O conceito de integridade é definido no dicionário Priberam como: “qualidade de íntegro; caráter daquilo a que não falta nenhuma das suas partes”. Em sentido figurado, aparece também como sinônimo de retidão e honradez.

Assim, o primeiro significado diz mais respeito à chamada integridade física, que se refere ao estado físico de objetos e até mesmo de pessoas. É comum, por exemplo, ouvirmos dizer que a desatenção ao trânsito pode colocar em risco a integridade física das pessoas, como é o caso de um acidente.

No entanto, o foco deste artigo consiste mais no segundo significado de integridade, que diz respeito à chamada integridade moral. Uma pessoa é considerada íntegra quando age com ética e respeito, mantendo essa retidão de caráter por onde passe. A integridade de alguém é a mesma onde quer que esteja, pois, se alguém demonstra integridade no trabalho, mas não em casa, por exemplo, já deixou de ser íntegro.

Uma pessoa é ou não é íntegra. Não há como ser mais ou menos. A integridade de uma pessoa é composta por diferentes qualidades que serão explicadas nos próximos parágrafos. Além disso, se você deseja compreender a relação entre a integridade e o autoconhecimento, é só continuar lendo este artigo. Vamos lá?

Os 7 pilares da integridade

1. Respeito

O respeito é o primeiro e mais óbvio traço de caráter de alguém que é íntegro. Ele consiste em agir com consideração, deferência e estima pelas pessoas. Isso é válido para todas as pessoas de nosso convívio, como familiares, amigos e colegas de estudo e de trabalho.

Respeitar alguém é não invadir o espaço do outro, não agir com o outro de uma maneira que você não gostaria que agissem com você, ou mesmo fazer pelo outro algo que você gostaria que fizessem por você.

Ser gentil, educado, dizer “por favor” e “obrigado”, não falar mais alto do que o necessário, não interromper a tarefa de outra pessoa, bater à porta antes de entrar e jamais entrar num assunto que deixe a pessoa desconfortável são alguns dos comportamentos mais básicos do respeito, que devem ser aprendidos ainda na infância.

2. Moral e ética

O conceito de moral diz respeito aos costumes e hábitos de uma determinada cultura. Se alguém trabalha numa empresa com alta consciência ecológica, por exemplo, imprimir dezenas de páginas desnecessariamente é uma conduta que está fora da moral daquela empresa. Pessoas íntegras procuram respeitar esses hábitos, de acordo com o local em que estejam. Época, país e religião são alguns dos fatores que promovem mudanças na moral de uma sociedade para outra.

A ética, por sua vez, tem um caráter mais universal e permanente, e consiste numa reflexão mais profunda. Agir com ética significa agir de uma maneira que não interfira negativamente na sociedade como um todo e que, ao mesmo tempo, não interfira na individualidade dos outros.

Não se apropriar do que não te pertence e não prejudicar o outro em benefício próprio são atitudes de alguém com moral, ética e, consequentemente, integridade.

3. Tolerância

Ao mesmo tempo em que as pessoas íntegras têm fortes princípios éticos e morais que norteiam suas ações, elas sabem que também é preciso ser tolerante. Tolerância é a capacidade de aceitar as diferenças e entender que há pessoas que nem sempre vão concordar conosco ou agir da mesma forma.

Tolerar é permitir que cada um seja do jeito que é, evitando julgamentos, já que cada pessoa é dona de seu próprio ponto de vista. Contudo, a tolerância não deve ser confundida com a permissividade, que consiste em consentir ou omitir-se diante de atitudes sabidamente prejudiciais.

4. Humildade

A tolerância anda de mãos dadas com outro princípio básico da integridade: a humildade. Ser humilde não significa humilhar-se nem inferiorizar-se às outras pessoas. Ter humildade é reconhecer que cada pessoa tem o seu valor e que ninguém é melhor do que ninguém.

A pessoa íntegra e talentosa não precisa afirmar-se a todo instante sobre seus feitos e qualidades. Suas próprias atitudes demonstram isso de modo natural. As pessoas íntegras são livres de arrogância e vaidade e estão dispostas a ajudar o próximo e a pensar coletivamente, sem sombra de egoísmo.

5. Desapego

Outro aspecto muito importante das pessoas íntegras é o desapego. Há pessoas que acreditam que a felicidade está nas posses de bens materiais. No entanto, faz parte da integridade reconhecer que as posses são instrumentos que nos auxiliam a ter uma vida mais feliz e de mais qualidade, mas não são eles o significado da felicidade.

Pessoas íntegras valorizam muito mais as experiências e pessoas que fazem parte de seu convívio do que as coisas. Objetos são passageiros, e até mesmo algumas pessoas passam por nossas vidas e se vão. Assim, o desapego evita as nossas frustrações e permite que saibamos conduzir a vida com mais leveza.

6. Altruísmo

Altruísmo significa pensar no outro e em suas necessidades, deixando de tomar a si mesmo como a única pessoa que importa. É o antônimo do egoísmo. Pensar no outro, ser solícito e até mesmo solidário também são marcas de integridade, seja na vida pessoal, seja no ambiente de trabalho.

O altruísmo traz consigo outro importante componente da integridade que é a empatia, ou seja, não apenas a capacidade de pensar no próximo, como também de realmente colocar-se no lugar dele. É um traço dos íntegros pensar nas dores, nos problemas e nas necessidades do outro, procurando auxiliá-lo de alguma maneira.

7. Gratidão

Por fim, a pessoa íntegra sabe ser grata. É grata a todos aqueles, de que alguma maneira, lhe ajudaram, colocando-se também à sua disposição para retribuir o favor. Além disso, a pessoa íntegra sabe reconhecer o valor das coisas simples da vida – a natureza, o ar, a água, o alimento, a moradia, o emprego, o estudo, enfim, cada pequena conquista que, no fim das contas, constrói uma história de sucesso.

Quando agradecemos por tudo aquilo que possuímos, é como se comunicássemos ao universo que estamos prontos para receber mais e conduzir nossas vidas a um novo patamar. Por isso, pessoas íntegras sempre agradecem por suas conquistas, das pequenas às grandes. É assim que conquistam a prosperidade.

Por que o autoconhecimento nos torna mais íntegros?

O autoconhecimento é um exercício diário de observação e análise de nossos próprios comportamentos, atitudes, traços de personalidade, pontos fortes e pontos a serem melhorados.

Toda vez que uma pessoa faz essas autoavaliações, ela se compromete a dar continuidade àquilo que está indo bem e também a melhorar e aprimorar o que pode ser desenvolvido. Ou seja, é um exercício que estimula a humildade, a ética, o respeito, a gratidão, enfim, todos os itens citados que compõem o caráter de uma pessoa íntegra.

Conhecer a si mesmo é investir em nossa própria integridade. Dessa forma, o autoconhecimento é um ponto de partida para quem deseja tornar-se uma versão melhor de si mesmo a cada dia. Esta é a grande preocupação dos íntegros: nós não precisamos ser melhores do que as outras pessoas, mas apenas sermos melhores hoje do que fomos ontem – o que, com certeza, já não é pouca coisa.

E você, quais dos traços acima são os pontos fortes de sua integridade? Quais são aqueles que você sente que ainda precisa desenvolver mais? Deixe suas respostas nos comentários abaixo e não se esqueça também de compartilhar este artigo com quem mais possa se beneficiar dele.