Estima-se que entre 4 e 5% da população mundial sofra de claustrofobia, uma fobia situacional que se relaciona com o medo de permanecer em lugares fechados. O indivíduo afetado por essa condição pode ter ataques de pânico quando confinado ou se sentir constantemente sob ameaça de perder o controle em situações que, para as outras pessoas, são absolutamente normais.
Como já disse em outros artigos aqui em meu blog, a melhor maneira de entender uma pessoa que sofre de algum transtorno ligado à mente é através da informação. Assim, torna-se possível desmistificar temas que são considerados tabus e colocar fim ao preconceito. Continue acompanhando para saber mais a respeito da claustrofobia e de como lidar com as sensações causadas por ela.
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O que é claustrofobia?
Uma fobia se caracteriza por um medo extremo e irracional de algo, que pode ser um objeto, um lugar, um sentimento, um animal ou uma situação. O indivíduo tem uma forte sensação de insegurança, que ultrapassa as fronteiras da normalidade, e que geralmente é resultante de um senso exacerbado de perigo diante um objeto ou uma situação.
Quando esse indivíduo não entra em contato com aquilo que lhe desperta fobia com frequência, pode viver normalmente. Porém, alguns tipos de fobias dificultam a vida social das pessoas que sofrem com elas, como é o caso da claustrofobia, que pode gerar ataques de pânico em situações normais, como, por exemplo, estar em um auditório com as portas fechadas, dentro de um elevador ou em um cinema.
O dia a dia de um claustrofóbico
Pessoas afetadas por essa fobia tendem a evitar ambientes em que não tenham acesso rápido a uma saída. Em determinados casos, os indivíduos podem ter arroubos e saírem correndo de um lugar pelo medo de perderem o controle. Dentre os sentimentos que um claustrofóbico pode sentir durante uma crise, estão a sensação de desequilíbrio, vertigem, desorientação, forte ansiedade e, até mesmo medo, de enlouquecer ou morrer.
As multidões também podem ter efeitos negativos em claustrofóbicos, fazendo com que eles se sintam sufocados quando as pessoas se aproximam demasiadamente. Há casos em que um indivíduo se sente desconfortável até mesmo usando roupas muito justas ou óculos de mergulho, por conta da sensação de opressão que geram. O medo pode fazer com que essas pessoas deixem de assumir compromissos e evitem relações de maior proximidade com terceiros.
Sensação de prisão mesmo em lugares abertos
Indivíduos claustrofóbicos podem se sentir presos mesmo estando em lugares abertos, como uma estrada ou até mesmo numa ilha, o que justifica a relação que é feita comumente entre a claustrofobia e a agorafobia, que é marcada pelo medo de estar sozinho em espaços abertos. Quando uma pessoa se sente presa, pode ser física ou simbolicamente, passa a ficar ansiosa e isso faz com que se sinta incapaz de agir, gerando a sensação de pânico.
Quais são os sintomas da claustrofobia?
A seguir, vou apresentar os principais sintomas que acometem um indivíduo claustrofóbico que se encontra em um espaço fechado.
- Sudorese;
- Respiração acelerada;
- Sensação de falta de ar;
- Sensação de asfixia;
- Frequência cardíaca acelerada;
- Boca seca;
- Dormência no corpo;
- Tremores;
- Náuseas;
- Dores no peito;
- Confusão mental;
- Desmaio;
- Medo de se machucar ou de morrer.
Após passar por algumas situações de grande ansiedade motivadas pelo medo, é normal que o indivíduo passe a evitar o que lhe desperta tal desconforto. Os claustrofóbicos, contudo, dificilmente conseguirão seguir com uma vida normal evitando espaços fechados a todo momento, afinal de contas, elevadores, salas de aula, auditórios, consultórios médicos, entre outros lugares, fazem parte do dia a dia de todo mundo.
Dicas de como lidar com as sensações geradas pela claustrofobia
Como citei acima, é bem complicado conseguir evitar o tempo todo espaços fechados e confinamento no dia a dia, sendo importante para o claustrofóbico saber como agir e lidar com as sensações que a sua fobia gera. Abaixo, listei dicas de como reduzir a ansiedade e a sensação de pânico durante esses episódios.
Respiração: ao perceber que está tendo um ataque de pânico, é importante respirar devagar e com profundidade, sempre contando até três a cada respiração.
Concentração: para que sua mente se mantenha estável, é indicado se concentrar em algo que seja seguro, como o relógio no qual o tempo continua passando.
Pensamento tranquilizador: procure se manter focado no pensamento de que o seu medo e a sua ansiedade irão passar.
Consciência a respeito do medo: o claustrofóbico deve compreender que seu medo é irracional e repetir isso constantemente para si mesmo.
Foco: durante uma crise, é interessante focar em um lugar ou situação que lhe transmita calma, permitindo se desligar da sensação de ansiedade que lhe domina.
Aceite: por fim, é importante que não negue que está tendo um ataque. Aceitar o que está acontecendo permite compreender que a situação logo terá fim, assim como as outras crises. As sensações geradas pela fobia, mesmo que muito ruins, são passageiras e quando terminarem serão substituídas por paz e tranquilidade.
Tratamento para a claustrofobia
A claustrofobia possui uma ampla variedade de tipos de tratamentos possíveis, dentre os quais estão terapias, como a cognitivo-comportamental e de realidade, e o uso de medicamentos, como os voltados para o controle da ansiedade. Entende-se que a fobia é uma resposta a determinados estímulos que foi aprendida e que, da mesma forma, pode ser desaprendida. Com o devido acompanhamento médico é possível enfrentar e superar os motivos do seu medo.
Caso tenha se identificado com os sintomas descritos, procure ajuda médica o quanto antes. Lembre-se que você não está fadado a conviver com essa sensação de desconforto e que é perfeitamente possível superar esse medo e enfrentar com serenidade as situações que hoje lhe causam medo. Acredite, você é capaz! Além disso, se abrir com uma pessoa da sua confiança e que demonstre empatia pelo seu problema, certamente te ajudará a atravessar tudo isso.
Espero que as informações que compartilhei ao longo do artigo sobre a claustrofobia tenham te ajudado a entender melhor essa condição. Aproveite para levar o conhecimento adiante e, quem sabe, com isso ajudar pessoas que estejam enfrentando esse problema.
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