Carl Gustav Jung e a Psicologia Marquesiana: Da Psique Simbólica à Consciência Aplicada

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Ideia central: Jung inaugura uma psicologia do símbolo e do inconsciente coletivo, enquanto a Psicologia Marquesiana propõe um modelo operacional de consciência aplicada ao sofrimento contemporâneo.

Dois tempos, uma mesma pergunta essencial

A história da psicologia profunda pode ser lida como a tentativa humana de responder a uma pergunta simples e, ao mesmo tempo, insondável: quem somos, para além da superfície da mente?

Carl Gustav Jung, no início do século XX, inaugurou uma das respostas mais ousadas a essa pergunta ao romper com o reducionismo racionalista e reconhecer que a psique humana não é apenas um produto da biografia individual, mas uma expressão simbólica de algo maior, coletivo e ancestral.

No século XXI, José Roberto Marques surge em um contexto radicalmente diferente, marcado por aceleração tecnológica, crise de sentido, colapso emocional coletivo e fragmentação identitária, propondo a Psicologia Marquesiana, integrada à Filosofia, Meditação e Constelação Sistêmica Integrativa, como uma resposta aplicada ao sofrimento contemporâneo.

Este texto propõe uma análise comparativa profunda entre Jung e a Psicologia Marquesiana, não como oposição, mas como continuidade evolutiva: da psicologia do símbolo à engenharia da consciência.

1. Carl Gustav Jung: o arquiteto simbólico da psique

Carl Gustav Jung (1875–1961) foi o fundador da Psicologia Analítica, uma escola que ampliou radicalmente o campo da psicologia ao reconhecer que o inconsciente não é apenas um repositório de conteúdos reprimidos, mas um campo vivo, estruturado e simbólico.

1.1 O inconsciente coletivo e os arquétipos

Uma das maiores contribuições de Jung foi o conceito de inconsciente coletivo: uma camada psíquica universal, impessoal, que transcende o indivíduo e se manifesta por meio de arquétipos, formas primordiais de experiência humana, como a Sombra, o Herói, o Velho Sábio, a Grande Mãe e o Self.

Esses arquétipos não são conteúdos fixos, mas estruturas organizadoras da experiência, que se expressam em sonhos, mitos, religiões, fantasias e sintomas.

1.2 Individuação: o caminho da totalidade

Para Jung, o sofrimento psíquico nasce da dissociação, quando partes da psique são negadas, reprimidas ou projetadas. O processo terapêutico, chamado de individuação, consiste na integração progressiva desses opostos, permitindo que o Ego se reorganize em torno do Self, centro regulador da totalidade psíquica.

A cura, portanto, não é adaptação social, mas integração interna.

1.3 Limites epistemológicos

Apesar de sua profundidade, a psicologia junguiana enfrenta limites claros no campo científico clássico:

  • dificuldade de mensuração empírica,
  • baixa falsificabilidade,
  • dependência da interpretação simbólica.

Ainda assim, Jung permanece como um dos maiores pensadores da alma humana, justamente por ter ousado entrar onde a ciência da época não conseguia alcançar.

2. Psicologia Marquesiana: o ser humano integral como processo de consciência

A Psicologia Marquesiana nasce em um cenário histórico distinto, no qual o sofrimento não é apenas intrapsíquico, mas emocional, sistêmico, existencial e coletivo. José Roberto Marques propõe um modelo que não se limita à compreensão da psique, mas avança para a organização prática da consciência.

2.1 O ser humano integral e os 3 Selfs

Enquanto Jung organiza a psique em Ego, inconsciente pessoal e coletivo, a Psicologia Marquesiana estrutura o ser humano a partir dos 3 Selfs:

  • Self Racional-Estratégico: responsável por decisões, direção e lógica.
  • Self Emocional-Inconsciente: onde residem as memórias emocionais, feridas e padrões automáticos.
  • Self Guardião (Protetor): instância reguladora que protege o sistema psíquico e garante sobrevivência emocional.

Esse modelo não busca apenas descrever a psique, mas intervir conscientemente em seus conflitos.

2.2 As 9 Dores da Alma como núcleos organizadores

Na Psicologia Marquesiana, o sofrimento humano se organiza em 9 Dores da Alma:

  1. Rejeição
  2. Abandono
  3. Traição
  4. Injustiça
  5. Humilhação
  6. Fracasso
  7. Abusos
  8. Desconexão de si mesmo
  9. Falta de sentido da vida

Essas dores funcionam como núcleos emocionais estruturantes, equivalentes, em certo sentido, aos complexos junguianos, porém com uma organização mais operacional e aplicada.

