O erro faz parte da experiência humana. Um indivíduo comete erros que prejudicam outras pessoas, assim como essas outras pessoas também cometem erros que prejudicam esse indivíduo. Se a dinâmica humana inclui o erro como elemento natural, também devemos incluir o perdão nessa dinâmica.

O gesto de perdoar consiste em continuar a vida. Não significa dizer que tudo será esquecido, pois provavelmente não será. Mas significa dizer a quem errou com você que a relação pode continuar de onde parou. O perdão traz paz tanto a quem errou como a quem foi vítima do erro cometido. Ele restabelece a harmonia das relações e coloca um ponto final nas crises ao livrar as pessoas das culpas que sentem.

Se você deseja compreender a importância e a nobreza do ato de perdoar, bem como os meios pelos quais podemos ter esse gesto, é só dar continuidade à leitura deste artigo!

A importância de perdoar

O ser humano vem sendo capaz de feitos extraordinários com o passar dos anos. Conseguiu desenvolver vacinas e a cura para diversas doenças, construiu maravilhas para o mundo, foi além em muitos assuntos que antigamente não eram conhecidos, ultrapassou barreiras até mesmo do próprio planeta, do Sistema Solar e das galáxias. Contudo, quando o olhar se volta para dentro do próprio indivíduo, é difícil caminhar dois passos adiante sem acreditar ser possível atravessar barreiras na própria mente.

Uma das questões internas que ainda mexem com os seres que mudaram o mundo é o ato de perdoar. Certa vez, Martin Luther King Jr., o grande ativista e líder do movimento dos Direitos Humanos nos Estados Unidos nos anos 1960, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1964, disse “o perdão não é um ato ocasional, é uma atitude constante”.

Na Bíblia, sempre uma referência para King, a palavra “perdão” aparece diversas vezes e o seu sentido é sempre recíproco, ou seja, é necessário dar para poder receber, é necessário perdoar para ser perdoado, como pode ser observado em “porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.” (Mateus 6:14-15).

Com essa passagem, fica claro que, se você perdoar, você também será perdoado por Deus e poderá, consequentemente, caminhar um caminho iluminado. O mesmo vale para as próprias relações humanas: quem perdoa alguém tem muito mais chance de ser perdoado por esse mesmo alguém se cometer um erro que o atinja.

Perdoar para ser perdoado

Perdoar para ser perdoado e seguir o caminho da luz é maravilhoso, mas o que verdadeiramente significa o perdão? Como e por que perdoar alguém por ter feito algo que chamamos de imperdoável? Você sabe como funciona esse processo? Está disposto a seguir em frente? Pare neste momento para refletir sobre a sua capacidade de perdoar.

O perdão é um processo mental e espiritual que tem como objetivo cessar o ressentimento e a raiva decorrentes de fatos que já ocorreram, de modo que a convivência com as pessoas se torne mais fácil. Perdoar é uma decisão consciente e interna, que atinge as raízes mais profundas do nosso inconsciente e, como se fosse os raios solares, transforma a noite em dia, livrando a mente de coisas primitivas que nos afastam da luz.

Aquele que não perdoa coloca-se em posição de superioridade, assumindo que ele nunca erra, o que é um sentimento falso e perigoso. Para que possamos praticar o perdão, contudo, precisamos entender como funciona o desenvolvimento dos sentimentos dentro de nós e como se dá o seu processo de maturação. Portanto, é fundamental praticar o autoconhecimento. É preciso conhecer a si mesmo para perdoar!

Perdoar a si mesmo

Além de perdoar ao outro, nós também precisamos aprender a perdoar a nós mesmos. Conforme citamos no início do artigo, todo mundo erra. Isso significa que as nossas escolhas, palavras, ações e reações nem sempre são corretas ou positivas. Todavia, o arrependimento é um direito que todo mundo tem. Ninguém deve ter compromisso com o erro. Se você errou, tem sempre a possibilidade de aprender e de recomeçar.

Diante disso, independentemente de o outro perdoar você ou não, saiba que você deve perdoar a si mesmo. Não exija de si a perfeição, afinal de contas, ela nem existe. Abrace a sua essência humana e entenda que as falhas nunca são definitivas. Na verdade, se você se permitir extrair aprendizados delas, as falhas podem até mesmo se tornar degraus para o seu sucesso. Quantas vezes não pensamos: “eu não teria chegado até aqui se não tivesse cometido aquele erro X”, não é mesmo?

Portanto, se você cometer um erro, reconheça-o com humildade. Com essa mesma humildade, peça perdão às pessoas envolvidas. Se elas o perdoarem, ótimo, mas, se não perdoarem, ao menos conte com o seu próprio perdão. A todos, sem exceção, deve ser garantido o direito de recomeçar, com mais sabedoria e afinco, para não mais errar.

Sou obrigado a perdoar?

Não. Você não é obrigado a perdoar. Também é uma característica humana magoar-se com o outro e levar algum tempo para que seja possível perdoá-lo. Há casos em que realmente isso não é possível. Se isso acontecer, como ocorre em uma traição do marido ou da esposa, por exemplo, basta colocar um ponto final na relação e permitir que cada um siga o seu caminho. O que não se pode permitir é que essa convivência continue, sendo fonte de sofrimento para os envolvidos.

Resumidamente, você não é obrigado a perdoar, mas certamente vai se sentir muito melhor em fazê-lo. Se não conseguir, o melhor a se fazer é afastar-se da pessoa e permitir que ela continue a vida longe de você.

E você, ser de luz, como lida com o perdão? Você perdoa ao próximo com facilidade? Arrepende-se com sinceridade e assume os seus erros? Como lida quando não lhe perdoam? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!