Essa primeira lei pode ser entendida pelo ponto de vista cognitivo ou contextual. Pelo viés cognitivo podemos entender que todos nós nascemos para aprender, uma vez que, nossos sentidos sensoriais e nosso aparelho neurológico já se apresentam, a esse mundo, ávidos por experimentá-lo e gravá-lo em memórias que se acumulam, geram associações, deduções, hipóteses e, por conseguinte, o que chamamos de conhecimento.
Nascemos projetados para o novo, para a descoberta. Estamos desde a maternidade predispostos ao acumulo de saberes, à vida pulsante e enérgica. As crianças adoram o jardim de infância e os primeiros anos escolares. É claro. Nessa fase qualquer novo som, cor, formato, objeto, gesto, imagem, palavra é motivo de grande alvoroço.
Nossa cognição não para. São centenas de milhares de sinapses enlouquecidas, armazenando todas as informações dentro dessa maquinazinha chamada cérebro.
Podemos também pensar no ponto de vista contextual ou cultural. Embora seja verdade que nosso cérebro está programado para aprender, para acumular informações, isso só é possível se estivermos imersos num contexto em que essas informações estejam dispostas de uma maneira acessível e atrativa.
A exposição ao conhecimento é uma consideração importante. É a famosa polaridade interno/externo. O ambiente deve ser propicio à aprendizagem, ou não há cérebro que consiga desenvolver-se.
O Papel da Consciência no Processo de Aprendizagem
Tendo consciência dessas duas situações continuamos percebendo que é na infância que nossa aprendizagem está borbulhando. Os pais querem expor seus filhos aos “melhores” estímulos: música; dança; esportes; línguas estrangeiras, na esperança de ter crianças mais inteligentes. Esses estímulos geram os intermináveis “porquês” além de algumas saias-justas para os pais mais desprevenidos.
Nossos cérebros estão processando todas essas informações contínua e ininterruptamente. Todos esses processos ocorrem em frações de segundos, eles não são racionalmente percebidos. Nesse caso são mais que informações, são estímulos. Estimulados não apenas reagimos, mas agimos criativamente e acenamos ao novo.
É por isso que quando dizemos que todos nós nascemos prontos para aprender, estamos afirmando que não é a formalização do conhecimento no conteudismo escolar que nos faz mais ou menos inteligente. Não é a escola (ou a faculdade, ou as instituições de Pós-graduação) a dona do conhecimento e dos métodos do conhecimento.
Aliás, os ambientes formais de educação são também responsáveis por criar crenças limitantes como “eu não sou capaz”, “nunca vou ser bom em matemática”, “sou o pior aluno dessa matéria”.
As pessoas querem aprender e todas elas têm a capacidade de aprendizagem. Mesmo com limitações neurológicas, motoras, psiquiátricas, há sempre eventos mínimos em que percebemos que alguém aprendeu algo. É maravilhoso observarmos as pessoas acessando e tomando posse das informações do mundo e mudando sua vida com ela.
Eu sou um apaixonado por ensinar e partilhar conhecimento. Nas empresas como na vida, saber faz toda a diferença. Às vezes perguntamos “Como você sabe disso?” e, geralmente, não há uma resposta convincente. Há muitas coisas que nem mesmo nós sabemos como aprendemos, com quem ou onde.
Essas informações ou comportamentos são internalizados inconscientemente. Não que os professores não sejam importantes, mas também é importante acreditar na nossa capacidade de gerar conhecimento pela nossa própria observação.
A distância entre a educação formal e a educação corporativa é menor que se supõe, uma vez que, embora o objeto do saber seja diferente (ou nem tanto), aprender um ofício ou uma operação matemática pode ter, como pano de fundo, os mesmos pressupostos sobre os sujeitos (que todos são capazes de ensinar e aprender) e sobre o método (não é possível aprender sem nos relacionarmos com o objeto ou as pessoas envolvidas – educação relacional).
Tema interessante, não é mesmo? Então, aproveite e compartilhe estes conhecimentos em suas redes sociais!