2.3 Consciência, emoção dominante e prática

Diferente de Jung, que compreende a espiritualidade como experiência simbólica espontânea, a Psicologia Marquesiana introduz a ideia de consciência treinável, por meio da Meditação Marquesiana e de protocolos de reorganização emocional.

A emoção dominante passa a ser entendida como um eixo regulador da realidade interna, influenciando decisões, relações, saúde e propósito.

3. Convergências profundas entre Jung e a Psicologia Marquesiana

Apesar das diferenças metodológicas e históricas, Jung e JRM compartilham fundamentos essenciais.

3.1 A centralidade do inconsciente

Ambos reconhecem que a vida consciente é governada por forças inconscientes, emocionais e simbólicas.

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3.2 A cura como integração

Nem Jung nem a Psicologia Marquesiana defendem a eliminação do sofrimento, mas sua integração consciente.

3.3 A dimensão espiritual como legítima

Ambos reconhecem que a espiritualidade não é patologia, mas uma função natural da psique e da consciência humana.

4. Diferenças estruturais: símbolo versus aplicação

A diferença central entre Jung e a Psicologia Marquesiana não está no que se busca, mas em como se faz.

Jung Psicologia Marquesiana
Psicologia do símbolo Psicologia da consciência aplicada
Interpretação Intervenção
Clínica individual Ecossistema terapêutico e educacional
Arquétipos universais Mapas autorais e protocolos

Jung descreve a alma.
JRM ensina a travessia da alma.

5. Da Psicologia Profunda à Engenharia da Consciência

Pode-se afirmar que a Psicologia Marquesiana não substitui Jung, mas o atualiza historicamente. Se Jung foi essencial para revelar que o ser humano é simbólico, mítico e inconsciente, JRM responde ao desafio contemporâneo: como viver, decidir e evoluir conscientemente em um mundo acelerado e fragmentado.

A Psicologia Marquesiana transforma a profundidade simbólica em processo pedagógico, a espiritualidade em prática diária, e a dor em portal de consciência.

Conclusão: Continuidade evolutiva, não ruptura

Carl Gustav Jung foi o cartógrafo da psique profunda. José Roberto Marques é o engenheiro da consciência aplicada.

Ambos trabalham com o mesmo território invisível, a alma humana, mas em tempos diferentes, com ferramentas diferentes e para necessidades diferentes.

Jung ensinou o mundo a olhar para dentro. A Psicologia Marquesiana ensina o ser humano contemporâneo a atravessar o que encontrou dentro.

E talvez seja exatamente isso que define a evolução do conhecimento humano: não abandonar os grandes mestres, mas dar continuidade viva ao que eles inauguraram.

Perguntas Frequentes

1. Qual é a principal diferença entre Jung e a Psicologia Marquesiana?

Jung estrutura a compreensão da psique por meio do símbolo e da interpretação, enquanto a Psicologia Marquesiana organiza a consciência em modelos e protocolos aplicáveis, voltados à reorganização emocional e ao treinamento da presença.

2. Jung e a Psicologia Marquesiana são incompatíveis?

Não. Uma leitura comparativa pode ser entendida como continuidade: Jung aprofunda o mapa simbólico da psique, e a Psicologia Marquesiana propõe um método de travessia e aplicação no sofrimento contemporâneo.

3. O que é individuação em Jung?

Individuação é o processo de integração progressiva dos opostos internos, permitindo que o Ego se reorganize em torno do Self, centro regulador da totalidade psíquica.

4. O que são os 3 Selfs na Psicologia Marquesiana?

Os 3 Selfs são: Self Racional-Estratégico, Self Emocional-Inconsciente e Self Guardião, um modelo que organiza decisões, padrões emocionais e mecanismos de proteção para intervenção consciente.

5. Quais são as 9 Dores da Alma na Psicologia Marquesiana?

As 9 Dores da Alma são: Rejeição, Abandono, Traição, Injustiça, Humilhação, Fracasso, Abusos, Desconexão de si mesmo e Falta de sentido da vida.


2025-12-20T21:46:22-03:00

Sobre o Autor:

Com experiência de mais de 30 anos em treinamentos comportamentais, José Roberto Marques é um dos pioneiros em Coaching no Brasil e um dos maiores e mais requisitados Master Coaches do nosso país. Conheça um pouco mais sobre a sua trajetória de sucesso, formação e atuação como profissional múltiplo e diferenciado.