Quando falamos em bullying, a imagem que nos vem à mente quase sempre é a de adolescentes ridicularizando-se uns aos outros, provavelmente na escola, não é mesmo? De fato, esse hábito é comum nessa faixa etária, mas não é exclusivo dela.

Infelizmente, há muitos adultos que ainda agem dessa forma hostil e nada empática em relação aos outros, o que pode, inclusive, se manifestar no ambiente de trabalho. Neste artigo, você vai entender como isso ocorre, quais são as consequências do bullying no trabalho e o que podemos fazer para evitá-lo. Boa leitura!

O que é bullying?

Bullying é um termo que vem do inglês e designa a zombaria ou a ridicularização de um indivíduo por alguma das suas características, tanto físicas como comportamentais. Trata-se de uma atitude que sempre existiu na história da humanidade, mas que tem atraído mais atenção nas últimas décadas, sobretudo por conta da violência nas escolas.

Até mesmo os ambientes profissionais podem ser palco dessas manifestações desagradáveis, que incluem piadas, humilhações, agressões, ameaças, provocações, fofocas, exclusões, isolamento e críticas nada construtivas. Isso pode prejudicar não apenas a produtividade dos profissionais envolvidos, mas também o clima de toda a organização e até mesmo a saúde física e mental das vítimas. Por conta disso, as empresas não podem ignorar essa séria questão, que precisa de solução.

Como prevenir o problema no trabalho?

São poucas as vítimas do bullying que conseguem se manifestar acerca do que têm vivido. Especialmente no ambiente de trabalho, é comum que o assunto seja deixado de lado, por medo de perder o emprego. Por isso, as empresas precisam atuar na prevenção do problema. Assim, os colaboradores, sobretudo do departamento de recursos humanos, devem estar atentos à ocorrência de situações do tipo, devendo intervir, tão logo sejam identificadas.

O importante é que cada organização defina políticas e normas de conduta, divulgando-as e reforçando-as de tempos em tempos a todos os colaboradores, deixando claras as punições àqueles que as desobedecerem. Além disso, também é fundamental preparar materiais de apoio explicando o tema, bem como eventos destinados aos colaboradores. Podem ser realizadas palestras, por exemplo, explicando o que é o bullying no trabalho, as suas consequências e prevenção.

O que fazer se sofrer bullying no trabalho?

Em caso de bullying no trabalho, é fundamental que a vítima não revide e aja de forma rápida. O importante é comunicar a ocorrência aos superiores e ao departamento de recursos humanos, de preferência com alguma testemunha. Uma vez confirmada a ocorrência, cabe ao departamento conversar com o agressor, permitindo que ele se explique.

Esse tipo de ocorrência precisa ser oficialmente registrado. As normas da empresa nesse sentido devem ser consultadas e rigidamente aplicadas, caso contrário, o bullying continuará a ocorrer.

Em caso de recorrência desse comportamento, é natural que a pena seja mais severa, podendo até mesmo culminar na demissão do indivíduo por desrespeito aos colegas e às normas organizacionais. Também é interessante que o RH apure as causas do problema. Será que há alguma dinâmica inapropriada em algum departamento? Há algum líder incentivando ou ao menos fazendo vista grossa para essas atitudes?

Há casos que vão parar na justiça?

O bullying no ambiente de trabalho pode ocorrer entre pessoas de níveis hierárquicos iguais ou diferentes, dentro de um departamento ou entre membros de áreas distintas. Dependendo da gravidade do caso, o funcionário pode prestar queixas no departamento jurídico da empresa, demandando o encaminhamento legal da questão. Na ausência de um departamento jurídico, o próprio RH pode orientar o trabalhador quanto aos seus direitos.

Humilhações, furtos, lesões, agressões e casos de racismo, por exemplo, são registrados em certas empresas, ainda que seja difícil acreditar que indivíduos adultos sejam capazes disso. São casos muito graves, que de fato extrapolam as relações de trabalho e configuram crimes a serem apurados e julgados pela justiça. Trata-se de uma situação muito delicada, não apenas aos envolvidos, mas também à imagem da organização diante da sociedade.

Quais são as consequências do problema no ambiente profissional?

Em caso de bullying, nem sempre a vítima tem coragem de expor a situação. Assim, ela prefere pedir demissão, sem causa aparente. Nos ambientes em que o bullying é frequente, a rotatividade de colaboradores tende a ser mais elevada justamente por causa disso. Já se a vítima continua na empresa, ela tende a se afastar da equipe, evitando expor as suas ideias e fazendo o seu trabalho da forma mais individual e discreta possível. Até mesmo confraternizações são evitadas.

Em casos mais graves, o bullying pode desencadear consequências sérias, como:

  • Desmotivação;
  • Aumento nas ocorrências de atrasos e faltas;
  • Queda expressiva na produtividade;
  • Distúrbios do sono;
  • Transtornos alimentares;
  • Fobias;
  • Transtornos ansiosos;
  • Depressão.

Como o RH deve agir nessas situações?

O departamento de recursos humanos deve estar disponível e acessível a qualquer colaborador que preste queixa acerca do bullying promovido por algum colega. Cabe ao departamento ouvir as partes envolvidas, consultar as normas organizacionais e aplicar as penas previstas, que podem até mesmo gerar demissões. Também é função do RH adotar e promover uma política de combate ao bullying, por meio de campanhas de comunicação interna.

A área de gestão de pessoas também precisa ser especialmente analítica nesse sentido já nos próprios processos seletivos. Qualquer indivíduo que demonstre tendência a piadinhas inapropriadas, por exemplo, deve ser excluído da seleção, por incompatibilidade com os valores e com a cultura organizacional. Até mesmo as lideranças devem compreender que não estão acima das normas da empresa.

O que não é bullying?

É importante que a empresa deixe claro o que é bullying e o que não é, de modo que denúncias improcedentes sejam evitadas. Por exemplo, não é bullying:

  • Reforçar as normas da empresa;
  • Promover feedbacks úteis e construtivos, mesmo que pontuando as falhas do colaborador;
  • Discutir (sem desrespeitar) com os colegas acerca de assuntos relacionados ao trabalho;
  • Pressionar colegas e funcionários para que cumpram prazos e mantenham padrões de qualidade nas suas atividades.

O bullying só se concretiza quando há ofensa. Se não for o caso, a situação não deve ser conduzida como um caso de bullying. É importante deixar a diferença clara, a fim de evitar que alguém queira “forçar” esse tipo de situação para ganhar vantagens financeiras, por exemplo. Nesse caso, a alegada vítima pode ser alguém mal-intencionado, que também não pode ficar impune.

O bullying no trabalho é um tema de elevada importância, uma vez que compromete a qualidade de vida dos colaboradores, a produtividade das equipes e a própria imagem da empresa. Trata-se de um comportamento cruel e incompatível com seres humanos adultos, sobretudo em ambiente profissional.

E você, querida pessoa, sabia que o bullying ainda existe em empresas? O que pensa sobre o tema? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!