Durante séculos, acreditamos que a mente humana só poderia ser curada pela razão, pela análise e pela lógica. Mas a experiência mostra que o que realmente transforma o ser humano não é o pensamento, é o sentimento. A cura acontece quando o corpo, o cérebro e a alma registram uma nova emoção mais forte do que todas as anteriores.
Neste artigo, você vai compreender o poder da emoção dominante, um conceito que une espiritualidade e neurociência para revelar que uma única emoção pode curar toda uma história.
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A emoção dominante: a nova lente da cura
A Psicologia Marquesiana propõe uma visão revolucionária: a cura não acontece pela explicação racional da dor, mas pela vivência profunda de uma emoção curadora.
Cada emoção que experimentamos cria um campo energético, uma espécie de assinatura vibracional que orienta o modo como percebemos o mundo. Quando uma nova emoção surge, mais intensa, coerente e cheia de amor, ela reprograma as conexões neurais antigas e redefine a nossa história emocional.
Imagine um homem que carrega memórias dolorosas com sua mãe. São seis lembranças marcantes, sendo cinco com intensidade emocional entre 3 e 8, e uma com nota 10, o trauma maior. Pela psicologia tradicional, ele precisaria revisitar cada uma, reviver, chorar, reinterpretar. Mas há outro caminho: a emoção dominante.
A ciência por trás da emoção
Pesquisas de Stephen Kosslyn (Harvard) mostraram que o cérebro não distingue o real do imaginado, para ele, imaginar é viver.
Quando o homem visualiza sua mãe ainda criança, a abraça e a abençoa com amor e perdão, ele desperta uma emoção de intensidade superior à dor original.
Nesse momento:
- A amígdala cerebral é desativada.
- As memórias dolorosas perdem força.
- O cérebro registra uma nova experiência.
- A alma reconhece uma nova verdade.
- O subconsciente autoriza a reconciliação.
Joseph LeDoux, referência em neurociência emocional, demonstrou que o cérebro reage não ao fato em si, mas à percepção emocional. Assim, quando a emoção de amor é mais forte do que a lembrança de dor, a estrutura neural do trauma se reorganiza.
Da mesma forma, Candace Pert revelou que as emoções são bioquímicas: elas produzem substâncias que percorrem todo o corpo, moldando nossa realidade física e psíquica. Quando a emoção é positiva, liberamos dopamina, serotonina e ocitocina, os hormônios da cura e da reconexão.
O papel dos três selfs na reconciliação
Na Psicologia Marquesiana, o ser humano é visto como a união de três selfs:
- Self 1, o racional: analisa, interpreta, mas não acessa a raiz emocional da dor.
- Self 2, o emocional: sente, acredita, imagina. É o espaço da fé e da alma viva.
- Terceiro Self, o guardião subconsciente: arquiva, protege e integra novas verdades emocionais quando há segurança.
A emoção dominante entra pelo Self 2. Quando o Terceiro Self aceita essa emoção, o registro inconsciente é reprogramado e o homem deixa de carregar múltiplas dores para viver a força de uma nova emoção central que redefine todo o campo afetivo da sua história.
O amor imaginado é amor real
Como dizia Jung, “os símbolos têm mais poder de transformação do que os conceitos.”
A imagem simbólica, o homem abraçando sua mãe-criança, não é um simples exercício mental. É um portal de reconciliação.
Nesse instante, a alma reconhece a pureza original, a dor é ressignificada e o ciclo do sofrimento é interrompido por um novo campo emocional: o amor com intensidade superior à dor.
Mesmo que imaginado, o amor sentido é real, porque o cérebro registra a emoção como verdade. Essa é a base da cura pela imaginação emocional, onde a fé e a neurociência se encontram.
A emoção dominante reprograma a história
Quando uma emoção se torna dominante, ela reorganiza todas as outras.
Ela cura, porque realinha o sistema mente, corpo e espírito e reconecta o cérebro à alma e a alma a Deus.
A emoção não é consequência do pensamento, mas a linguagem do Self 2.
E quando essa linguagem é de amor, perdão e ternura, o passado deixa de ser prisão para se tornar aprendizado.
Assim, podemos afirmar com clareza espiritual e base científica: toda história pode ser curada com um novo sentimento.
Aplicação prática: como gerar a emoção que cura
- Visualize o passado com ternura. Imagine a pessoa ou situação que lhe causou dor e veja ali uma criança que também sofreu.
- Sinta o amor com intensidade. Não analise. Sinta. Permita-se chorar, respirar e abraçar a cena com compaixão.
- Crie uma nova imagem emocional. Veja o amor acontecendo. Deixe essa imagem ser a mais viva possível.
- Agradeça. Agradecer sela a nova emoção como verdade.
- Repita até sentir paz. A constância reprograma o cérebro e o coração.
Conclusão inspiradora
Este é o começo de uma nova psicologia, uma psicologia da alma, onde a emoção não é sintoma, mas mensagem divina.
A cura não é um processo de apagar o passado, mas de reescrever a história com amor. E quando o amor se torna a emoção dominante, a alma volta a ser casa, o corpo volta a confiar e o ser humano se reconcilia com Deus.
José Roberto Marques
Mentor, escritor e fundador do IBC Coaching