Querida pessoa, você se considera alguém bondoso? Conhece muitas pessoas bondosas? Considera essa característica algo positivo? Bem, na maioria das culturas conhecidas ao redor do planeta, a bondade é uma qualidade humana, ou seja, um traço muito positivo, tanto para quem dá como para quem recebe um ato de bondade.

Como tudo na vida, entretanto, é preciso saber dosar a bondade diária. Infelizmente, existem pessoas que não são boas “recebedoras” da gentileza alheia, o que pode prejudicar a vida de quem age com bondade. Por esse motivo, precisamos estar sempre atentos às circunstâncias que envolvem essa característica, de modo a evitar abusos.

Neste artigo, vamos compreender um pouco melhor o lado positivo da bondade, mas pontuando que é preciso estabelecer limites. Vamos lá?

Bondade: uma qualidade essencial

Se você pesquisar em um dicionário, perceberá que a palavra “bondade” é definida como um traço de nobreza e generosidade daquelas pessoas que são naturalmente inclinadas a fazer o bem. Benevolência e benignidade são alguns sinônimos.

Em uma sociedade que parece caminhar cada vez mais para o individualismo, ser bondoso é resistir a esse movimento. Agir com bondade significa momentaneamente “pausar” a atenção aos nossos interesses para prestar auxílio àqueles que estejam necessitando de nós — da nossa atenção, do nosso carinho, da nossa ajuda, dos nossos conhecimentos, das nossas habilidades etc.

Dessa forma, agir com bondade significa ser mais altruísta e, na medida do possível, prestar auxílio a quem precisar. Se todos fossem mais bondosos, talvez o mundo fosse um lugar melhor para se viver. Isso é inquestionável.

Os limites de ser bondoso

Perceba, querido leitor, que há duas expressões muito importantes que aparecem nos parágrafos acima: “momentaneamente” e “na medida do possível”. Elas não foram escolhidas ao acaso, mas precisamente para evidenciar uma verdade a ser compreendida: bondade tem limite.

Ser bondoso jamais significa descuidar de si para priorizar o outro. Isso até pode ser admirável em histórias ficcionais, mas, na vida real, precisamos estar bem para que possamos ajudar o outro. Além disso, agir com bondade é algo necessário em alguns momentos, mas pode ser prejudicial quando empregado de forma excessiva, sem que a outra pessoa de fato esteja precisando.

Quando a bondade está “descalibrada”, comportamentos abusivos podem transformar essa virtude em um defeito, e o bondoso em um explorado. Aqui estão alguns dos motivos pelos quais ser bonzinho demais pode travar a sua vida em todas as áreas. Confira!

Exaustão emocional

Ser gentil em excesso pode levar uma pessoa à exaustão emocional. Ouvir o outro atentamente, compreender as suas necessidades, pensar em como ajudá-lo e efetivamente prestar ajuda são atividades que demandam muito tempo e energia — tudo isso em prol de outra pessoa. Se houver gratidão e equilíbrio, ótimo. Todavia, se a pessoa estiver apenas se esforçando para agradar aos demais, mas descuidando-se das suas próprias necessidades, ela pode até mesmo adoecer emocionalmente.

Dificuldade em estabelecer limites

Algumas pessoas são naturalmente generosas porque sabem reconhecer a importância do outro e porque sentem prazer em contribuir com alguém. Entretanto, há pessoas que só são bondosas porque sentem uma necessidade incontrolável de agradar a todos, por medo de ficarem sozinhas ou de serem malvistas. Esse tipo de pessoa tem dificuldade de dizer “nãoe, em consequência, se sobrecarrega, assumindo mais responsabilidades do que pode dar conta. São pessoas exploradas.

Falta de autocuidado

Conforme citamos acima, para ajudar ao próximo, nós mesmos precisamos estar bem. É aquela instrução básica que recebemos quando viajamos de avião: coloque a máscara primeiro em si mesmo e depois em outras pessoas. Se você desmaiar sem oxigênio, não conseguirá ajudar ninguém, não é mesmo? É claro que isso é apenas uma metáfora para o autocuidado. Ajudar os outros é importante, mas precisamos cuidar da nossa saúde, descanso, trabalho, dinheiro e família antes de pensar no outro.

Relacionamentos desiguais

Todo relacionamento deve ser uma via de mão dupla. É preciso haver reciprocidade entre os gestos de caridade e bondade que demonstramos com os nossos amigos, familiares, vizinhos, colegas de trabalho, parceiros amorosos, entre outros. Se você faz de tudo pelo seu companheiro, por exemplo, mas ele é incapaz de ajudá-lo quando você precisa, há um desequilíbrio nessa relação, e isso a torna muito arriscada. Quando um só da, e o outro só recebe, uma hora essa gangorra desestabilizada despenca.

Perda de respeito próprio

Em dado momento, as pessoas que fazem de tudo pelos outros e se descuidam de si mesmas deixam de ser vistas como virtuosas e passam a ser entendidas como exploradas. São aquelas que deixam de se importar se estão sendo feitas de bobas, desde que agradem às necessidades alheias. Isso não está certo. Esses indivíduos fatalmente perdem o respeito nos lugares por onde transitam e também perdem o respeito por si próprios, pois o outro ocupa o primeiro lugar — o que não é saudável.

Vulnerabilidade à exploração

Você já deve ter ouvido por aí uma expressão popular que diz que “Se você der a mão, já querem o braço”. Basicamente essa frase indica que algumas pessoas nunca se contentam com a bondade que recebem dos outros e acabam querendo sempre mais. Assim, quando uma pessoa com “bondade ilimitada” se relaciona com alguém com “ambição ilimitada”, temos uma combinação perfeita para a exploração começar. Em diversos contextos, as pessoas podem se aproveitar da sua generosidade.

As questões acima expostas não são raras. Aliás, elas acontecem com muitas pessoas bondosas, mas que não sabem administrar esse altruísmo, entrando em relações abusivas com colegas, amigos, familiares, namorados, vizinhos etc.

Por meio deste artigo, não queremos, em hipótese alguma, dizer que a bondade é algo ruim, que deve ser combatido. Contudo, ressaltamos que, como qualquer virtude humana, ela precisa ser oferecida com atenção e com limites, uma vez que, infelizmente, há pessoas mal-intencionadas que abusam da boa-vontade. Seja bom, mas seja inteligente!

E você, ser de luz, já passou por alguma situação em que foi “excessivamente bondoso”? Por quê? Como lidou/lida com essas situações? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!