Você sabia que o Brasil é o país mais ansioso do mundo? Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), de 2019, o nosso país tem aproximadamente 9,3% da população com algum transtorno ansioso. Esses transtornos são doenças da mente que afetam consideravelmente a qualidade de vida dessas pessoas.
Mas o que exatamente é a ansiedade? Será que ela é sempre um problema? Por que algumas pessoas sofrem demais com essa questão? Há alguma maneira de curá-la? É o que você vai conferir no artigo a seguir. Para saber mais sobre o tema, é só seguir em frente. Boa leitura!
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O que é a ansiedade?
A ansiedade é um processo mental em que o indivíduo antecipa os seus medos, ou seja, imagina tudo aquilo que pode dar errado em uma situação futura. Isso acontece justamente para que, no momento presente, esse indivíduo seja capaz de tomar medidas (ações) a fim de evitar os quadros catastróficos que a sua mente projetou.
Portanto, a ansiedade é algo positivo, sem o qual provavelmente a nossa espécie não teria evoluído e chegado até aqui. Aliás, se você olha para os dois lados da rua antes de atravessá-la, agradeça à sua ansiedade, que, em uma fração de segundo, cogitou a hipótese de você ser atropelado e fez com que você tomasse cuidado para evitar que isso acontecesse.
Dessa forma, todos nós precisamos de certo nível de ansiedade, ou seja, de preocupação com o futuro. Sem ela, ninguém se preocuparia em se alimentar, em cuidar da saúde, em estudar, em trabalhar, em administrar o dinheiro que tem, em pagar as contas, entre outros. As consequências seriam terríveis.
Mas quando a ansiedade se torna um problema?
A ansiedade é benéfica, mas se torna um problema quando a sentimos em uma intensidade muito alta e desproporcional aos acontecimentos da vida. Ela também é problemática quando esses pensamentos de preocupação surgem a todo instante, disparando o sistema da ansiedade no nosso organismo, mesmo em situações em que ele não seria necessário.
Nesse caso, a ansiedade se torna um problema, que consiste, na verdade, em um conjunto de doenças psiquiátricas, conhecidas como transtornos ansiosos. Alguns exemplos de transtornos ansiosos são: transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno do pânico, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), fobias específicas, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), entre outros. Estamos falando de transtornos da mente que só podem ser adequadamente diagnosticados e tratados por médicos e psicólogos.
Como diferenciar a ansiedade normal da ansiedade que nos prejudica?
A diferenciação entre esses tipos de ansiedade depende do contexto, da intensidade e da frequência com que os sintomas se manifestam. Por exemplo, se você terá uma apresentação importante no trabalho amanhã pela manhã, é perfeitamente compreensível que você fique um pouco nervoso na véspera. Aliás, a ideia é que você utilize a ansiedade justamente para que se prepare adequadamente para os desafios que estão por vir. A preparação ameniza a ansiedade.
Contudo, a ansiedade é considerada um transtorno quando provoca medos e preocupações irracionais, excessivamente intensos e desproporcionais aos fatos. Por exemplo, se você sente medo ao caminhar sozinho por uma rua escura, à noite, é compreensível. Mas se sente algo parecido ao caminhar pela mesma rua estando na companhia de várias pessoas ao meio-dia, é sinal de que algo não vai bem.
Quais são os sintomas da ansiedade?
Imagine que você é um homem das cavernas, que percebe que um animal feroz está entrando na sua moradia. Nesse momento, é necessário elevar a sua frequência cardíaca, a sua pressão arterial, a sua tensão muscular e a sua frequência respiratória para que você consiga tomar decisões em frações de segundo, seja para fugir, seja para enfrentar o animal.
Esse mecanismo de defesa é disparado pelo cérebro e afeta todo o corpo. Ele foi desenvolvido evolutivamente para que a nossa espécie pudesse se defender das ameaças. No entanto, convenhamos que esses sintomas não são lá muito úteis antes de uma reunião no trabalho, não é mesmo?
De qualquer forma, precisamos ficar atentos a esses sinais para identificar a ansiedade e avaliar se ela está ou não passando dos limites saudáveis. Entre esses sinais, podemos reconhecer: aceleração do batimento cardíaco e da respiração, aumento da pressão arterial, tensão muscular, dores no corpo e na cabeça, distúrbios gastrintestinais, insônia, tremores, sensação de desmaio e preocupações muito intensas que não vão embora.
