“A vida é a arte do encontro”, como dizia Vinícius de Moraes. Toda pessoa “se encontra” com outras ao longo da vida, pelos mais diversos propósitos. Ela nasce no seio de uma família que a acolhe, forma círculos de amizade, encontra colegas de profissão em seus diferentes empregos e envolve-se com companheiros amorosos.

No entanto, tão importante quanto lidar com os encontros da vida é saber lidar com a hora de dizer “adeus”. Às vezes, isso ocorre apenas na hora da morte, mas há casos em que essa separação precisa acontecer antes. São relacionamentos que já não satisfazem, amizades que parecem ter perdido o sentido, ou mesmo empregos que não cabem mais nos planos de vida.

Você já passou por esses momentos? Sabe lidar adequadamente com eles? Então, continue a leitura da reflexão a seguir.

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Todo adeus é um novo começo

Para que saibamos efetivamente lidar com as separações da vida, precisamos aceitar uma das suas características principais: a impermanência. Na vida, nada é permanente. Tudo é efêmero. Tudo é passageiro. É claro que toda pessoa gostaria de encontrar um lugar confortável e permanecer nele o máximo possível de tempo. A questão é que o nosso próprio conceito de “lugar confortável” muda com frequência.

Você com certeza já teve um momento de achar que quando tal coisa acontecesse, você seria a pessoa mais feliz do mundo, não é mesmo? Então, essa coisa aconteceu, e você percebeu que não era exatamente o que você esperava. Isso faz parte da experiência humana. Estamos sempre alcançando objetivos, mas, imediatamente depois, queremos algo novo. A insatisfação é o que nos move, e é também o que nos leva à mudança.

Esse desapego pode parecer frieza, mas não é verdade. Ele consiste apenas em aceitar que os acontecimentos da vida são ciclos, ou etapas de um projeto maior. Ao longo da trajetória, uma pessoa muda de casa, muda de emprego, muda de cidade, muda de amigos, muda de relacionamento, muda as suas preferências, muda até alguns traços de seu ser, se julgar necessário.

Por isso, a essência da mudança é saber dizer “adeus”, de modo que um novo começo ocorra. E é preciso ter esperança e fé de que esse novo começo proporcionará mais felicidade do que o momento anterior. Para isso, porém, precisamos saber dizer “adeus” àquilo que não condiz mais com quem somos agora.

Um adeus a si mesmo

Em alguns momentos da vida, precisamos dar um “adeus a nós mesmos”. É como se uma versão antiga nossa precisasse morrer para que uma nova e mais feliz pudesse nascer.

Aliás, essa é a essência do desenvolvimento pessoal. Todos nós nascemos com traços específicos que dominam a nossa personalidade, mas podemos (e devemos) sempre lapidá-los. Você pode, por exemplo, ter sido um adolescente extremamente impulsivo e rebelde, mas a maturidade passa a demandar de você uma postura de mais consciência e responsabilidade sobre as suas ações.

Os momentos da vida e as demandas que eles trazem consigo exigem que saibamos dizer “adeus” à fase anterior. Precisamos dizer “adeus” à nossa dependência dos pais, às amizades que já não fazem muito sentido, a determinadas ideias que já não nos parecem mais corretas.

Nas palavras de Guimarães Rosa, “viver é um eterno rasgar-se e remendar-se”. Ou seja, precisamos nos despedir de quem um dia fomos e das ideias em que um dia acreditamos, de modo que versões novas e melhores surjam.

Esse momento, contudo, não precisa ser triste. Ao contrário, ele revela uma evolução. É essencial que saibamos dar valor a tudo aquilo que foi vivido e a tudo aquilo que aprendemos com cada situação. Contudo, para que apegar-se a um estilo de vida que já não nos traz mais felicidade?

