A queda na taxa de natalidade e o aumento na expectativa de vida têm feito com que a população brasileira acompanhe os padrões demográficos da maioria dos países do globo. Esses dois fatos fazem com que haja um envelhecimento da população do país, o que significa que, em um futuro próximo, teremos cada vez mais pessoas idosas no mercado de trabalho.
A própria idade de aposentadoria tem passado por revisões periódicas, evidenciando que as empresas precisarão se adaptar para ter no seu quadro de colaboradores pessoas mais experientes. Isso esbarra em um problema bem desagradável: o etarismo.
Neste artigo, vamos compreender melhor o que é o etarismo, por que ele ocorre e como podemos evitá-lo, especialmente na vida profissional. Para saber mais sobre o tema, é só dar continuidade à leitura a seguir!
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Etarismo: o que é?
Etarismo é o nome dado a toda e qualquer manifestação de preconceito baseada na idade de um indivíduo. Ele até pode ocorrer com os mais jovens, mas, em geral, costuma ser mais frequente na direção das pessoas mais velhas.
No mercado de trabalho, devido a fatores culturais, ele é particularmente mais acentuado entre as pessoas com 50 anos ou mais. Isso se deve à ideia generalizada e precipitada de que, após essa idade, todo profissional perde capacidade cognitiva e também de realizar as suas funções com qualidade.
Todavia, estima-se que, até 2060, o Brasil tenha mais pessoas idosas do que jovens, devido aos fenômenos demográficos citados no início deste artigo. Por isso, é necessário pensar em adaptações inclusivas aos idosos no mercado de trabalho, permitindo que essa faixa etária possa acompanhar as transformações sociais e culturais que temos vivenciado. Isso inclui a vida profissional, tanto nas empresas públicas como nas privadas.
Quais são as consequências desse problema no mercado de trabalho?
Desde 2003, o Brasil opera legalmente com o Estatuto do Idoso, que protege os direitos dessa expressiva camada da sociedade. Isso foi feito justamente para evitar que as pessoas mais velhas sofressem com preconceito e agressões em casa, na sociedade e no próprio mercado de trabalho. O etarismo provoca um clima organizacional negativo, com conflitos entre colaboradores e perda de autoestima entre as vítimas. Isso faz com que a produtividade das organizações caia.
Esse estatuto defende que o idoso tem o direito ao trabalho, devendo ter respeitadas as suas condições físicas, psíquicas e intelectuais. Isso, portanto, deve se refletir na infraestrutura das empresas, na obediência aos direitos dos colaboradores e no tratamento digno concedido a esses cidadãos, com respeito e sem preconceito.
5 atitudes para lidar com o etarismo nas empresas
Como qualquer tipo de preconceito, o etarismo é prejudicial à saúde mental das vítimas, que se sentem humilhadas por um processo mais do que natural e inevitável: o envelhecimento. Todo mundo vai envelhecer, a menos que haja uma morte precoce. Portanto, devemos agir com respeito em relação àqueles que representam o futuro que nos espera. O mercado de trabalho não deve ficar fora dessas mudanças. Na sequência, você vai conferir 5 atitudes para evitar o problema nas empresas.
1. Recrutamento
Existem diversas descrições nas vagas de emprego que automaticamente excluem as pessoas mais velhas. “Heavy users de redes sociais”, “recém-formados”, “não mais do que 5 anos de experiência”, entre outros, são expressões excludentes. Da mesma forma, evite qualquer restrição de gênero, idade, orientação sexual ou outras características. Nas entrevistas de emprego, as perguntas do entrevistador devem se referir à profissão, e não a suposições relativas à idade dos candidatos, OK? Evite!
2. Mentorias e capacitação
Um meio bastante válido de valorizar as pessoas mais velhas das empresas é promover um programa de mentorias, em que os mais experientes compartilham os seus conhecimentos com os mais jovens. Dessa forma, os colaboradores mais novos percebem que o poder da juventude pode e deve existir em harmonia com a experiência de quem já tem anos ou décadas de profissão. É um meio de reconhecer os mais velhos e de mostrar aos mais novos a importância do respeito à experiência.
3. Políticas internas claras
As empresas também precisam deixar bem claras as regras às quais todos os colaboradores devem se submeter. Isso deve incluir o combate a toda e qualquer manifestação de preconceito, incluindo o etarismo. Assim, desde a contratação de novos colaboradores, eles devem ser informados das punições previstas àqueles que manifestarem qualquer tipo de ofensa preconceituosa. Ensine os valores organizacionais e as regras do estatuto interno desde a admissão dos profissionais.
4. Campanhas de conscientização
Além dessa comunicação mais enfática na fase de onboarding, é importante que a empresa procure sempre abordar na comunicação interna o tema do combate ao preconceito. Palestras, eventos, e-mails, artigos, vídeos e demais materiais (publicados na intranet ou distribuídos em forma impressa) ajudam a reforçar a necessidade de respeitar as pessoas, sem julgá-las ou ofendê-las por determinadas características. Isso, naturalmente, inclui o combate ao etarismo. Reforce essa ideia!
5. Ambiente de trabalho adequado para todas as idades
Por fim, é fundamental que a própria empresa ofereça infraestrutura, treinamentos de capacitação e materiais adequados à execução das tarefas do dia a dia a todos os profissionais. Os colaboradores mais velhos podem precisar de uma ajuda mais intensificada, de modo que é importante que os líderes da empresa também sejam orientados e treinados a lidar de forma respeitosa e adaptada com esses colaboradores mais velhos. Essas são as medidas que tornam uma empresa realmente acessível.
As 5 atitudes acima são os pontos de partida para que as organizações acabem com o etarismo no mercado de trabalho. As pessoas mais velhas podem ser muito capacitadas e acumulam grandes saberes da experiência. Essa troca entre colaboradores de diferentes faixas etárias pode ser bastante enriquecedora, desde que haja respeito e abertura ao aprendizado!
E você, ser de luz, identifica o etarismo no seu local de trabalho? Como? O que pode ser feito ali para evitar o problema? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!
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