O amor patológico ultrapassa os limites do que é aceitável, tanto para aquele que ama como para quem é amado. Amar pode ser uma experiência enriquecedora e saudável para a vida de muitos indivíduos, no entanto, nem todo mundo consegue administrar esse sentimento com equilíbrio. Será que você sabe diferenciar o amor saudável do patológico? Continue esta leitura e entenda as diferenças entre esses dois tipos de manifestações emocionais.
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Amor patológico x amor saudável: Afinal quais são as diferenças
O que é o amor para você? Um dos sentimentos mais importantes na vida das pessoas, não tem uma definição única, cada indivíduo tem um ponto de vista a respeito, baseado em suas crenças e valores. No entanto, independente do entendimento, há o consenso de que não pode ser algo que faz mal, que causa dependência ou que prejudica os envolvidos.
A seguir, vou apresentar as principais diferenças entre o amor saudável e o amor patológico. Leia com atenção e aprenda a identificar se você está sentindo ou sendo alvo de um tipo de sentimento que pode levar alguém a fazer tudo, menos amar na essência e de modo equilibrado.
Autoestima
O amor saudável estimula sentimentos positivos no indivíduo que ama e no que é amado, e a autoestima é uma das principais beneficiadas. Quem ama de forma equilibrada quer que a outra pessoa saiba o quanto é inteligente, bonita interna e externamente, inteligente e especial, e não tem problemas em dizer isso e alimentar a autoconfiança do outro.
Já em uma relação em que o amor é patológico, há o medo de quem ama de que o parceiro entenda o quanto é bom e possa se mostrar interessante para os demais. Dessa forma, é comum atitudes que sabotam a autoestima do outro, como, por exemplo, comentários negativos a respeito de sua aparência, capacidade intelectual e talentos profissionais.
Diálogo
Uma relação baseada em um sentimento saudável tem um diálogo fácil e franco entre as partes. Se existe um problema, há uma conversa com argumentos maduros para tentar chegar a um denominador comum, sempre com muito respeito. Porém, se existe algum traço de patologia no relacionamento em questão, não há conversa e sim brigas intermináveis em que coisas dolorosas e irreversíveis podem ser ditas. Em casos mais graves, até mesmo agressões podem ocorrer.
Espaço
Uma relação feliz e saudável se baseia na existência de três espaços distintos: o seu, o do outro e aquele que é compartilhado. Pessoas que se amam gostam de passar um tempo juntas, mas também compreendem que precisam sair com seus amigos, estar ao lado de sua família e realizar atividades individualmente. Essas três esferas precisam coexistir com respeito de ambas as partes. E, ao contrário do que muitos pensam, o espaço não afasta o casal, muito pelo contrário, pois permite que se relacionem com leveza e sem cobranças.
Já o amor patológico gera uma dependência, que em situações mais graves pode ser comparada à dependência química, que faz com que o indivíduo não tenha o desejo de ter momentos com outras pessoas distante do alvo do seu amor. O objetivo é sempre estar com a pessoa amada, quando está longe sente que não conseguirá cumprir as suas tarefas, até respirar parece difícil. Há, inclusive, algo que se assemelha a uma crise de abstinência da pessoa amada.
Paz interior
Amar alguém deve ser algo positivo e leve para a sua vida, pois um relacionamento saudável se baseia em ter paz interna em relação ao sentimento que se tem. Mesmo quando se está vivendo um momento mais delicado na relação, o que é perfeitamente normal, há equilíbrio e bem-estar no que se refere à maneira como se ama.
Por outro lado, se o amor é patológico, não existe paz para esse sentimento. Em vez de trazer alegria, ele machuca e corrói o indivíduo que o sente por dentro. A pessoa passa a sentir raiva e uma intensa angústia por acreditar o tempo todo que poderá ser abandonado pelo outro e que isso fará com que não consiga mais viver.
Ciúmes
Sentir ciúmes quando se está em um relacionamento é normal, porém, há um limite aceitável para esse sentimento. O amor saudável pode ficar enciumado em determinadas ocasiões, mas consegue avaliar se é uma sensação justificável ou não. Quando chega à conclusão de que é, chama o seu par para conversar e resolve tudo com tranquilidade.
Em uma relação patológica, os ciúmes, de maneira geral, não têm motivações reais, a pessoa passa a criar situações na sua cabeça e acredita que elas são mesmo verdadeiras. Não é normal brigar porque uma desconhecida na rua olhou para o seu parceiro ou porque um amigo curtiu a foto da namorada em uma rede social. Além disso, nenhuma situação, real ou não, justifica agredir o outro, verbal ou fisicamente.
Convivência
Uma relação saudável, seja de namoro ou de casamento, prevê que cada um tenha o seu espaço, como mencionei acima, e as suas próprias ocupações. Isso não gera desentendimentos, pois há um entendimento a respeito da importância de seguir a vida normalmente para além do relacionamento. Dessa maneira, a convivência entre o casal é pacífica e agradável.
Já em se tratando do amor patológico, não existe esse entendimento e o indivíduo pode se tornar controlador, ligando e mandando mensagens o tempo todo para saber onde está o seu parceiro, vasculhando seus bolsos, seu celular, suas mensagens. O passo seguinte é querer as senhas das redes sociais da outra pessoa e passar a interferir na privacidade dela de modo ainda mais intenso.
Por que o amor patológico acontece?
A principal causa para esse sentimento parece ser a autoestima baixa daquele que ama. A pessoa não consegue ver a si mesma de uma forma positiva, de maneira que não acredita ser boa o bastante para que o outro permaneça ao seu lado por livre e espontânea vontade.
Caso esteja em uma relação assim e perceba os comportamentos descritos em seu par, reflita a respeito. Será que vale a pena estar em um relacionamento em que não tem espaço para ser quem é? Caso seja você a parte que sente esse amor patológico, procure ajuda especializada, pois você pode aprender a lidar com o que sente e, assim, superar o medo de perder quem ama.
Você já viveu uma história envolvendo amor patológico? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo e, quem sabe, ajude outras pessoas que estejam passando pela mesma situação.
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