Um adeus a um estilo de vida

Na nossa trajetória, estamos sempre construindo imagens do que seria uma vida perfeita. Isso, naturalmente, inclui a vida profissional, afinal de contas, é por meio dela que damos vida aos nossos talentos e, a partir disso, obtemos a remuneração necessária ao nosso viver.

No entanto, tanto quanto a vida pessoal, a vida profissional também passa por mudanças. Não existe a profissão perfeita, mas, mesmo assim, todos nós precisamos encontrar aquela que nos motive a trabalhar diariamente, com um mínimo de prazer e satisfação.

Contudo, somos obrigados a fazer escolhas profissionais em tão tenra idade, que acabamos percebendo, com o passar do tempo, que há outras vocações que nos fazem mais sentido. Por isso, sair de uma área profissional e ir para outra ou simplesmente sair de um emprego para partir para um novo da mesma área são pequenas manifestações de “adeus” que devemos dar.

Para cada “sim” que dizemos na vida, automaticamente dizemos “não” às outras opções disponíveis. É cruel, mas é como devemos aprender a agir. Viver é escolher e, quanto mais profundamente conhecermos a nós mesmos, mais felizes serão os resultados das nossas escolhas.

Um adeus ao outro

Por fim, é claro que também precisamos saber dizer “adeus” ao outro. Com exceção de familiares, os outros tipos de relacionamento que mantemos em nossas vidas são frutos de nossas escolhas. Estamos falando das amizades e dos relacionamentos amorosos.

Nesses dois contextos, precisamos atrair indivíduos que, mesmo com as suas diferenças, tenham algum tipo de sintonia conosco. O jeito de ser de cada um é único, e é preciso que saibamos lidar com as individualidades daqueles que compartilham a vida conosco.

Em qualquer relacionamento, precisamos ter paciência e flexibilidade. No entanto, há circunstâncias em que deixamos de ser nós mesmos apenas para agradar ao outro — e nem sempre recebemos algo em troca disso.

Num relacionamento, ninguém deve deixar de ser quem é. Isso seria anular a sua própria personalidade e, consequentemente, a sua felicidade. Se isso acontece, é sinal de que essa relação não é saudável. E, nesses contextos, precisamos ter a maturidade para reconhecer quando não vale mais a pena investir nessa relação.

É algo doloroso, mas mais doloroso ainda é viver uma vida infeliz, inautêntica e sem rumo, apenas pelo “conforto” de ter alguém ao lado. Toda relação deve ser pautada em amor, não em dependência emocional ou em medo de ficar sozinho. Por isso, às vezes, precisamos dizer “adeus”, em nome de nossa própria felicidade.

O caminho da evolução

No momento do adeus (seja na vida pessoal ou profissional), pode haver uma sensação de retrocesso na vida. Contudo, é importante ressaltar que essa sensação é ilusória. Sempre que abrimos mão de algo que já não nos faz verdadeiramente felizes, estamos dando um passo para trás para que possamos dar dez para frente.

Há coisas na vida que simplesmente “não têm futuro” — ideias, comportamentos, crenças, empregos, amizades, amores. A mudança que tanto pode ser benéfica a você está na coragem de fazer as escolhas que tanto te põem medo. Mas o tempo é um sábio professor, que lhe mostrará por quais razões vale a pena lutar e por quais não. Saiba ouvi-lo!

Por fim, não tenha medo de fazer as suas escolhas. Se você não as fizer, alguém as fará por você, o que reduz consideravelmente as suas chances de ser feliz. Seja você mesmo, viva com autenticidade e, sempre que necessário, diga “adeus” ao que não mais pertence à sua vida e à sua felicidade.

Que as reflexões acima sejam luzes em sua trajetória. Se você gostou dela, deixe o seu comentário no espaço abaixo. Além disso, não se esqueça de compartilhar este artigo em suas redes sociais. Promova esta reflexão em direção aos seus amigos, colegas, familiares e a todos aqueles que dela possam se beneficiar!

Imagem: Por Jaromir Chalabala