Em cada sistema humano — como uma família, uma equipe ou uma organização —, existem princípios invisíveis que mantêm o equilíbrio e promovem a fluidez nas relações. A esse respeito, Bert Hellinger identificou 3 leis fundamentais, chamadas de “ordens do amor” ou “leis dos sistemas”: pertencimento, ordem (hierarquia) e equilíbrio (troca justa).
Essas leis revelam como as estruturas funcionam de forma saudável ou disfuncional e ajudam a compreender padrões que se repetem por gerações ou se manifestam no ambiente profissional.
Aqui no IBC, esse conhecimento se tornou uma valiosa lente para observar as relações, melhorar a comunicação e fortalecer os ambientes por meio de uma abordagem sistêmica, compassiva e transformadora. Quer saber mais sobre as leis dos sistemas? Continue a leitura a seguir e saiba mais!
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As 3 leis dos sistemas, segundo Bert Hellinger
1. Lei da hierarquia ou da ordem
A primeira lei dos sistemas, chamada lei da hierarquia ou da ordem, destaca que, em qualquer grupo humano, existe uma ordem natural que precisa ser respeitada. Bert Hellinger identificou que essa ordem se manifesta de diferentes formas, como a prioridade de quem chegou primeiro em uma família, empresa ou organização.
Por exemplo, em uma família, os pais vêm antes dos filhos, e os filhos mais velhos têm uma precedência em relação aos mais novos. Respeitar essa ordem não significa desigualdade, mas sim reconhecer o papel de cada um dentro do sistema.
Assim, quando alguém tenta inverter posições — como um filho assumir responsabilidades emocionais dos pais ou um funcionário ultrapassar a autoridade do líder sem legitimidade —, surgem conflitos, tensões e desequilíbrios. Na prática, a lei da hierarquia funciona como um alicerce para o bom funcionamento das relações, e reconhecer a ordem ajuda a evitar sobrecarga, abusos de poder ou desrespeito.
Tanto no âmbito familiar quanto profissional, respeitar essa lei traz clareza sobre limites, responsabilidades e papéis, fortalecendo o fluxo saudável de energia e pertencimento dentro do sistema. Assim, a hierarquia é vista não como opressão, mas como um princípio que sustenta a harmonia e a cooperação.
2. Lei do pertencimento
A lei do pertencimento afirma que todos os membros de um sistema têm o direito de pertencer a ele, independentemente das suas falhas, escolhas ou destinos. Bert Hellinger observou que, quando alguém é excluído, ignorado ou rejeitado, o sistema tende a buscar compensações, muitas vezes inconscientes, para restaurar o equilíbrio. Isso pode se manifestar por meio de repetições de padrões em gerações futuras ou conflitos persistentes.
No contexto familiar, por exemplo, um antepassado esquecido ou rejeitado pode influenciar inconscientemente a vida dos descendentes, que passam a carregar sentimentos ou comportamentos que não lhes pertencem. Já nas empresas, colaboradores desconsiderados ou não reconhecidos pela sua contribuição podem gerar desmotivação, alta rotatividade ou até mesmo boicotes.
Por isso, respeitar a lei do pertencimento significa incluir todos os membros, reconhecendo a sua existência e o seu papel, mesmo que tenham trazido dificuldades ao sistema. Esse reconhecimento não significa a aprovação das atitudes erradas, mas sim aceitar que cada um tem o seu lugar.
Dessa forma, quando a lei do pertencimento é respeitada, as relações se tornam mais justas, transparentes e saudáveis. Em qualquer sistema humano, garantir que ninguém seja invisibilizado fortalece os vínculos, promove cooperação e gera um ambiente de mais confiança e segurança emocional.
3. Lei do equilíbrio
A terceira lei dos sistemas é a lei do equilíbrio, que trata da necessidade de haver uma troca justa entre dar e receber. Para Bert Hellinger, toda relação saudável depende desse equilíbrio. Assim, quando alguém dá em excesso sem receber, ou apenas recebe sem oferecer nada em troca, o vínculo tende a enfraquecer ou até se romper.
No âmbito familiar, isso pode ser observado na relação entre casais, em que o equilíbrio é essencial para a manutenção da harmonia. Se apenas um dos parceiros se sacrifica constantemente, acumulando ressentimentos, a relação se torna pesada e desgastante. Já no ambiente profissional, o desequilíbrio ocorre quando os colaboradores entregam muito mais do que recebem em reconhecimento ou remuneração, o que resulta em desmotivação e queda de produtividade.
Nesse sentido, é importante notar que a relação entre pais e filhos segue uma lógica diferente: os pais dão, e os filhos recebem, pois esse é o fluxo natural da vida. No entanto, quando os filhos crescem, são convidados a dar continuidade ao equilíbrio, transmitindo aos seus próprios descendentes ou contribuindo com a sociedade.
Dessa maneira, respeitar a lei do equilíbrio fortalece os vínculos, evita ressentimentos e promove relacionamentos duradouros. Em qualquer contexto, dar e receber de forma justa sustenta o movimento saudável dos sistemas.
Qual é a importância de seguir as leis dos sistemas em diferentes contextos?
As leis dos sistemas propostas por Bert Hellinger não se limitam ao campo das constelações familiares; elas têm grande relevância em diversos contextos da vida. Nas famílias, empresas, escolas ou comunidades, respeitar essas leis garante relacionamentos mais saudáveis, vínculos mais fortes e ambientes mais harmoniosos.
No contexto familiar, as leis ajudam a compreender conflitos, padrões repetitivos e dificuldades de relacionamento. Elas oferecem uma lente para enxergar os problemas não como falhas individuais, mas como dinâmicas sistêmicas que podem ser reorganizadas a partir do reconhecimento e do respeito.
Nas organizações, por sua vez, seguir as leis dos sistemas promove um ambiente mais equilibrado e produtivo. Reconhecer a hierarquia (quem lidera e quem segue), garantir o pertencimento (valorizar cada colaborador) e manter o equilíbrio (troca justa entre dedicação e reconhecimento) fortalece a cultura organizacional e melhora os resultados coletivos.
Já nas comunidades e grupos sociais, essas leis reforçam a importância do respeito, da inclusão e da reciprocidade. Ignorá-las pode gerar exclusões, injustiças ou desequilíbrios que comprometem o bem-estar coletivo.
Portanto, compreender e aplicar essas leis permite que indivíduos e grupos encontrem caminhos mais conscientes e respeitosos de convivência, construindo relações baseadas em ordem, inclusão e equilíbrio — princípios fundamentais para qualquer sistema humano.
E você, querida pessoa, já conhecia as leis dos sistemas, de Bert Hellinger? Qual é a sua opinião a respeito delas? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!