Você é daquelas pessoas que sofrem por antecipação? Só de ouvir a frase “quero conversar com você mais tarde” você já sente borboletas no estômago? Passa a noite em claro antes de uma prova ou de uma reunião importante no trabalho? Então, você sabe o que é preocupação.

Não há nada de errado em preocupar-se, mas, às vezes, essa desagradável emoção parece tomar conta de nossas vidas, não é mesmo? Se este é o seu caso, continue lendo este artigo. Vamos entender melhor o que é a preocupação e descobrir algumas dicas para mantê-la sob níveis saudáveis.

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Por que nos preocupamos?

A preocupação, como o nome sugere, é uma “ocupação antecipada”, ou seja, é uma visualização mental do futuro, porém, focada em tudo o que pode dar errado. Mas se este sentimento é assim tão desagradável, por que ele existe?

Bem, um exemplo clássico é o de que, se o homem das cavernas não tivesse preocupação em caçar, pescar, plantar, coletar alimentos, construir abrigos e desenvolver ferramentas para defender-se de animais, nossa espécie não teria ido tão longe.

O mesmo é válido hoje em dia: sem preocupação, você não cuidaria da sua saúde, não estudaria, não procuraria trabalho, gastaria todo dinheiro que encontrasse pela frente e, certamente, encontraria consequências terríveis.

Isso quer dizer que a preocupação tem uma boa intenção, que é a de fazer com que cada pessoa se prepare melhor para as situações que estão por vir. A preocupação faz com que o aluno estude e, assim, consiga tirar uma boa nota na prova. A preocupação faz com que o funcionário faça um bom trabalho, de modo que mantenha seu emprego e possa prosperar em sua carreira.

Em níveis adequados, a preocupação é importante e necessária para que saibamos prevenir problemas. Mas nem tudo pode ser prevenido. Faz parte da vida.

4 dicas para administrar a preocupação

Preocupar-se para preparar-se melhor antes de uma apresentação é algo positivo. No entanto, quando a preocupação surge, por exemplo, antes de dormir (um momento em que não podemos fazer mais nada, a não ser relaxar e descansar), ela é mais prejudicial do que benéfica.

Isso quer dizer que não devemos acabar com a preocupação, mas administrá-la, ou seja, trazê-la a níveis saudáveis e entender quando ela é produtiva e quando não tem muita serventia.

Há 4 técnicas que a neurociência traz para ajudar as pessoas a lidar com a preocupação e fazer dela algo útil.

1. Aceite suas preocupações

Sabe aquele ditado “aceita, que dói menos”? É bem por aí. Se você está se sentindo preocupado com algo, faça o que por possível para resolver a situação. Se não houver mais nada que você possa fazer, apenas tente relaxar. Jamais “brigue” com seus sentimentos, achando que preocupar-se é errado, ou que você não deveria estar se preocupando.

Esse tipo de pensamento repressivo ou proibitivo causa, na verdade, um efeito rebote, em que a pessoa acaba sentindo-se mais nervosa, estressada e preocupada do que estava antes.

Se você está diante de um momento de preocupação, não tente reprimir esse sentimento. Em vez disso, tente investigar o porquê de essa preocupação ter surgido e se há algo a ser feito. Mas não se sinta fraco ou “errado” por ter esse sentimento. Acolha sua emoção e lembre-se de que não há preocupação que dure para sempre. Isso vai passar.

A meditação mindfulness é uma técnica que ajuda muito nesse sentido. Ela permite que a pessoa apenas identifique suas preocupações e entenda que elas fazem parte da vida, sem tentar controlá-las. Há hora para agir e hora para relaxar. Saiba discernir entre esses dois momentos.

2. Admita que as incertezas fazem parte da vida

Assim como a dica anterior, nossa segunda recomendação também é mais fácil de entender do que de pôr em prática. Entretanto, é possível internalizá-la e compreendê-la melhor com o tempo.

Para evitar o sofrimento e prevenir os problemas da vida, as pessoas gostam de estar no controle das situações. Contudo, nossa vida também é influenciada por fatores externos, que não estão em nossas mãos. Voltando ao exemplo do aluno, ele pode estudar muito antes das provas agendadas, mas, diante de uma prova-surpresa, não há muito o que ele possa fazer, exceto dar o seu melhor na hora de responder às questões.

Assim é a vida: nós nos preparamos para aquilo que conseguimos, mas não podemos prever todos os desafios que vão surgir. E está tudo bem. Aliás, não é raro nos surpreendemos positivamente com nossas próprias habilidades diante desses desafios inesperados. Às vezes, uma preparação excessiva para uma dificuldade pode ser mais prejudicial do que benéfica, enquanto uma atitude espontânea pode trazer bons resultados.

Você sobreviveu até hoje, mesmo diante das incertezas da vida. Portanto, você vai continuar a sobreviver, ainda que não consiga se preparar para toda e cada circunstância que aparecer. Quando a mente compreende isso, os níveis de preocupação diminuem, e nós conseguimos viver com mais tranquilidade.

3. Expresse seus sentimentos

Outra dica bacana para amenizar a preocupação é encontrar um modo de expressá-la. Quando “colocamos a emoção pra fora”, como se diz popularmente, ocorre um efeito psicológico em que nós nos distanciamos dessas emoções, amenizando a intensidade com que as sentimos.

Isso explica o porquê de nos sentirmos bem quando desabafamos com alguém de nossa confiança, ou até mesmo quando escrevemos nossas preocupações num papel. A mente se tranquiliza, pois sabe que aquelas informações que tanto nos incomodam podem ser acessadas em outro lugar — com aquela pessoa com quem desabafamos ou no papel em que escrevemos — e não apenas no próprio cérebro.

Se você, por exemplo, tem uma lista de 6 coisas a fazer no dia seguinte, escreva-as na agenda, ao invés de tentar memorizá-las. O medo de esquecer algo aumenta a ansiedade, o nervosismo e, paradoxalmente, as chances de esquecimento. Em contrapartida, quando encontramos um meio de expressar nossas preocupações, “aliviamos” o cérebro, evitando que ele gaste muita energia remoendo esses pensamentos.

4. Perdoe-se

Por fim, lembre-se sempre do autoperdão, ou seja, da capacidade de perdoar a si mesmo. A origem da preocupação excessiva está numa postura em que o indivíduo é excessivamente crítico consigo mesmo. A pessoa tem um medo tão grande de errar ou de não ser “aprovado” pelas outras pessoas que entra num estado ansioso que só a prejudica.

Ninguém é perfeito. Portanto, cada um de nós deve dar o melhor de si naquilo que se propuser a fazer, mas sem a pretensão de ser impecável. Os erros fazem parte da vida de todos, sem exceções. Aliás, eles podem ser até mesmo vistos com bons olhos, se os interpretarmos como possibilidades de aprendizado.

Dessa forma, não deixe de fazer as coisas por medo de errar, nem puna a si mesmo caso cometa algum erro. Se você colocar isso em prática, perceberá que a sua preocupação ficará mais fácil de ser administrada, mesmo diante das mais complexas e problemáticas situações.

Como você pode perceber, a preocupação é algo importante e necessário em nossas vidas, desde que esteja bem administrada, ou seja, sentida sem excessos. Que as dicas acima promovam mais inteligência emocional nas diferentes áreas de sua vida, e que você encontre felicidade e harmonia em todas elas.

Se você tem mais dicas para não deixar a preocupação tomar o controle, deixe-as aqui embaixo, nos comentários. Além disso, não se esqueça de compartilhar este artigo com seus amigos, familiares, colegas e quem mais possa se beneficiar deste conteúdo.