Como você descreveria a sua relação com o seu chefe? Ela é estritamente profissional? Ou há algum laço de amizade, que extrapola os assuntos de trabalho, entre vocês dois? Há alguns profissionais que se consideram amigos dos seus chefes ou dos seus colaboradores.
Mas será que essa amizade é bem-vinda? Quais são os benefícios desse fator? Quais são as desvantagens dessa amizade entre níveis diferentes da hierarquia organizacional? Em resumo: dá certo ser amigo do chefe? Não há uma resposta definitiva, mas este artigo pode trazer informações para enriquecer a discussão. Acompanhe-nos na reflexão a seguir!
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Amizade com o chefe: pode dar certo?
Sim. Pode dar certo. É raro, mas pode funcionar. Chefe e funcionário tendem, naturalmente, a apresentar comportamentos quase antagônicos: um faz, enquanto o outro cobra. Se os dois conseguirem dar conta das suas respectivas obrigações e desenvolver uma amizade sem comprometer essa dinâmica profissional, maravilha.
A questão é: quem consegue separar perfeitamente a vida pessoal da vida profissional? Essa separação demanda muita maturidade. Talvez você que esteja lendo este artigo agora pense: “Ah, mas eu sou maduro e sei separar as coisas”. Bem, mas e quando o seu chefe o critica por um erro cometido? Você sente vontade de ser amigo dele? Se houver essa maturidade, de verdade, então, pode dar certo.
O que pode dar errado?
Por outro lado, há muitos pontos de atenção nessa delicada relação. Confira o que pode dar errado quando o chefe e o colaborador são amigos.
1. Favoritismos e ciúmes
Imagine que você, chefe, tenha que escolher algum dos seus subordinados para uma promoção, sendo que você é um grande amigo de um deles. Se você conceder a promoção para o seu amigo, mesmo que de fato haja merecimento, pode ser que os demais membros da equipe acreditem que você o promoveu apenas pela amizade.
Já se você não o promover, talvez fique um clima estranho entre vocês dois, por mais que haja justificativas sólidas para a sua decisão. Percebe como é um jogo delicado? Os “termos” dessa relação precisam estar bem d efinidos antecipadamente, justamente para prevenir constrangimentos do tipo.
2. Avaliações tendenciosas
Além do clássico exemplo da promoção, momentos mais típicos do dia a dia também podem revelar certo favoritismo. Quando um chefe é muito amigo de um colaborador, ele pode ser mais tolerante com os erros que o funcionário cometer do que seria se esses erros tivessem sido cometidos por outro profissional. Ele também pode dar preferência às ideias desse colaborador, ignorando as dos demais.
Em outras palavras, se não houver maturidade e responsabilidade, esse chefe pode “passar pano” para o amigo, gerando indignação entre os outros profissionais. Além disso, sem um feedback justo e correto, esse amigo do chefe pode deixar de aprender e de aprimorar as suas competências de trabalho, tornando-se um mau profissional.
3. Informalidade e exposições constrangedoras
Entre amigos, é comum que haja determinados comportamentos: chamarem-se uns aos outros por apelidos, compartilharem histórias pessoais (inclusive situações engraçadas ou constrangedoras), fazerem brincadeiras entre si, combinarem viagens e festas no meio das reuniões, entrarem na sala uns dos outros sem aviso prévio, postarem fotos nas redes sociais em situações informais, e por aí vai.
Quando esses comportamentos ocorrem em um ambiente de trabalho, há uma informalidade excessiva. Isso pode levar os outros colaboradores a se sentirem constrangidos, ou mesmo enciumados por não terem as mesmas liberdades. Isso sem falar que há uma exposição excessiva da vida pessoal dos envolvidos.
4. “Privilégios” do dia a dia
Outra questão que pode ocorrer é que os demais colaboradores percebam o amigo do chefe como um privilegiado. Pode ser, por exemplo, que ele receba notícias em primeira mão, enquanto os outros funcionários permanecem “no escuro” acerca de decisões importantes da empresa.
Isso pode gerar inveja e fortalecer o ciúme da equipe diante de um colaborador privilegiado, que consegue se antecipar diante dos fatos e decisões do líder, o que pode prejudicar os companheiros.
5. Problemas de relacionamento com os demais colaboradores
Em consequência de tudo o que já foi dito, se um funcionário é visto como o queridinho do chefe, os outros colaboradores podem gostar menos dele. É como ocorre nas escolas: o aluno queridinho do professor quase sempre tem dificuldade de se relacionar com os colegas de classe.
Além disso, os outros funcionários podem ter medo de cometer erros ou de dar as suas opiniões perto desse colaborador, com medo de que ele repasse as informações ao chefe. O medo de ser vítima de uma fofoca pode levar os membros da equipe a se portarem de modo diferenciado quando o amigo do chefe está por perto.
6. Mistura da vida pessoal com a vida profissional
Por fim, misturar a vida pessoal com a vida profissional pode ser muito difícil. O chefe e o colaborador podem ter uma amizade maravilhosa, mas, com o passar do tempo, o chefe pode perceber que o funcionário é incompetente e comete erros imperdoáveis. Ou, então, o funcionário pode perceber que o chefe não é um bom líder e que não é claro nas suas solicitações.
Esses cenários poderiam ser resolvidos com uma conversa franca, em que os dois expõem as suas insatisfações em um feedback ético e sincero. Todavia, sendo amigos, será que eles realmente teriam essa conversa? Ou a adiariam o quanto fosse possível para não comprometer a amizade?
Dá para fazer amizade com um superior?
Como podemos perceber, há muitas dificuldades que podem ocorrer nessa amizade entre um chefe e um funcionário. Isso significa que é impossível que essa relação ocorra? Certamente, não. Essa amizade pode existir, desde que haja maturidade.
Os dois envolvidos precisam sentar e conversar, esclarecendo que ambos têm obrigações profissionais que precisam ser separadas da amizade. Não é porque os dois são amigos que o chefe vai deixar de corrigir os erros do colaborador, ou que o colaborador vai concordar com tudo aquilo que o chefe disser ou fizer. Essa relação só será saudável se os dois estiverem conscientes disso e dispostos a não levarem os conflitos profissionais para o lado pessoal. É um processo difícil, mas não impossível!
E você, querida pessoa, já teve amizade com algum chefe ou colaborador? Acredita que essa amizade seja possível? Qual é a sua opinião? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!