Nos processos de Coaching que realizo, utilizo uma grande ferramenta chamada “Você é o autor da sua própria história” e também, diversos pensamentos que tenho, trazem congruência a isso, como por exemplo: “Qual história que você conta da sua própria história?” e “Honrar e Respeitar a sua própria história é o maior poder de um coach.”
Quando contamos para nós mesmos nossa história, podemos refletir o quanto acreditamos que “SOMOS”. Uma boa ideia do que falo é a História de Amy Purdy, atleta paraolímpica, do snowboard, que se apresentou na abertura das Paraolímpiadas, do Rio 2016, e mostrou ao mundo que não existem limites para quem acredita em sua própria eficiência.
A História de Superação de Amy Purdy
Amy Purdy, uma garota que até os 19 anos, assim como qualquer jovem desta idade possuía grandes sonhos voltados para uma vida livre e diferente. Nessa época, um dia depois de sua formatura do colegial, Amy estava numa transição de moradia e, neste sentido, alguns dos seus sonhos tiveram de ser adiados e/ou modificados, mas de qualquer forma, ainda manteve a sua “Liberdade”.
Recém-instalada nesta nova residência, ao chegar mais cedo do trabalho, começou a se sentir mal e acreditou estar apenas com uma virose ou uma gripe comum. Horas depois, no mesmo dia, ela estava no hospital, conectada a equipamentos médicos, que sustentavam sua vida.
Amy foi diagnosticada com uma infecção bacteriana (Meningite), que poderia ter sido prevenida por uma vacina. Durante os meses de seu tratamento, ela perdeu a audição do ouvido esquerdo, perdeu os rins e as duas pernas do joelho para baixo, além do seu sonho de ser uma pessoa livre, que de certa forma também fora cortado a partir destes acontecimentos.
Qual é a ideia e a perspectiva futura que uma pessoa tem, quando se é linda e livre e com menos de 20 anos de idade e acontecem todas estas situações dispostas? Seus pais a tiraram do hospital em uma cadeira de rodas, e ela, se sentindo parcialmente como uma boneca de pano, totalmente reconstruída e reformulada, pensava em como seria sua vida a partir daquele momento e que talvez essa vida já tivesse até acabado.
Digo que no Coaching, “Tudo acontece na Mente, o Universo é Mental – Primeiro Princípio Hermético”, ou seja, depende muito do que você tem na sua mente e do que você projeta para esse novo futuro/realidade.
Amy passou por muitas dificuldades iniciais de adaptação às próteses, em como realizar suas necessidades diárias, o que poderia fazer só ou apenas com apoio, etc.; em meio a isso, ela assistia sua mãe lacrimejando toda vez que a via, e toda vez em que deveria ajudá-la, o que ficava cada vez mais doloroso e difícil.
Como mudar então o seu Mindset para viver essa nova realidade? Como escolher entre se sentir praticamente uma pessoa inválida e, mesmo com as dificuldades, conseguir viver histórias de aventuras do jeito que sempre quis?
O início de sua recuperação emocional foi através de pequenas situações diárias, tendo, por exemplo:
- Ela poderia ter a altura que quisesse a partir daquele momento;
- Por gostar de esquiar, na situação em que se encontrava, ela não iria sentir mais frio nas pernas. Pelo menos não nas pontas dos dedos dos pés;
- Ela poderia usar todos os tipos e tamanhos de sapatos, etc.
Sabendo ou não, ela utilizou uma das maiores ferramentas que utilizo no Coaching. Recontar a sua história e saber como você se vê, saber onde está e para onde você vai. Ela mesma se imaginou andando novamente com outras pessoas, interagindo e sentindo o vento frio tocar seu rosto em um passeio de snowboard.
Quatro meses depois dessa época, ela estava realmente voltando a esquiar, e mesmo com as dificuldades e adaptações iniciais, ela foi persistente e aprendeu “O que” e “como” fazer para se adaptar àquela nova realidade.
Atualmente, Amy, que já escreveu um livro, viaja por diversos países contando sua história, e através de sua experiência, leva esperança a diversas pessoas, inclusive mencionando sua recente conquista, seu ápice no esporte, suas medalhas consecutivas na Copa do Mundo de Snowboard que no profundo leva a ideia do caminho a ser percorrido para poder “Transcender” uma dificuldade.
E você? O que você pensa sobre você? Você é o autor da sua própria história? Como seria a capa e o título do livro da sua vida? Quantos capítulos teriam? Você estaria no meio, no começo ou no fim? Qual é a história que você conta de você? Convido você a refletir sobre isso.