Há um aspecto bem complicado na vida de um líder que é chamar a atenção de um colaborador quando ele tem uma conduta inadequada ou quando a qualidade de um trabalho fica abaixo do esperado. É desagradável passar por esses momentos, mas é necessário fazer isso para que os erros sejam corrigidos e para que aprendizados possam ser extraídos da situação.
Não existe uma maneira ideal para chamar a atenção de um funcionário, mas há algumas recomendações da gestão de pessoas para que esse processo seja ético, transparente e construtivo. Na sequência, você vai conferir 7 recomendações para esse momento. Boa leitura!
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1. Converse individualmente com o colaborador
Jamais advirta algum funcionário na frente de outras pessoas, sobretudo dos colegas. Não há necessidade de fazer isso, além do fato de ser uma situação humilhante e antiética. Essa atitude gera um constrangimento generalizado no departamento e pode deixar o colaborador magoado, frustrado e até mesmo com raiva do gestor.
Para evitar que isso aconteça, o melhor a se fazer é chamar o colaborador para uma conversa individual, sem que mais ninguém esteja presente. Essa conversa deve ocorrer em uma sala particular, com portas fechadas, garantindo o sigilo de tudo o que for conversado.
2. Explique os motivos da advertência
Ao receber o colaborador na sala, cabe ao líder explicar o motivo dessa conversa. Assim, o gestor pode citar, por exemplo, que o relatório elaborado pelo funcionário ficou abaixo do padrão de qualidade exigido.
Nesse momento, é importante que o líder seja específico, ou seja, que explique os detalhes que o levaram a não gostar da atitude ou do trabalho em questão. Por exemplo, pode ser citado que o relatório ficou superficial demais, que estava com informações desatualizadas, que os dados não ficaram organizados, que os gráficos estavam com difícil interpretação, que havia erros de português, e por aí vai.
3. Monitore o seu estilo de linguagem
Ao expor o seu descontentamento, você não precisa e nem deve ser rude. Não deve levantar a voz e muito menos utilizar vocabulário de baixo nível. A ideia é manter uma conversa amena e informativa para que os erros cometidos não se repitam. Evite as frases em terceira pessoa, como “você está produzindo abaixo do esperado”. Prefira as frases em primeira pessoa, como: “nós da empresa precisamos da sua atenção máxima na produção dos relatórios”.
Além disso, evite que a sua correção desmotive o colaborador. Para isso, reforce que você confia no trabalho dele, pontuando momentos do passado em que ele foi bem-sucedido. Diga que você precisa dessas competências e dessa dedicação do passado para que o colaborador volte a produzir bem.
4. Mantenha o equilíbrio emocional
Muitas vezes, os erros ou atitudes inapropriadas que foram detectados causam graves problemas, o que deixa os líderes enfurecidos. Se estiver passando por esse momento, respire fundo e deixe que o calor do momento amenize antes de iniciar a conversa.
Existe uma diferença entre ser firme com um funcionário e ser desrespeitoso ou agressivo. Qualquer tipo de ameaça, humilhação ou assédio pode fazer com que a situação se vire contra o líder. Por isso, é importante manter o equilíbrio da mente para não falar ou fazer besteira. Respire fundo, medite e pense com clareza no que vai dizer antes de tomar uma decisão.
5. Permita que o colaborador se explique
Nessa conversa para chamar a atenção do seu funcionário, é importante e justo permitir que ele se explique. Muitas vezes, uma atitude equivocada ou uma queda de rendimento têm causas que devem ser levadas em consideração, como uma informação que não chegou até ele, um problema pessoal pelo qual ele esteja passando, entre outros.
Dependendo da resposta obtida, você não precisará ser muito duro. No entanto, se a justificativa for inaceitável ou se o colaborador já tiver um histórico de dar desculpas, explique que não é suficiente para justificar o erro cometido.
6. Dê sugestões para resolver o problema
Além de apontar os problemas, é importante que líder e liderado, em conjunto, verifiquem o que podem fazer para solucionar o problema ou ao menos para evitar que ele se repita.
Pode ser, por exemplo, que o líder deva dar alguns conselhos sobre conduta profissional. Pode ser também que uma recomendação de leitura ou de treinamento prático sirva para que o colaborador desenvolva novos saberes e, consequentemente, consiga aumentar a sua produtividade. Apontar um caminho para a solução é uma das funções de um líder, que deve estar verdadeiramente empenhado na evolução contínua de todos os membros da sua equipe.
7. Em caso de recorrência, aplique a advertência escrita
As advertências orais são mais corriqueiras, sendo bastante úteis nos casos de baixa e média gravidade, especialmente quando é a primeira vez que um colaborador não age de acordo com o esperado. Caso o funcionário já seja reincidente, entretanto, o ideal é aplicar a advertência escrita.
Esse tipo de advertência consiste em um documento datado que registra a ocorrência de erro ou ato de indisciplina, devendo ser assinado em duas vias — uma ficando em posse da empresa, e a outra ficando em posse do colaborador. Em caso de demissão por justa causa, esse tipo de advertência pode ser usado como prova de que o funcionário estava sendo alertado por condutas inapropriadas.
Infelizmente, há casos em que nem a advertência oral nem a advertência escrita serão capazes de solucionar a questão. Quando uma norma grave da empresa é desobedecida, a demissão pode ser necessária. Contudo, em outros casos, procure seguir as recomendações acima antes de advertir alguém da sua equipe.
Lembre-se sempre de que o objetivo de toda advertência é resolver o problema, educar o colaborador e dar a ele uma nova chance para fazer melhor. Seja consciente desse processo e conduza-o com ética e responsabilidade.
E você, querida pessoa, já foi advertido no local de trabalho? Já teve que chamar a atenção de algum funcionário da sua equipe? Como foi a sua experiência? Deixe o seu relato por meio de um comentário no espaço a seguir. Por fim, que tal levar estes conselhos a todos os seus amigos, colegas, familiares e a quem mais possa se beneficiar deles? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!