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Uma nova forma de liderar em um mundo que não tem linha de chegada
Olá, amigos e colegas de jornada na busca por uma liderança mais significativa!
Ao longo da minha trajetória no desenvolvimento humano e na observação de líderes no mundo dos negócios, percebo um padrão recorrente: muitos ainda operam sob uma lógica de jogo finito, onde a meta principal é vencer — e vencer rápido. O problema? Esse modelo está esgotado. Ele não sustenta culturas, não preserva pessoas e não constrói legados.
O mundo dos negócios, assim como a vida, a política e as relações, é, por essência, um jogo infinito. Não há fim definido. Os jogadores mudam. As regras se transformam. E o verdadeiro objetivo é continuar jogando com propósito, relevância e coerência.
O chamado por um novo modelo de liderança
Inspirado nos princípios do Jogo Infinito de Simon Sinek — e impulsionado por anos de estudo sobre comportamento humano e liderança consciente — desenvolvi o Framework C.I.R.C.L.E.. Um modelo prático e acessível para ajudar líderes a abandonarem o ciclo da sobrevivência e abraçarem uma nova forma de existir profissionalmente: liderar para permanecer, e não apenas para vencer.
O próprio nome evoca a forma do círculo: símbolo de continuidade, integração e evolução. A seguir, exploro os seis pilares que compõem esse framework e como eles podem ser aplicados por líderes que desejam transformar sua presença em legado.
C – Clareza de propósito: a força de uma Causa Justa
No centro de uma liderança infinita está um propósito claro, autêntico e inegociável. É a Causa Justa — aquilo que dá sentido ao trabalho e inspira as pessoas mesmo diante das dificuldades.
Sem essa clareza, o líder se torna refém das pressões externas e das metas de curto prazo. Como costumo afirmar:
“Quem lidera sem propósito é guiado pelo medo.”
Ter clareza de propósito é decidir com base em significado, e não apenas em retorno imediato.
I – Integridade radical: coerência como base da confiança
Confiança não se pede — se conquista. E ela só nasce onde há integridade radical: uma coerência plena entre discurso, valores e atitudes.
Não basta parecer ético. É preciso ser. Evitar o declínio ético — que geralmente começa com pequenas concessões — exige líderes com coragem para sustentar a verdade, mesmo quando ela incomoda.
A integridade é o espelho da cultura. E a cultura é o que permanece quando o líder se afasta.
R – Relações de confiança: segurança psicológica como estratégia
Simon Sinek fala sobre Equipes de Confiança. Eu traduzo isso como relações humanas verdadeiras.
Criar um círculo de segurança significa permitir que as pessoas sejam autênticas, vulneráveis e colaborativas — sem medo.
Confiança só floresce onde há espaço para errar, aprender e crescer.
E vale lembrar:
“O líder que inspira confiança é aquele que confia primeiro.”
C – Coragem de evoluir: flexibilidade diante da mudança
O jogo infinito não oferece garantias. Por isso, a rigidez é uma armadilha. A coragem de evoluir é o que permite ao líder adaptar-se às novas realidades, desapegar de fórmulas antigas e se reinventar sempre que necessário.
Essa é a essência da flexibilidade existencial. Mudanças profundas pedem decisões difíceis — e a coragem para escolhê-las mesmo diante da crítica ou da incerteza.
Como costumo alertar:
“O líder que não muda, paralisa a organização.”
L – Legado consciente: pensar além da própria gestão
A verdadeira medida de uma liderança não está no que ela conquista, mas no que ela deixa. Legado consciente é plantar hoje o que continuará florescendo amanhã.
É guiar as decisões do presente com base em um futuro desejado. É nutrir a organização como um jardineiro cuida da terra — com visão, paciência e zelo.
O legado nasce da repetição coerente de pequenas atitudes com grande intenção.
E – Espírito de serviço: servir como expressão da liderança madura
No jogo infinito, liderar é servir. É colocar as necessidades das pessoas acima das vaidades pessoais. É facilitar o crescimento dos outros, não controlar.
O verdadeiro líder não carrega pessoas — ele as liberta.
Essa presença generosa, empática e consciente transforma a relação entre líder e liderados em algo profundamente humano e sustentável.
Aplicando o Framework C.I.R.C.L.E. na prática
Adotar esse modelo exige mais do que conhecimento — exige coragem, introspecção e constância. Recomendo aos líderes que:
- Façam autoavaliações regulares com base nos seis pilares
- Criem rituais de liderança consciente nas reuniões e processos
- Estimulem conversas abertas sobre propósito, ética, confiança e evolução
- Incorporem o framework na formação de novos líderes e sucessores
O objetivo é transformar o C.I.R.C.L.E. em cultura viva, e não apenas teoria no papel.
Conclusão: liderar para permanecer
A liderança do futuro não se mede por metas cumpridas, mas por impactos construídos. O jogo infinito exige líderes que abracem o incerto com clareza, coragem e humanidade.
O Framework C.I.R.C.L.E. é meu convite à transformação. Um guia prático para líderes que não querem apenas vencer — querem fazer valer a pena.
Finalizo com a pergunta que me move:
Você está liderando para vencer… ou para permanecer?
Com a convicção de que a humanização e o propósito são a chave para um futuro duradouro,
José Roberto Marques