De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, conforme dados de 2019. Isso significa que a nossa população é a que mais sofre com a ansiedade. Todavia, é preciso diferenciar a ansiedade normal da ansiedade patológica (doença), como é o caso da ansiedade generalizada.
Neste artigo, vamos compreender melhor essa diferença. Além disso, vamos entender quando a ansiedade se torna um transtorno, quais são os seus sintomas e o que podemos fazer para trazer a ansiedade de volta aos níveis considerados saudáveis. Ficou curioso? Então, continue a leitura a seguir para saber mais!
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O que é a ansiedade?
A ansiedade é um mecanismo que a nossa mente desenvolveu para anteciparmos os riscos aos quais poderemos estar expostos no futuro. É um medo antecipado, que tem o objetivo de nos proteger, no presente, para evitar que esses riscos futuros se concretizem.
Por exemplo, se você precisa atravessar uma rua, o seu cérebro, mesmo que em uma fração de segundo, cogita a hipótese de você ser atropelado. Essa antecipação de um risco futuro é a ansiedade, e é isso o que leva você a olhar para os dois lados da rua antes de atravessá-la. Portanto, a ansiedade não é uma “vilã”, mas um mecanismo muito importante para garantir a nossa segurança e a nossa sobrevivência.
Aliás, sem a ansiedade, a espécie humana já teria sido extinta há muito tempo. Os homens das cavernas que não tinham ansiedade provavelmente morreram sem considerar os riscos aos quais estavam expostos. Os que tinham ansiedade, por sua vez, não só sobreviveram como transmitiram os genes da ansiedade para as gerações seguintes — até chegarem até nós. Por isso, a ansiedade é um fator funcional e adaptativo, que ajudou e ajuda na evolução da nossa espécie!
Quando a ansiedade se torna um problema?
Apesar de ser importante e necessária, a ansiedade aparece de forma excessivamente frequente ou excessivamente intensa em alguns indivíduos. Nesse caso, o sentimento é desproporcional aos riscos reais, fazendo com a que a pessoa tenha uma percepção distorcida da realidade, ou seja, muito pior do que ela de fato é. Nessa situação, a ansiedade deixa de ser funcional e benéfica, tornando-se um obstáculo à qualidade de vida. Então, ela é classificada como um transtorno.
É normal nos sentirmos ansiosos diante de situações que nos provoquem medo, expectativa ou dúvida. Por exemplo: uma entrevista de emprego, a lista de aprovação em um concurso e uma cirurgia delicada pela qual alguém a quem amamos tenha que ser submetido são situações em que a ansiedade se faz presente.
Todavia, se esse sentimento surge de forma muito intensa e sem justificativas, a pessoa pode estar diante de uma ansiedade patológica, ou seja, de um transtorno de ansiedade, que demanda tratamento.
Quando a ansiedade ocorre dessa maneira, ela pode se manifestar de diversas formas, em um grupo de doenças classificadas como “transtornos ansiosos”. Nesse grupo, estão o TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), o TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), o TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), o transtorno do pânico, as fobias específicas, entre outros.
De acordo com o Dr. Drauzio Varella, o Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG), encontra-se no manual de classificação de doenças mentais (DSM.IV), descrito como um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que vem acompanhado por 3 ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.
É claro que esses são apenas alguns dos sintomas e, entre todos os existentes, eles podem variar de pessoa para pessoa. Algumas apresentam distúrbios gástricos, alterações nos hábitos alimentares, angústia, crises de choro etc.
Como é feito o diagnóstico da ansiedade generalizada?
A ansiedade generalizada, ou Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), caracteriza-se por uma preocupação excessiva ou expectativa apreensiva, persistente e difícil de controlar. O que a diferencia de um quadro mais comum de ansiedade é o fato de que o TAG é assim caracterizado quando a ansiedade e as suas crises já duram mais de 6 meses.
O diagnóstico do TAG pode ser feito por meio de uma avaliação clínica criteriosa, que envolve aspectos da história de vida do paciente, os sintomas apresentados e o estilo de vida no momento presente. Se necessário, é possível que exames complementares sejam realizados, para que o diagnóstico do médico seja mais bem fundamentado e possa excluir problemas de saúde física (por exemplo: é comum que algumas pessoas com transtornos ansiosos pensem que têm problemas cardíacos).
Tendo em vista que os sintomas podem ser comuns a mais de um tipo de distúrbio, é fundamental que sejam realizados testes para que a pessoa possa ser submetida a um tratamento mais específico e diferenciado. O TAG apresenta diferenças para outros transtornos ansiosos, como os casos de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), síndrome do pânico e fobia social, sendo que cada quadro apresenta as suas particularidades no tratamento.
Assim, se você se vê como uma pessoa nervosa, que tem dificuldade para relaxar e se concentrar em tarefas diárias, talvez seja interessante que você busque auxílio e agende uma avaliação médica.
O que causa essa ansiedade fora do que é considerado saudável?
O TAG possui várias causas, sendo muito influenciado pelo estilo de vida da pessoa. As que possuem uma vida muito agitada e se submetem a estresse contínuo ou que tendem a prestar muita atenção nos mínimos detalhes das suas atividades diárias (perfeccionistas) estão mais propensas a desenvolver o transtorno. Além disso, algumas condições genéticas podem aumentar a chance de o indivíduo desenvolver esse transtorno psicológico.
O transtorno da ansiedade generalizada pode se manifestar em diversas idades e nem sempre tem um gatilho, ou seja, um fato específico da vida do indivíduo que o tenha causado. Todavia, alguns momentos particularmente delicados podem aumentar esse risco, como o enfrentamento de doenças, as crises financeiras, o desemprego e o falecimento de entes queridos.
Como podemos trazer essa ansiedade de volta a níveis benéficos?
Esse quadro deve ser acompanhado por um psicólogo ou um médico psiquiatra assim que surgirem os primeiros sintomas, de modo que o transtorno não tenha tanta influência na qualidade de vida da pessoa. Além disso, algumas mudanças no estilo de vida precisam ser promovidas.
Não cobre tanto de si mesmo, nem assuma tantas responsabilidades e compromissos. Organize a sua agenda e a sua rotina de vida, reservando sempre um momento do dia para dedicar-se a você! Não é vergonhoso pedir ajuda profissional, caso esteja passando por momentos de crise e se sentindo sufocado pelas responsabilidades que assumiu e pela autocobrança.
O transtorno da ansiedade generalizada tem cura, e, por isso, é importante que você busque ajuda psicológica assim que perceber que está preocupado de forma excessiva. A terapia, nesse processo de administração da ansiedade, também é muito importante, pois possibilita ao indivíduo compartilhar os seus problemas com alguém que não vai julgar. Aliás, o julgamento é uma das grandes preocupações das pessoas ansiosas. O psiquiatra também pode receitar medicamentos para o tratamento.
O tratamento do transtorno de ansiedade generalizada tem como objetivo interromper o ciclo de preocupações e deve ser orientado por um profissional especializado, como um psicólogo ou um psiquiatra. Cabe a eles a responsabilidade de diagnosticar o transtorno no indivíduo, bem como as indicações de tratamento: psicoterapia, medicamentos, técnicas de relaxamento, entre outros. O TAG tem tratamento, portanto, não tenha medo ou vergonha de pedir ajuda!
E você, ser de luz, como tem lidado com os seus momentos de ansiedade? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!