As emoções são respostas da nossa mente aos estímulos externos que recebemos. Essas reações não podem ser controladas. Nós simplesmente não controlamos se vamos ou não ficar tristes, se vamos ou não dar risada, se vamos ou não nos apaixonar por alguém. Os sentimentos surgem sem pedir autorização, e, por isso, é inútil tentar controlá-los.

No entanto, o que todos nós podemos (e devemos!) fazer é controlar as nossas atitudes. Essas, sim, estão sob o nosso controle. Se alguém bate no seu carro no trânsito, a raiva vai surgir, e não podemos controlar essa emoção. No entanto, podemos controlar a maneira como agiremos com essa raiva — eu posso respirar fundo, descer do carro e resolver o problema por meio do diálogo, ou posso simplesmente agredir o indivíduo que bateu no carro.

O autocontrole, portanto, é um mecanismo de inteligência emocional, designado não para controlar as nossas emoções, mas para controlar as nossas atitudes em relação ao que sentimos. O estresse, a tristeza, a raiva e a ansiedade são emoções com quais devemos aprender a lidar. É isso o que separa os seres humanos dos animais. Não controlamos o que sentimos, mas controlamos a nossa forma de agir, de modo a preservar bons relacionamentos, de maneira civilizada.

A seguir, você confere 10 dicas práticas para que você aprenda a desenvolver o autocontrole:

1. Seja consciente das suas emoções e atitudes

O primeiro passo para lidar melhor com as suas emoções é compreendê-las. Muitas vezes, as pessoas simplesmente ignoram o que sentem, deixam de prestar atenção nas emoções ou as reprimem, pois entendem que sentir emoções é sinal de fraqueza. Isso é um equívoco enorme, pois todo ser humano tem sentimentos, e prestar atenção neles nos permite ser mais conscientes de quem somos, do que queremos e do que não queremos.

Portanto, acolha as suas emoções. Dê um nome a elas: felicidade, raiva, ciúme, medo, preocupação, tristeza etc. Um médico não trata um paciente sem antes obter um diagnóstico. Faça o mesmo: diagnostique o seu estado emocional e o porquê de ele ter surgido.

2. Medite

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A meditação é uma técnica milenar, surgida em algumas culturas religiosas do oriente. No entanto, hoje em dia, ela pode ser praticada por qualquer pessoa, independentemente das suas crenças pessoais. Essa técnica consiste em sentar-se num lugar isolado, com pouco barulho e focar a sua atenção em algo específico, que pode ser um som, uma música, o seu corpo ou a sua própria respiração.

Em longo prazo, a meditação diária, mesmo que por poucos minutos, ajuda as pessoas a compreenderem melhor os seus sentimentos e pensamentos, bem como a viverem no presente (evitando que a mente fique muito tempo no passado ou no futuro). É uma maneira de desenvolver a inteligência emocional e o autoconhecimento.

3. Não seja excessivamente autocrítico

Quando falamos em emoções e atitudes, é importante que as pessoas não se esqueçam de que elas são seres humanos. Nós somos cheios de imperfeições, cometemos erros, e está tudo bem. Faz parte da nossa natureza.

Cada um de nós deve aprender com os próprios erros e procurar ser hoje alguém melhor do que foi ontem, em todas as áreas da vida. No entanto, entre o desenvolvimento contínuo e uma busca pela perfeição (que não existe!), há uma grande diferença. Não procure ser perfeito; procure ser melhor!

4. Pratique atividades físicas com regularidade

As atividades físicas são uma ótima oportunidade para descarregarmos a adrenalina que acumulamos, bem como as emoções negativas do dia a dia — a raiva, o ciúme, o medo, o estresse, a ansiedade, a preocupação etc. Além disso, após algum tempo de prática, o exercício físico estimula a produção de neurotransmissores essenciais à nossa saúde mental, como a endorfina.

Portanto, é fato que o exercício físico beneficia o corpo e a mente, aliviando os estados emocionais negativos. Isso favorece o autocontrole, já que, com a sensação de bem-estar, tomamos atitudes melhores.

