Neurofinanças é a união das neurociências com o universo das finanças. Basicamente, consiste no estudo da psicologia humana e dos seus desdobramentos sobre os nossos comportamentos financeiros: ganhar dinheiro, gastar, poupar, investir etc.
Por exemplo, alguns estudos com neuroimagem (monitoramento de imagens dos cérebros das pessoas) apontaram que perder 100 dólares produz emoções negativas mais intensas do que as emoções positivas de ganhar 100 dólares, o que explica a aversão ao risco financeiro que muitas pessoas têm.
Neste artigo, vamos entender melhor o que são as neurofinanças e quais são as dicas que essa área do conhecimento tem para nos ajudar. Confira!
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O que são as neurofinanças?
As neurofinanças são uma área do conhecimento dedicada ao estudo do comportamento humano financeiro, entendendo quais são os componentes da mente — racionais e emocionais — envolvidos nos processos de tomada de decisão nesse campo.
Relativamente novo, esse segmento de estudo já tem conduzido pesquisas que apontam determinadas características das pessoas na relação que estabelecem com o dinheiro. Na sequência, você vai conferir algumas dicas concedidas pelos especialistas da área para que possamos ser mais ricos e felizes!
Quais são as principais recomendações dos especialistas da área?
1. Esteja ciente das suas emoções
Por mais que a área financeira dependa muito da nossa capacidade de raciocinar e calcular possíveis resultados, é impossível eliminar completamente a emocionalidade desse processo. Todo mundo sente medo, desejo, motivação, raiva, entre outros sentimentos no que diz respeito ao dinheiro.
Por isso, o melhor a fazermos é estarmos cientes das nossas emoções. Quando identificamos que estamos muito eufóricos ou muito pessimistas, por exemplo, isso nos acende um alerta: não é hora de agir. Emoções muito intensas podem gerar decisões erradas, como gastar demais na tristeza ou arriscar demais na felicidade. É melhor esperar as emoções diminuírem para agir.
2. Entenda que não podemos controlar tudo
Parece ser uma típica necessidade humana querer ter controle de tudo. Na área financeira, isso não é diferente. Todo mundo quer saber se o dólar vai subir, se a inflação vai cair, se as ações da empresa X vão valorizar, e por ai vai. O problema é que muitas desses fatores não dependem de nós.
Assim, o que toda pessoa precisa entender é que o que está sob o seu controle é o seu dinheiro e o que ela faz com ele. O desempenho dos investimentos e os preços do mercado são fatores externos, que vão se alterar independentemente da nossa vontade. Por isso, é melhor deixar de querer controlar tudo.
3. Analise os dados, mas não permita que isso o paralise
Isso nos leva ao terceiro item apontado pelas neurofinanças, conhecido como “paralisia da análise”. Algumas pessoas só compram algo ou investem em algo quando têm acesso aos dados mais recentes do mercado. É claro que analisar os dados é importante, mas não podemos ficar reféns deles.
Se uma pessoa ficar sempre esperando as condições perfeitas de mercado para tomar uma decisão financeira, ela nunca vai fazer nada, ficando paralisada. É necessário acompanhar alguns indicadores, mas alguns indivíduos jamais se sentem seguros, e ficam sempre esperando que novos dados sejam obtidos para agir. Esperar é bom, mas não em excesso!
4. Estude matemática
Essa é uma dica diretamente concedida pelo Nobel de economia Daniel Kahneman. Ele recomenda que as pessoas desenvolvam as suas habilidades matemáticas, de modo que possam calcular juros compostos, comparar preços, estimar os retornos dos investimentos e fazer previsões mais precisas acerca das suas decisões financeiras.
Familiarizar-se com os números é fundamental para saber onde investir, evitar os endividamentos e administrar as emoções frente aos acontecimentos. Isso fortalece o que Kahneman chama de sistema mental II (analítico, consciente e lógico), em detrimento do sistema I (intuitivo, instintivo e inconsciente).
5. Acompanhe as notícias e adapte-se às circunstâncias
Conforme citamos, muitas das decisões que tomamos na vida financeira são afetadas por fatores externos, ou seja, que não estão sob o nosso controle. O que nós podemos fazer é acompanhar as notícias para entender melhor o que se passa ao nosso redor.
Dessa forma, acompanhe a inflação, as oscilações das moedas, os desempenhos das empresas, a situação política, os dados da economia, e por aí vai. Ficar atento aos cenários permite que nós possamos adaptar os nossos planos a eles, já que bater de frente com situações que não dependem de nós não é uma decisão inteligente.
6. Busque orientação profissional
Hoje em dia, não faltam cursos e materiais de apoio, muitos deles gratuitos na internet, que ajudam as pessoas a desenvolver os seus conhecimentos em educação financeira. A aquisição desses saberes confere às pessoas mais segurança e menos instabilidade emocional na hora de decidir o que fazer com o seu dinheiro.
Contudo, também pode ser útil contratar um consultor especializado em finanças para orientá-lo quanto às melhores possibilidades do mercado. Pedir a outra pessoa para cuidar do seu dinheiro pode ser um meio de garantir a racionalidade do processo, amenizando os efeitos das suas emoções pessoais sobre as suas finanças.
7. Aprenda a aprender com os próprios erros
Por fim, é importante que as pessoas entendam que, por mais conhecimento que adquiram, não tem jeito: a sagacidade de administrar o próprio dinheiro só vem com a prática. É como dirigir: você pode ler muito sobre o assunto, mas só vai “saber se sabe” quando experimentar na prática.
É a prática quem mostra onde estão os nossos erros e acertos, permitindo que desenvolvamos cada vez mais a precisão das decisões que tomamos. Acumular experiência é lapidar os saberes, ao mesmo tempo em que administramos melhor as emoções, frente aos resultados positivos ou negativos que venhamos a experimentar.
As neurofinanças são uma área do conhecimento relativamente recente, que analisa as relações entre o funcionamento do cérebro com as decisões que tomamos acerca do nosso dinheiro. Por que você gasta mais quando está triste? Por que você tem tanto medo de investir na bolsa de valores? Por que você ainda acha que a poupança é um bom investimento? As suas crenças e emoções têm um grande nível de influência sobre as suas atitudes e os seus resultados. Por isso, reflita e coloque as dicas das neurofinanças em prática!
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