Pode parecer redundante, mas a ansiedade emocional existe e causa muitos desgastes psicológicos nas pessoas que sentem, exageradamente, as suas emoções à flor da pele. O pior é que, em decorrência disso, não conseguem dominar, voluntariamente, os seus sintomas e efeitos físicos e mentais, o que faz com que acabam se tornando reféns de uma enxurrada de sentimentos ruins.
Com tantas coisas acontecendo ao nosso redor, tanto boas como não tão boas, pode parecer até natural estarmos ansiosos o tempo inteiro, mas não! Na verdade, esse descontrole é sinal de que não estamos conseguindo lidar com tantas informações e acontecimentos e deixando que eles exerçam uma influência exacerbada na maneira como nos relacionamos com o mundo.
Este é também um sinal de alerta para cuidarmos melhor das nossas emoções e para estarmos mais atentos ao que acontece dentro da nossa mente em relação aos nossos sentimentos, sejam eles bons ou não. Mas afinal de contas, por que a ansiedade existe? Quais são os sinais de que ela está passando dos limites? É o que vamos responder neste artigo. Continue a leitura e saiba mais!
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Ansiedade: você precisa dela para viver!
A ansiedade é a capacidade que as nossas mentes têm de projetar cenários futuros catastróficos, em que tudo dá errado. Mas por que a mente faz isso? Justamente para que nós, no momento presente, tenhamos atitudes que nos protejam dos riscos identificados.
Quer um exemplo simples? Você olha para os dois lados da rua antes de atravessá-la, não é mesmo? Isso significa que, em uma fração de segundo, o seu cérebro cogitou o risco de ser atropelado. Trata-se da sua ansiedade protegendo a sua vida. Por meio dela, pensamos no pior para que possamos prevenir esses problemas futuros e agir em segurança a partir de agora.
Isso quer dizer que todo mundo tem ansiedade. Ela é fundamental para a proteção das nossas vidas. Sem ela, ninguém se preocuparia com absolutamente nada e, consequentemente, não sairíamos do lugar. Viveríamos sem objetivos e expostos. Ela só se torna um problema quando aparece de forma exagerada, ou seja, com sintomas muito fortes e de maneira desproporcional aos fatos, causando um sofrimento intenso. Aí sim estamos diante de um quadro conhecido como “transtorno de ansiedade”.
As origens evolutivas desse mecanismo de defesa
Pense nos homens das cavernas, os nossos ancestrais. Imagine-os descansando dentro das suas cavernas, até que ouvem um barulho. Os que sentiam a ansiedade preocupavam-se e levantam para ver o que era. Identificavam que se tratava de um animal feroz e saiam correndo, protegendo as suas vidas. Já os que não sentiam essa ansiedade permaneciam onde estavam, sendo devorados pelo animal que já havia entrado no local.
Isso significa que a ansiedade é um mecanismo de defesa que evoluiu com a espécie humana. Sem ela, possivelmente nós não teríamos chegado até aqui, sendo devorados pelos predadores ou correndo riscos graves e desnecessários. É uma característica que, geneticamente, passou de geração para geração.
Como citamos, a ansiedade é uma antecipação do futuro, em que imaginamos tudo o que pode dar errado para que possamos nos proteger. Possivelmente, esse homem das cavernas que se deparou com um urso feroz teve esse sentimento intenso de medo de ser devorado.
Nesse momento, diversos mecanismos cerebrais passaram a ser ativados, elevando a pressão arterial, acelerando os batimentos cardíacos, deixando os músculos mais rígidos e vascularizados, enfim, preparando-se para lutar ou para fugir — um mecanismo de defesa conhecido em inglês como fight or flight (luta ou fuga).
Por isso, se você vivencia esses sintomas quando as preocupações aparecem, saiba que se trata de um mecanismo evolutivo da humanidade, projetado para que você fuja ou se defenda das ameaças que identificar.
A ansiedade enquanto transtorno mental
Hoje em dia, nós não estamos mais tão expostos aos animais ferozes como os homens das cavernas. As ameaças da atualidade são outras: bater o carro, perder o emprego, não ter dinheiro para pagar as contas, ser reprovado na escola/faculdade, ser abandonado pelo namorado, e por aí vai. No entanto, os sintomas que vivenciamos ainda são bastante parecidos: dor de barriga, tensão muscular, boca seca, coração acelerado, entre outros.
Por mais que hoje as nossas ameaças sejam muito mais intelectuais do que físicas, o mecanismo de luta ou fuga continua existindo para nos proteger. Ele consiste em um estado de alerta. Contudo, há casos em que esse estado de alerta é ativado com frequência elevada, mesmo sem que uma ameaça real seja identificada.
Nesses casos, estamos diante dos chamados “transtornos ansiosos”, que só podem ser oficialmente diagnosticados por psicólogos e médicos psiquiatras. Basicamente, esses transtornos consistem na ativação excessiva e desnecessária dos mecanismos da ansiedade já explicados, com sintomas muito intensos e desproporcionais à realidade, que geram sofrimento e perda de qualidade de vida.
Conheça os sintomas da ansiedade emocional
Uma das melhores maneiras de lidar com o problema é entendendo quais são os sintomas da ansiedade emocional, para, assim, poder identificar os seus sinais e saber como lidar com eles. Continue lendo e veja como, física e mentalmente, este sério problema afeta as pessoas:
Sintomas físicos
- Dor de barriga ou diarreia emocional — aquela que aperta quando ficamos nervosos, e não por infecções;
- Forte tensão muscular, que faz com que o corpo doa, especialmente nos ombros, nas costas e nas articulações mandibulares, quando a pessoa aperta dos dentes;
- Roer as unhas, ou arrancar os cabelos constante e compulsivamente;
- Dificuldade constante para dormir, o que pode levar ao quadro de insônia crônica, se não tratado;
- Náuseas e ânsia de vômito por conta da ansiedade;
- Perda de apetite ou fome em excesso, o que faz a pessoa oscilar tanto na perda de peso como ao engordar;
- Taquicardia, alterações na respiração e sensação de que vai desmaiar;
- Suor intenso.
Sintomas emocionais/ psicológicos
- Nervosismo constante, o que faz a pessoa estar sempre em estado de alerta;
- Pensamentos negativos de que algo ruim vai acontecer a qualquer momento com ela ou com alguém que ama, mesmo que não haja indícios relevantes;
- Alterações de humor, marcadas por forte irritabilidade, tristeza, medo;
- Preocupações excessivas, que tiram a pessoa do eixo;
- Medo constante da realidade e de que algo ruim aconteça;
- Medo de fazer qualquer coisa que saia da rotina e represente algum tipo de risco, levando a desistências em diversas áreas da vida.
- Dificuldade de controlar os pensamentos ruins, o que alimenta os seus medos e preocupações em relação a tudo;
- Dificuldade de se concentrar nas suas tarefas, compromissos e demandas pessoais, profissionais e sociais.
Como podemos perceber, a ansiedade emocional está presente de diversas formas no nosso corpo e na nossa mente e se manifesta em tudo o que fazemos ou deixamos de fazer. Ela nos leva a um estado constante de cansaço físico e mental. Portanto, ao identificar estes sintomas, procure ajuda especializada para tratar este problema o quanto antes.
O auxílio médico e psicológico é responsável por diagnosticar o problema e propor o tratamento — que pode envolver medicamentos e psicoterapia. Isso vai ajudar a evitar que os seus pensamentos ansiosos acabem afetando a sua vida como um todo e desencadeando problemas mais graves, como a síndrome do pânico e a depressão. Fique atento e busque o equilíbrio. É difícil, mas a boa notícia é que tem cura!
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