que o profissional seja mais autoconfiante para realizar as suas atividades. Além disso, ele se tornará mais corajoso para dar as suas opiniões, para tomar decisões, para assumir riscos calculados e para agir de forma criativa.
2. Sociabilidade e bom relacionamento interpessoal
Quando as pessoas vivem nesse estado de segurança psicológica, elas sabem que não serão julgadas, ao mesmo tempo em que compreendem que não devem julgar quem convive com elas. Essa atmosfera de liberdade e tolerância facilita a conexão entre os colegas de trabalho.
Dessa forma, as pessoas que trabalham numa mesma equipe não hesitam em buscar auxílio umas nas outras, em dar sugestões, em dialogar para resolver ou prevenir problemas, em tirar dúvidas, em compartilhar os seus saberes e em construir relações de afeto e amizade. Essas medidas possibilitam que a produtividade da equipe seja beneficiada e que um clima organizacional harmônico seja construído.
3.Eficiência, criatividade e inovação
Algumas pesquisas recentes têm apontado que os ambientes de trabalho que permitem que as pessoas sejam elas mesmas favorecem a eficiência e a criatividade nas atividades. Como as pessoas não têm medo de ser autênticas nesses ambientes, elas trocam ideias e sugestões com mais liberdade, o que favorece o surgimento de ideias criativas e inovadoras.
Soma-se a isso o fato de que elas trabalham mais motivadas, já que não precisam omitir ou modificar determinados traços do seu ser. Isso aumenta consideravelmente a sua produtividade, pois quem trabalha com liberdade, trabalha mais e melhor!
4.Diversidade
Quando uma organização abraça e promove essa cultura da autenticidade, ela automaticamente favorece a diversidade. Os profissionais se sentirão livres para ser quem são e, com isso, a empresa certamente identificará a diversidade de perfis que compõe o seu quadro de funcionários.
Lidar com as diferenças é um desafio social com que todo ser humano deve aprender a lidar diariamente. No entanto, mesmo que isso seja desafiador, a diversidade também traz as suas vantagens, pois as diferenças são o que enriquece um grupo.
Se todos souberem as mesmas coisas e agirem da mesma forma, certamente não teremos soluções tão criativas e eficazes. Aliás, estudos têm indicado que as empresas mais inclusivas obtêm receitas maiores e mais competência para alcançar os seus objetivos financeiros.
5. Lideranças mais competentes
A autenticidade não é um fator que beneficia apenas os funcionários das equipes, mas também os líderes das organizações. Também é importante que um líder possa ser ele mesmo. A autenticidade em um líder o torna mais corajoso e confiante para tomar decisões — o que é rotina na vida de quem ocupa essa posição.
Isso faz do líder alguém mais ágil e criativo na solução e na prevenção dos problemas do seu departamento. Além do mais, ele também se torna mais enérgico e competente na solução dos conflitos entre os seus colaboradores. Portanto, a eficiência do líder inspira e otimiza o desempenho dos demais funcionários.
Ser autêntico, mas sem forçar a barra!
De fato, ser autêntico facilita a vida no ambiente de trabalho, mas desenvolver essa característica não é um processo assim tão fácil. Em primeiro lugar, é importante que a empresa construa essa cultura de segurança psicológica que permite às pessoas serem elas mesmas. Por isso, o exemplo precisa vir dos líderes, que devem expressar a sua identidade e incentivar que os outros também o façam.
Esse incentivo, no entanto, não deve ser confundido com pressão. Nenhum funcionário deve se sentir pressionado a revelar o seu ser. Pode ser que, por uma escolha pessoal, ele prefira omitir determinados traços da sua personalidade.
Estimular a autenticidade não é forçar ninguém a nada, mas apenas mostrar às pessoas que, se quiserem, podem mostrar quem são. Aliás, há pessoas que de fato são mais sérias no trabalho por uma escolha pessoal de profissionalismo. E não há nada de errado com isso!
Por fim, vale ressaltar que, para promover essa cultura da autenticidade, é fundamental que as pessoas não apenas se permitam ser quem são, mas também que saibam lidar com as diferenças. Não adianta que um indivíduo seja autêntico sem permitir que os outros também o sejam.
A liberdade de um termina quando começa a do outro. Por isso, nunca é demais lembrar que respeito, honestidade, ética, empatia e altruísmo continuam sendo valores importantes, que a autenticidade jamais invalidará, OK?
E você, querida pessoa, o que acha sobre a autenticidade na vida profissional? Acredita que ela pode beneficiar o seu ambiente de trabalho? Deixe a sua opinião no espaço abaixo. Além disso, que tal levar esta reflexão aos seus amigos, colegas e familiares? Compartilhe este artigo por meio das suas redes sociais!