“Meu relógio biológico está desajustado!”. Essa frase é comum nos aviões e aeroportos, por exemplo, quando uma pessoa viaja de Tóquio até São Paulo e sente sono durante o dia, mas fica desperta durante a noite.
Mas será que o relógio biológico pode ser administrado? Será que o nosso organismo consegue identificar quando é dia e quando é noite? Como conseguimos “voltar ao normal” depois desse tipo de viagem? A resposta está na genética, por meio do chamado “gene clock”.
Neste artigo, você vai descobrir as funções desse gene e as respostas aos questionamentos acima. Ficou curioso? Então, continue a leitura e saiba mais!
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O que é o gene clock?
Em primeiro lugar, é importante esclarecer o que é um gene. Um gene é um “pedaço” de DNA, ou seja, um conjunto de informações únicas de cada indivíduo, que constitui uma unidade fundamental, física e funcional, da hereditariedade.
O gene clock é um gene que tem sido muito estudado pelos cientistas. Ele exerce uma função importante na regulação do nosso organismo no ritmo ou ciclo circadiano, isto é, o nosso relógio biológico, que funciona em ciclos de 24 horas. Se o seu relógio biológico estiver bem “calibrado”, provavelmente você vai sentir sono à noite e acordar pela manhã sempre na mesma hora, todos os dias.
Mas não é só o sono que é regulado por esse gene, embora essa seja a sua função mais conhecida. Ele também está envolvido com processos fisiológicos e metabólicos, como a fome. Por isso, indivíduos que apresentem algum tipo de alteração nesse gene podem apresentar distúrbios do sono e até mesmo transtornos alimentares.
Quais são os principais achados da ciência com relação a esse gene?
De acordo com a ciência, há dois genótipos, ou seja, tipos genéticos de pessoas, no que diz respeito ao gene clock.
As pessoas que apresentam o genótipo T/C ou C/C geralmente apresentam hábitos noturnos, sendo mais ativas à noite e também apresentando uma tendência maior à insônia. Essas pessoas também podem ter um IMC (Índice de Massa Corporal) maior, com dificuldade para a perda de peso e com risco aumentado de obesidade e síndrome metabólica (resistência à insulina).
Já as pessoas que apresentam o genótipo T/T apresentam um perfil mais diurno para realizar as suas atividades. Não sentem muita fome à noite e tendem a apresentar menores índices glicêmicos e níveis mais baixos de insulina na corrente sanguínea, amenizando o risco de resistência a esse hormônio.
O que exatamente seria um relógio biológico?
“Relógio biológico” é um termo popular para o que a ciência chama de ciclo circadiano, ou seja, um conjunto de ações que ocorrem no nosso organismo em ciclos de aproximadamente 24 horas. É por isso que você provavelmente sente sono e fome sempre pela mesma hora.
Isso depende da sua genética, mas também da sua exposição à luz solar. Se você acorda cedo, mas continua deitado no quarto, em um ambiente escuro, o seu cérebro interpretará a situação como se o dia ainda não tivesse começado, atrasando o seu relógio biológico.
É por isso que pessoas que apresentam insônia, segundo os especialistas, precisam não apenas levantar cedo, como também abrir a casa e se expor à luz solar o quanto antes. Quando os olhos captam a luz do Sol, “comunicam” o cérebro de que é dia, estimulando o órgão aos processos típicos desse período. Já quando o Sol se põe, os olhos identificam que a luz diminuiu, e o cérebro percebe que é hora de diminuir o ritmo e disparar os hormônios do sono.
Esse processo regula não apenas os hormônios do sono, mas também diversos outros, associados ao crescimento, ao estado de alerta, à fome, à atividade sexual, e por aí vai. Esses processos se repetem a cada 24 horas, como resultado dos processos de evolução da espécie humana, em milhões de anos de exposição ao dia e à noite.
Como esse gene regula o nosso relógio biológico?
As funções do gene clock estão muito associadas ao comportamento do nosso organismo, sobretudo com relação às diferenças no ritmo das nossas atividades no dia e na noite. Alguns indivíduos têm um pouco mais de disposição à noite, enquanto outros dependem muito da luz do dia para serem produtivos. Isso está associado a uma série de fatores, e o gene clock está entre eles.
Aqueles que apresentam a constituição genética T/C ou C/C, por exemplo, tendem a demorar mais para pegar no sono e dormem por menos tempo durante a noite. Pesquisas têm indicado que essas pessoas, devido à privação do sono, apresentam maiores índices de grelina, o hormônio da fome, o que gera as alterações no comportamento alimentar.
Os estudos com o gene clock, portanto, têm sido muito úteis para compreender as relações entre sono, hábitos alimentares e peso. Ele pode ser a explicação para o fato de algumas pessoas dormirem menos e, ao mesmo tempo, apresentarem dificuldade para perder peso, maior disposição ao diabetes e dificuldade para seguir dietas.
Conclusão
Para concluir, o gene clock é um “pedaço” do DNA das pessoas, associado à manutenção do ciclo circadiano, ou relógio biológico. Os seus estudos são fundamentais na compreensão do metabolismo humano e de diversas atividades, como o sono, a fome, a produção hormonal etc.
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