Quando falamos em dor, nos referimos geralmente à manifestação física de sintomas desconfortáveis, indicando que algo está errado no nosso corpo. Entretanto, também podemos entender esse termo como os sentimentos negativos que surgem diante das adversidades da vida: a dor psicológica ou emocional.

Mas por que a dor existe? Por que Deus permite que até mesmo pessoas do bem sintam a dor? Por que algumas dores se repetem ao longo da vida? Será que alguns sofrem mais do que outros? Como podemos lidar melhor com a dor? As respostas para essas e outras perguntas, você vai conferir no artigo a seguir!

O propósito da dor

Quando sentimos uma dor física, essa é a maneira que a natureza encontrou de nos comunicar que algo não vai bem no nosso corpo. É assim que descobrimos problemas, recebemos um diagnóstico, tratamos a doença e desenvolvemos novos hábitos de vida, de modo que essa dor não surja novamente.

O mesmo ocorre com as dores emocionais e os sofrimentos em geral que a vida nos apresenta: eles são convites à reflexão, à mudança no que não vai bem. Mas então, por que será que mesmo as pessoas honestas e bondosas também passam por momentos de dor na vida? Por que Deus permite que esses momentos tão difíceis ocorram com elas?

Isso se deve ao fato de que as atribulações da vida nos ajudam a desenvolver a inteligência, a força, a coragem, a humildade, entre outras competências que nos ajudam a alcançar vitórias consideráveis lá na frente. O problema está na mente imediatista do homem, que quer resultados perfeitos agora e que não entende que, muitas vezes, é na dor e no erro que mais aprendemos e evoluímos.

A história de Jó

Jó é um personagem bastante conhecido do Antigo Testamento. Segundo a narrativa bíblica, ele era o homem mais rico do oriente, dono de muitas terras e animais. Tinha 7 filhos e 3 filhas. Era um homem justo, honesto e temente a Deus, como poucas pessoas eram na Terra.

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Um dia, porém, uma sucessão de desgraças teve início na sua vida: ele perdeu todos os filhos em um acidente, pragas mataram todos os seus animais, todas as suas terras foram destruídas, e ele ainda perdeu a saúde, ficando fraco e cheio de feridas na pele. Temente a Deus, porém, Jó jamais se rebelou contra Ele ou perdeu a sua fé.

Ao perceber a lealdade de Jó, Deus lhe concedeu tudo o que havia perdido em dobro. Recuperou a saúde, teve filhos novamente e reergueu-se economicamente, recuperando os seus bens materiais. Viveu de forma abundante até morrer em idade muito avançada.

A história nos ensina que a dor alcança a todas as pessoas, sem distinção, mas a forma como cada um lida com ela é o que faz a diferença. Assim, podemos amaldiçoar a dor e desistir de viver, mas também podemos ter a fé e a paciência, crentes que não há mal mundano que dure para sempre.

Duas opções: sofrimento e crescimento

Dessa forma, podemos entender que a dor bate à porta de todos. Faz parte da experiência humana sentir dor. Ela é inevitável, pois todo mundo tem problemas. Todo mundo mesmo, sem exceção — até aquela pessoa cuja vida você acha que é perfeita.

Viver não é sobre o que acontece conosco, mas sobre o que fazemos com o que acontece conosco. A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional. Sentir dor é igual para todos, mas sofrer significa permanecer nesse estado de dor por um tempo excessivo, lamentando, amaldiçoando, invejando e, por fim, desistindo de viver.

Por outro lado, há pessoas que utilizam os momentos de adversidade para crescer. Elas refletem sobre como podem reverter a situação. Elas pensam também no que poderiam ter feito de diferente no passado, construindo um futuro melhor. Elas sentem dor, mas não permitem que essa dor permaneça com elas para sempre. Em outras palavras, elas ressignificam essa etapa da vida, aprendendo as lições que se apresentam.

A dor que muda os seus caminhos

Quer um exemplo prático? Imagine que 2 homens foram demitidos da mesma empresa na mesma época. Um deles se sentiu arruinado, pois amava aquele emprego. Tentou procurar outra oportunidade, mas não encontrou nenhuma que fosse tão boa quanto a que já tinha. Acabou se endividando durante esse tempo, até que, no desespero, aceitou um trabalho qualquer para conseguir pagar as contas.

O segundo homem, porém, não se sentiu arruinado. A demissão provocou uma dor, é claro. No entanto, também proporcionou uma ressignificação da sua carreira. Ele também tentou encontrar uma nova oportunidade, mas ouviu muitos “nãos”. Foi então que ele ressuscitou uma ideia de empreendimento antiga, que já tinha enterrado na sua mente. Ao lado de um amigo, iniciou um novo negócio, com todas as dificuldades típicas do começo, mas, aos poucos, conseguiu crescer e prosperar.

Isso revela que a dor, muitas vezes, é um chamado para uma mudança de rumo. Quando os sinais de um caminho dão errado com muita frequência, talvez seja melhor tentar de outra maneira. A flexibilidade ameniza a dor. Aliás, ela pode nos tirar da zona de conforto (como no emprego antigo do exemplo citado) e nos impulsionar para resultados verdadeiramente extraordinários.

Interferências externas X a sua própria responsabilidade

A diferença de postura entre as pessoas é nítida quando lidam com a dor. Alguns culpam o clima, o vizinho, Deus, o governo, o chefe, a esposa, e por aí vai. Outros, porém, aceitam que nem tudo está sob o seu controle, mas assumem a sua parcela de responsabilidade sobre os acontecimentos da vida.

Deus não é um operador de robôs. Isso significa que ele não interfere nas nossas vidas a todo instante. Ele nos guia, mas também permite que nós trilhemos os nossos caminhos — de modo que possamos aprender com os erros, recomeçar e evoluir, mesmo sentindo dor em algumas ocasiões.

É como um professor: ele não vai estar com o aluno na hora da prova. Mas ele vai corrigir os erros e orientá-lo para ter um melhor desempenho na próxima oportunidade. Isso não quer dizer que o professor é cruel, mas que ele quer que o aluno caminhe com as próprias pernas. Sem esse processo, nós jamais desenvolveríamos a autonomia e a autorresponsabilidade — ingredientes fundamentais para que possamos lidar bem com a dor e progredir em todas as áreas da vida.

Dores recorrentes

Seguindo a analogia, se esse aluno não for capaz de aprender com os erros ou mudar de atitude, a sucessão de resultados negativos fará com que ele seja reprovado e tenha que fazer aquela série escolar de novo. Algo semelhante acontece na vida em geral.

Os obstáculos que surgem no nosso caminho têm um propósito de nos conceder alguma lição valiosa. Se a lição não é aprendida, essa dor será sentida novamente, de diferentes maneiras, até que, enfim, possamos aprender os ensinamentos. Infelizmente, algumas pessoas só aprendem a dirigir sem beber álcool quando passam por colisões e acidentes, por exemplo.

Por isso, ao sentir uma dor profunda, independentemente do momento da vida pelo qual você esteja passando, não se rebele ou amaldiçoe a sua existência. Para e reflita: o que Deus quer que você aprenda nesse momento? Nada é por acaso. Se você simplesmente se negar a aprender com as diferentes circunstâncias da vida, as mesmas dores vão se repetir nos seus dias. É o aprendizado que fará com que você quebre esse ciclo, evolua e prossiga na próxima série da vida.

E você, querida pessoa, como lida com as dores? Lamenta e desiste? Ou aprende e dá a si mesmo um destino melhor e mais vitorioso? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!