5. Encontre maneiras saudáveis de expressar o que você sente

Praticar uma atividade física, como um esporte, é, portanto, uma boa maneira de expressar os seus sentimentos. Quando colocamos as emoções para fora, isso nos desperta uma sensação de alívio, permitindo que sejamos mais racionais e capazes de lidar adequadamente com aquilo que sentimos.

No entanto, o exercício físico é apenas uma das maneiras pelas quais isso ocorre. Você também pode dançar, cantar, escrever, desenhar, pintar, cuidar de animais ou simplesmente ter uma boa conversa com amigos e familiares. Nesses momentos, permita que as emoções apareçam. Não as reprima!

6. Registre as suas emoções em um diário

Por falar em escrever, esse hábito é muito benéfico para a nossa saúde mental. Sempre que colocamos uma informação no papel, o cérebro já não se preocupa em não se esquecer dela, pois ele “relaxa” por saber que ela está ali escrita, podendo ser consultada a qualquer momento.

Portanto, escrever um diário é uma forma de concluir bem o dia, evitando que pensamentos e sentimentos fiquem mal resolvidos, “ruminando” em nossas mentes. Além disso, um diário é um arquivo dos nossos sentimentos e atitudes. Portanto, conectar os nossos comportamentos e emoções aos gatilhos que ocorreram no dia permite que identifiquemos as causas das nossas atitudes, sendo o ponto de partida para o autocontrole.

7. Não reprima, administre

Como citamos anteriormente, reprimir uma emoção é jogar a poeira debaixo do tapete: não é porque você não a vê que uma hora não terá que lidar com ela. Portanto, permita-se sentir e compreender o que sente. Não seja radical, acreditando que sentir tais emoções é errado.

Algumas delas podem ser desagradáveis, mas elas fazem parte da experiência humana. A dica aqui, segundo os psicólogos, é administrar as emoções e controlar as atitudes. O que importa não é tanto o que você sente, mas principalmente o que você faz com aquilo que sente.

8. Converse sobre as suas emoções com pessoas da sua confiança

Por falar em não reprimir emoções, pode ser uma boa ideia falar sobre o que você sente com alguém da sua confiança (que você sabe que não o vai julgar). Nessas conversas, o simples ato de ver que alguém o ouve já oferece um alívio grande.

Além disso, nessas conversas, pode surgir um conselho positivo, ou quem sabe a informação de que há mais pessoas passando pela mesma situação que você. Quando acumulamos emoções apenas para nós, podemos ser “dominados” por elas, o que nos leva a perder o controle.

9. Tenha momentos de lazer e descanso

A vida é repleta de obrigações — com o trabalho, com o banco, com as empresas, com a família, com os amigos, com a comunidade, enfim, com uma série de aspectos. Os momentos de lazer e descanso não devem ser vistos como tempo “inútil”, mas como necessidades básicas de qualquer ser humano.

É nesses momentos que descansamos o corpo e a mente, recuperando as nossas energias para as próximas atividades. A privação do lazer e do descanso nos adoece física e mentalmente, o que também é um empecilho ao desenvolvimento do autocontrole. Portanto, saiba descansar e saiba se divertir!

10. Procure ajuda especializada

Qualquer pessoa pode ter momentos de perda de controle das suas atitudes, o que geralmente ocorre quando as emoções se sobrepõem à voz da razão. Se você perceber que essa ocorrência é frequente ou que está comprometendo muito o seu dia a dia e a sua qualidade de vida, procure ajuda especializada.

Pode ser que você esteja vivenciando algum transtorno da mente, o que exige um tratamento, que pode ser médico (com medicações prescritas por um psiquiatra), psicoterapêutico (com o acompanhamento de um psicólogo, que o conduzirá em reflexões e mudanças de comportamento) ou ambos.

Que as dicas acima o ajudem a compreender as suas emoções e a controlar as suas atitudes em busca de uma vida mais saudável e feliz! Se este artigo fez sentido para você, deixe o seu comentário no espaço abaixo e lembre-se de compartilhá-lo com todos os seus amigos, colegas e familiares, por meio das suas redes sociais!