Acordar, tomar banho, tomar café, dirigir, trabalhar, almoçar, trabalhar mais, dirigir, tomar banho, jantar, dormir. Até que o dia seguinte chega, e nós nos deparamos com esses mesmos verbos novamente. Esse cenário é familiar para você? Você se sente como um robô, e não como um ser humano? Então, tome cuidado, pois a sua vida pode ter entrado no piloto automático.

Esse problema é extremamente comum hoje em dia, mas nem por isso deve deixar de ser combatido. Neste artigo, vamos compreender o que exatamente significa viver no piloto automático, quais são as consequências desse comportamento e o que podemos fazer para sair dele. Continue a leitura e saiba como dizer “não” ao piloto automático!

O que significa viver no piloto automático?

O piloto automático é um recurso existente em alguns meios de transporte que fixa uma velocidade e uma rota a ser percorrida, sem a necessidade da supervisão constante de um piloto humano. Por mais que esse recurso seja útil em alguns transportes, não podemos levá-lo, ainda que metaforicamente, à forma como conduzimos as nossas vidas.

Viver no piloto automático significa agir sem refletir. É fazer aquilo que todo mundo está fazendo só porque todo mundo está fazendo. É como seguir o rumo de uma boiada, sem saber o destino e sem saber se aquele caminho é de fato o melhor para si. É passar o dia apenas cumprindo obrigações ou navegando pela internet, sem refletir se essas atitudes de fato estão contribuindo com a sua evolução pessoal.

Quais são as consequências desse comportamento?

Já deu para perceber que viver no piloto automático, por mais que seja uma forma “fácil” de viver (já que não exige muita reflexão), é também algo que gera infelicidade. Viver sem pensar, sem sentir, sem planejar e sem mudar de rota quando quiser é perder a sua autonomia. Confira os principais impactos de viver assim.

1. Deixar de identificar o que realmente importa para você

Quando uma pessoa vive no piloto automático, ela faz o que programa na sua agenda, mas sem refletir se aquilo a está realmente fazendo feliz. Esse trabalho o faz feliz? Esse relacionamento está sendo positivo? Esse círculo de amizades está fazendo bem? Os seus hábitos alimentares são saudáveis? Passar 5 horas por dia checando as redes sociais tem efeitos positivos na sua saúde mental? É importante refletir e verificar se você está realmente feliz. O piloto automático nos impede de perceber isso.

2. Não extrair das experiências o seu real significado

Já aconteceu de você ir a um restaurante para almoçar e simplesmente não prestar atenção àquilo que comeu? Você estava tão preocupado com outras questões que nem sequer percebeu se a comida que pediu estava boa ou ruim. Esse é um exemplo de como o piloto automático nos leva a não extrair das experiências o seu real significado. É como se o corpo estivesse presente, mas a alma e os pensamentos não. Isso pode acontecer no trabalho, nos estudos, em conversas, em viagens, e por aí vai.

3. Não aproveitar a companhia das pessoas

Viver no piloto automático também impacta as nossas relações interpessoais. Nesse tipo de situação, damos “bom dia” e “boa noite” aos colegas e aos familiares, mas não nos dedicamos a conversas mais significantes. Agimos como se as pessoas fossem eternas, sem aproveitar a sua companhia ao máximo. Não visitamos os avós, não abrimos o coração aos amigos, não ouvimos com atenção o companheiro, não prestamos atenção ao que os filhos dizem. Assim, perdemos muitas vivências.

4. Estar desatento ao momento presente

Quando estamos no piloto automático, fazemos as coisas sem prestar a elas a devida atenção. Em alguns momentos, isso pode ser útil, como ao dirigir ou ao ligar um computador. Mas será que é interessante deixar de prestar atenção às pessoas? Ao pôr do sol? Ao abraço de um amigo? Ao desabafo de um filho? Deixar de prestar atenção significa esvaziar as experiências de significado. É o que acontece quando ignoramos o presente, pois estamos preocupados com o futuro ou apegados ao passado.

5. Perder a própria identidade

“Vou fazer administração na faculdade porque todos os meus amigos vão fazer”. “Não gosto de rock, mas vou ao show daquela banda porque todos os meus amigos vão”. Viver no piloto automático nos leva a dar demasiada importância aos comportamentos dos outros, o que influencia com mais força os nossos próprios comportamentos. Quando deixamos de viver dessa forma, conseguimos conhecer melhor a nós mesmos e agir de acordo com a nossa identidade e os nossos interesses.

6. Encarar a vida como uma lista de tarefas

Esse estilo de vida automático nos leva a encarar a nossa existência como se fosse uma lista de tarefas: estudar, arrumar um emprego, casar, ter filhos, trocar de carro, aposentar na mesma empresa, e ponto final. Mas você quer agir assim? Quer se casar? Quer ter filhos? Quer morar na mesma cidade? Quer trabalhar na mesma empresa? Viver até pode ser uma sucessão de objetivos, mas desde que eles estejam conectados com a sua essência e com o que você deseja. Saia do automático!

7. Arrepender-se de tudo isso

“Devia ter estudado psicologia, e não administração”. “Devia ter me divorciado no momento em que percebi que o amor havia acabado”. “Devia ter vendido o apartamento e ido morar no campo”. Não queira chegar ao fim da vida com esses arrependimentos. Isso é muito comum em que vive no piloto automático e não presta atenção aos próprios chamados, vocações, desejos e propósitos.

O que fazer para evitar o problema?

Para evitar todas essas terríveis consequências, é importante refletir sobre o seu estilo de vida atual. Você tem objetivos? Tem um propósito de vida? Conhece as suas forças e pontos de desenvolvimento? As suas atitudes estão de acordo com esses propósitos e objetivos? Ou você está agindo de forma automática, fazendo aquilo que “todo mundo faz”?

Reflita sobre essas questões e modifique os seus hábitos, de modo que você se conecte com aquilo que realmente é significativo e feliz para você. Nesse sentido, a psicoterapia e o coaching podem ajudá-lo a recuperar a autonomia e o “brilho de viver”. Como dizia o filósofo grego Sócrates, “A vida irrefletida não vale a pena ser vivida”.

E você, querida pessoa, está vivendo no piloto automático? Ou tem extraído os significados mais profundos de cada experiência? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!