O perfeccionismo é uma característica de muitos profissionais. Em entrevistas de emprego, por exemplo, uma das respostas mais comuns dos candidatos, quando perguntados sobre os seus defeitos ou pontos de melhoria, é sempre o perfeccionismo seguido da ansiedade.
Procurar executar atividades com maestria, ser bem-sucedido no trabalho, conquistar resultados e alcançar objetivos são alguns dos maiores focos de uma pessoa perfeccionista. Trata-se de uma característica que estimula o profissional a ser cada vez melhor, porém, em alguns casos, pode acabar se tornando um problema, se não encarado de forma madura e positiva.
Saiba quando o perfeccionismo pode se tornar um defeito prejudicando o seu desempenho e, consequentemente, a sua carreira profissional:
Contents
O medo do fracasso
Um dos problemas que o perfeccionismo pode gerar ao profissional é o medo do fracasso. O indivíduo não se permite errar e entra em uma busca desenfreada pela perfeição. O problema é que a perfeição não existe (ao menos não entre nós, seres humanos). Portanto, fica o questionamento: é saudável perseguir a todo custo algo que de verdade não existe?
É importante lembrar que errar é humano e que todos nós estamos suscetíveis a falhas. E, diante disso, elas devem ser o combustível para que você tente de novo e quantas vezes forem necessárias para conseguir alcançar os seus objetivos. O fracasso muitas vezes é inevitável, mas ele deve servir como exemplo de crescimento e melhoria contínua, desde que o indivíduo se proponha a extrair das falhas o aprendizado necessário para encontrar o jeito certo de fazer as coisas.
A cobrança interna excessiva
O perfeccionismo causa uma cobrança interna exagerada a ponto de gerar desgaste emocional no profissional. Negatividade, insatisfação, baixa autoestima e sentimento de inferioridade são alguns dos comportamentos que essa busca obcecada pela perfeição gera nos indivíduos.
Lembre-se de que essa cobrança desnecessária só lhe trará estresse. Reflita sobre os seus pontos positivos e de melhoria e procure não se cobrar tanto. Dê o seu melhor, mas entenda que é aos poucos que nós progredimos. Ou você por acaso se culpava por não saber resolver uma equação do segundo grau na educação infantil? Respeite o seu tempo e o seu processo de aprendizado. Progrida um pouco por dia, sem exageros e frustrações.
A necessidade de ser melhor do que os outros
O perfeccionismo também pode se tornar um defeito quando essa busca pela perfeição começar a atingir pessoas próximas a você. O desejo de ser sempre melhor do que os outros pode gerar comportamentos inadequados, sem que você se dê conta. Isso pode acontecer entre irmãos, amigos, familiares, colegas de trabalho e nos mais diversos contextos. Mas será que é importante superar o outro? Por que condicionar a sua felicidade a isso?
Faça o seu trabalho e dê sempre o seu melhor. Não se preocupe se está fazendo mais ou menos do que o seu colega. Preocupe-se com o seu desempenho. Isso evitará conflitos interpessoais no ambiente de trabalho e até mesmo dentro da sua família e do seu círculo de amizades. A dica é procurar ser sempre melhor do ontem, e não melhor do que o outro.
A perda do contato com a realidade
A realidade humana é a de que nós somos indivíduos complexos, com aspectos positivos e aspectos que precisam de melhorias. Todo mundo é assim, sem exceção. O problema é que tendemos a nos comparar com outras pessoas por meio da televisão, da internet e das redes sociais. Acontece que, nessas mídias, ninguém é 100% verdadeiro. Tudo é editado, de modo que só é exibido o que há de melhor nas vidas de cada indivíduo.
Sendo assim, quando começamos a comparar a nossa vida com o que vemos pelas redes, passamos a achar que todo mundo é perfeito, exceto nós mesmos, o que não é verdade. Essa vontade de ser perfeito nos afasta da realidade: todo mundo acorda descabelado, briga com o namorado, tem dívidas para pagar, sofre com o colega de trabalho desorganizado, e por aí vai. Não se iluda acreditando que só você encontra falhas e obstáculos no seu caminho.
As desistências
Há um problema que alcança as pessoas perfeccionistas que é o ato de desistir dos planos com alguma frequência. O perfeccionista define para si mesmo um padrão de excelência muito alto. Se ele percebe que não será capaz de alcançar esse padrão, prefere desistir. É como se um aluno desistisse de fazer uma prova em que tiraria 9 apenas porque o seu desejo era no mínimo um 9,5.
Por isso, os perfeccionistas tendem a desistir tão logo identifiquem que o caminho é diferente do que haviam idealizado. Mas se não for perfeito, não vale a pena ser percorrido? É claro que vale! Mesmo com imperfeições, um caminho pode ser muito bonito e valioso para ser percorrido. Portanto, reduza um pouco as suas expectativas e valorize os pontos positivos do que encontrar.
A síndrome do impostor
Por fim, o perfeccionismo pode desencadear a chamada síndrome do impostor. Nesse caso, mesmo quando a pessoa alcança os seus objetivos ela sente que não é merecedora das suas conquistas. Por mais que os resultados tenham sido muito positivos, ela fica com a sensação de que poderia ter feito melhor.
Assim, outra consequência negativa do perfeccionismo é a dificuldade de ser feliz, de contentar-se com os resultados obtidos. Muitas vezes, mesmo alcançando tudo o que desejava, fica na pessoa uma sensação de que ainda falta alguma coisa. Isso é derivado do pensamento perfeccionista e das expectativas surreais.
Procure ajuda!
Lembre-se sempre de se lembrar de nunca esquecer de que qualidades e defeitos todos nós temos, mas devemos enxergar os nossos defeitos como pontos a serem melhorados e procurar transformá-los em características positivas que contribuam para o nosso desenvolvimento e crescimento profissional e pessoal. Melhorar continuamente significa progredir sem tirar o pé da realidade e sem querer ser perfeito — o que, aliás, é impossível!
Se o perfeccionismo é um traço que você identifica em si mesmo e que tem provocado sofrimento na sua vida, não hesite em procurar ajuda especializada, seja com coaches, seja com psicólogos.
E você, ser de luz, se considera perfeccionista? Como lida com essa questão? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!
Deixe um comentário