O surgimento desses sintomas em frequência muito elevada e com alta intensidade compromete a qualidade de vida da pessoa, que começa a travar e a ter medo de enfrentar diversas situações do dia a dia, até mesmo as que pareciam simples. Se isso acontecer, é hora de procurar ajuda.
A ansiedade tem cura? Como isso ocorre?
Se pensarmos na ansiedade como um elemento essencial à manutenção da vida, é importante compreender que não podemos “zerá-la”, ou seja, ficar sem ansiedade nenhuma. No entanto, quando falamos nos transtornos de ansiedade, ou seja, dessas doenças que de fato fazem mal e prejudicam o dia a dia, aí sim, podemos falar que existe cura.
A cura da ansiedade, portanto, consiste em trazê-la de volta aos níveis saudáveis. Para isso, é fundamental procurar a ajuda de um médico psiquiatra e de um psicólogo, que são os profissionais responsáveis por diagnosticar o tipo de ansiedade que você tem e o grau de intensidade, recomendando o tratamento mais adequado.
Em qualquer caso, é recomendada a psicoterapia, ou seja, o acompanhamento contínuo do quadro do indivíduo por um psicólogo. Nas sessões, o indivíduo explica os seus sintomas e as situações em que eles aparecem. Assim, é possível apurar as origens do problema e adotar novos pensamentos e novos hábitos, que permitam a administração da ansiedade. Isso envolve, em alguns casos, a superação de eventos traumáticos do passado e algumas mudanças no estilo de vida.
Além disso, há casos de maior complexidade que demandam o uso de medicamentos, como os antidepressivos (que, apesar do nome, também são receitados para os transtornos de ansiedade) e os ansiolíticos (os populares “calmantes”, que ajudam nos momentos de crise aguda). Contudo, apenas um médico psiquiatra pode receitar essas medicações e estabelecer as doses e o tempo de tratamento necessário.
O que fazer para potencializar o tratamento?
Com esses tratamentos, certamente o indivíduo recupera a sua qualidade de vida e traz a sua ansiedade de volta a níveis saudáveis. Além do tratamento profissional, porém, há outras medidas que ajudam a pessoa a aliviar a ansiedade e a recuperar a qualidade de vida.
Estamos falando de atividades que ajudam a regular os neurotransmissores que estão em desequilíbrio nos quadros de ansiedade, lembrando que as causas da doença são tanto genéticas quanto ambientais (estilo de vida). Algumas dessas ações são:
- Regular os horários de sono, de trabalho, de lazer e de descanso;
- Adquirir o hábito de anotar as obrigações em uma agenda, organizando a rotina e aliviando as preocupações da mente;
- Manter organizado o ambiente em que a pessoa vive;
- Aprender a dizer “não” quando estiver ocupado ou desinteressado diante de certos compromissos. Diminuir o ritmo pode ser necessário;
- Abandonar o perfeccionismo e as comparações com outras pessoas;
- Alimentar-se de forma equilibrada e evitar substâncias estimulantes;
- Praticar atividades físicas com regularidade;
- Fazer o que estiver ao seu alcance para manter um bom convívio com as pessoas ao seu redor (no relacionamento amoroso, na família, no trabalho, na vizinhança etc.);
- Adotar no dia a dia práticas relaxantes, como a massagem, a meditação, a ioga, a respiração consciente, entre outros;
- Ter momentos de diversão e lazer;
- Evitar o consumo excessivo de conteúdos que exploram a negatividade, como filmes e documentários sobre guerras, jornais sensacionalistas, e por aí vai.
Coloque as dicas acima em prática e traga a sua ansiedade de volta aos níveis saudáveis. Além disso, sempre que precisar, não hesite em procurar ajuda profissional diante de quadros ansiosos que você sente que estão comprometendo a sua qualidade de vida. É possível conviver melhor com a sua ansiedade!
E você, querida pessoa, como tem lidado com a ansiedade no seu dia a dia? Tem alguma dica para dividir conosco? Utilize o espaço abaixo para deixar o seu comentário. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!