“Nossa, aquele ator é um gato!”. Não, ele não é de fato um animal da espécie Felis silvestris. Todavia, é um ser humano muito atraente, cuja beleza física remete àquela dos felinos. É assim que se constroem as metáforas, por relações de semelhança entre dois elementos diferentes.
As metáforas se veem em frases, textos, fábulas, filmes, gestos, e por aí vai. São figuras de linguagem das mais utilizadas na comunicação do dia a dia e que, por isso, carregam profundos significados aos seres humanos. Neste artigo, vamos entendê-las melhor. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto!
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Metáforas: o que são?
As metáforas são recursos linguísticos que estão entre os mais poderosos, por nos permitirem fazer associações e analogias que o mero significado cru das palavras dificilmente nos daria.
A comunicação humana pode ocorrer de inúmeras formas e variações. Mesmo por meio da linguagem (oral e escrita), que por si só já é uma forma privilegiada de estabelecer interação e transmissão de informações entre as pessoas, são criados canais e modulações para que algo seja comunicado.
Se na linguagem convencional a metáfora já desfruta de uma posição privilegiada como peça para comunicação entre as partes, na linguagem ericksoniana, isso não poderia ser diferente. Como um apoio à comunicação, ela tem o poder de condensar em uma ideia simples o que talvez não conseguiríamos explanar nem em horas de explicação tradicional.
No linguajar do dia a dia, as metáforas têm a capacidade de suavizar ou potencializar o que o significado ao pé da letra exprime com dificuldade. No coaching, as metáforas ericksonianas são a chave para desencadear processos de cura, transformação e ressignificação.
Como as metáforas enriquecem a nossa comunicação?
A metáfora, como figura de linguagem, é uma forma de dizer algo usando uma comparação. Quando dizemos que tal pessoa “é um doce” estamos transferindo características do elemento “doce” para a pessoa em questão. Quando digo, de outro modo, que alguém tem “nervos de aço”, estou emprestando características do elemento aço aos nervos de tal pessoa, para dizer que seus nervos são resistentes.
Contudo, também há uma tendência a chamar de metáforas um grupo bem particular de histórias, provérbios e lendas que tenham uma lição de valores ao final. São narrativas curtas em que o leitor sempre aprende algo. Nas induções, há narrativas, também chamadas de metáforas, que são um conjunto de imagens mentais, como um sonho consciente em que alguém conduz uma narrativa imaginária que vai se construindo no momento.
Esse modelo se apoia em narrar uma história com a qual o leitor se identifica e que transmite de forma implícita — pois a metáfora é uma ferramenta de comunicação indireta —, pelo nível de comunicação inconsciente, um conhecimento que ajudará a pessoa em uma mudança de crenças que a levará a uma mudança pessoal.
Valendo-me de uma boa metáfora, costumo dizer que as metáforas são pontes que nos conectam com o inconsciente e nos permitem acessar espaços para que sejam trabalhadas a cura e a transformação pessoal.
Como as metáforas funcionam?
O discurso lógico, oriundo do hemisfério esquerdo do cérebro — ou seja, a nossa fatia consciente —, traz os signos, elementos próprios e relativos à consciência. Se o objetivo, contudo, é acionar a nossa porção inconsciente, nada mais adequado do que ir em busca do idioma falado pela mente inconsciente: os símbolos.
A coexistência desses dois modelos, o lógico e o analógico, se dá em uma batalha, ora pacífica, ora cruenta, travada a cada instante e por cada um dos indivíduos. Uma das formas mais inteligentes de arbitrar essa disputa é justamente por meio das metáforas.
Distraindo o consciente, a metáfora supera as dificuldades subjetivas, autoimpostas, e acaba por passar por cima das crenças limitantes que tanto nos engessam e dos medos que nos paralisam. Acreditar que as coisas ou que nós mesmos somos tão somente de tal ou qual maneira é comumente uma crença que nos impede de seguir adiante.
O coaching, ao contrário, é sempre um convite para irmos além, estabelecermos novos limites, superarmos as adversidades e alcançarmos resultados extraordinários. Metaforizar, portanto, pode ser um atalho para isso, ajustando as nossas limitações para o tamanho incomensurável das nossas capacidades de mudança e conquista.
Quais são os meios pelos quais as metáforas são construídas e utilizadas?
A construção de metáforas na linguagem é muito utilizada na escrita poética e literária e sempre está ligada ao sentido, ao significado de um determinado termo. Se por um lado as metáforas auxiliam na construção de uma realidade literária ficcional (não real), por outro, elas podem ser utilizadas no rumo inverso, do ficcional para o real, de forma que uma determinada história possa ter o seu sentido utilizado como reflexão para a vida cotidiana.
Recorrer a metáforas é também um excelente recurso para que o coachee não se esqueça da mensagem recebida. A nossa tendência para recordar de metáforas e alegorias é imensamente maior do que para lembrar conversas lógicas. Quando metaforizamos, portanto, estamos dando para o coachee a chance de ter em mente, e sempre à mão, uma ferramenta que lhe permita falar a língua do seu próprio inconsciente.
O objetivo geral do uso da metáfora é ter uma história que gere novas condutas e provoque emoções e reflexões no coachee. Como uma síntese, ela condensa os elementos relevantes e essenciais, deixando em segundo plano os latentes, não explícitos.
Conclusão
Concluindo, o uso corriqueiro das metáforas nas artes, na estética, na literatura e nas diversas formas de comunicação já tentadas pelo homem não atrapalha, de forma alguma, um aspecto que Milton Erickson tinha em mente: o de que as metáforas têm uma dimensão profundamente terapêutica, como se dá nos processos de coaching.
E você, ser de luz, de que forma utiliza as metáforas nas diferentes situações do dia a dia? O que pensa sobre essas poderosas figuras de linguagem? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!