A pessoa entra em uma loja, ou mesmo na casa de um amigo, e sente uma tentação irresistível de obter para si um bem que não é seu e pelo qual não pagou. Rapidamente, ela coloca o item na bolsa e finge que nada aconteceu. Estamos falando de um comportamento curioso, angustiante e que já apareceu em livros, séries, filmes e telenovelas: a cleptomania.
Definida como um transtorno mental, a cleptomania é um problema sério, que pode acarretar muitas consequências. No artigo a seguir, vamos compreender melhor esse transtorno, bem como as suas causas, sintomas e possibilidades de tratamento. Continue a leitura e saiba mais!
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O que é cleptomania?
A cleptomania é um transtorno do controle de impulsos caracterizado por um desejo compulsivo de furtar objetos, muitas vezes sem valor financeiro ou utilidade pessoal. Diferentemente de furtos premeditados ou motivados por necessidade, o ato de roubar na cleptomania é impulsivo e acompanhado por uma sensação de tensão antes do ato e alívio ou prazer logo após.
Esses comportamentos frequentemente causam angústia, sentimentos de culpa e problemas interpessoais ou legais para o indivíduo. A cleptomania é considerada rara, afetando menos de 5% das pessoas que furtam lojas, e pode estar associada a outras condições psiquiátricas, como ansiedade e depressão.
Quais são as causas desse problema?
As causas exatas da cleptomania ainda não são completamente compreendidas. Ainda assim, pesquisas sugerem que o transtorno pode estar relacionado a desequilíbrios nos neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, que regulam o humor e o prazer. Além disso, fatores genéticos e da história de vida, como traumas na infância ou eventos estressantes, também podem ser relevantes no quadro.
Há, ainda, algumas teorias que consideram a cleptomania uma forma de compensar emoções negativas ou buscar alívio emocional. Frequentemente, ela coexiste com outros transtornos, como depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e abuso de substâncias, o que sugere uma interação complexa entre fatores biológicos, psicológicos e ambientais.
Quais são os sintomas característicos do cleptomaníaco?
Os principais sintomas incluem um impulso incontrolável de furtar objetos, seguido de tensão e ansiedade antes do ato, prazer ou alívio após o roubo e, posteriormente, sentimentos de culpa e vergonha. Outros sinais incluem acumular objetos sem valor, medo de ser descoberto e isolamento social.
Diferentemente de furtos intencionais, os atos na cleptomania não são motivados por necessidade financeira ou vingança, e os objetos roubados muitas vezes não são utilizados, sendo até devolvidos às escondidas. Essa compulsão pode gerar prejuízos significativos na vida pessoal e profissional do indivíduo.
Quais são as possíveis consequências?
A cleptomania pode causar diversas consequências negativas, afetando múltiplas áreas da vida do indivíduo. No âmbito pessoal, as pessoas frequentemente experimentam sentimentos de culpa, vergonha e baixa autoestima após os atos de furto, o que pode levar a problemas emocionais, como ansiedade e depressão. Além disso, o transtorno pode causar isolamento social, pois a pessoa evita interações por medo de ser descoberta ou julgada.
No aspecto legal, a cleptomania frequentemente resulta em problemas com a justiça, já que os furtos, mesmo sendo impulsivos e não premeditados, são considerados crimes. Essas complicações legais podem levar a multas, antecedentes criminais e até prisão, prejudicando ainda mais a vida do indivíduo.
Profissionalmente, as consequências podem incluir a perda do emprego, especialmente se os furtos ocorrerem no ambiente de trabalho. Isso pode comprometer a reputação e dificultar futuras oportunidades de emprego. Em casos mais graves, pode haver impactos financeiros significativos, tanto para a pessoa quanto para a sua família, principalmente se houver despesas legais ou a necessidade de indenizações.
Por fim, os relacionamentos familiares e interpessoais também sofrem, uma vez que o comportamento pode gerar desconfiança, conflitos e rupturas, impactando o suporte social essencial para o bem-estar emocional.
Como é feito o tratamento?
O tratamento da cleptomania geralmente combina psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é amplamente utilizada para ajudar o paciente a identificar e controlar os impulsos de furtar. Técnicas como a dessensibilização sistemática e a exposição com prevenção de respostas têm mostrado bons resultados.
Em complemento, medicamentos como antidepressivos podem ser prescritos para equilibrar os neurotransmissores e tratar as condições associadas, como a depressão ou os transtornos de ansiedade. A abordagem terapêutica é individualizada, e o sucesso depende do comprometimento do paciente em buscar e aderir ao tratamento.
Concluindo, a cleptomania é um transtorno mental caracterizado pelo furto, sem ser motivado por necessidade ou vingança. Com causas complexas e frequentemente associadas a outros transtornos, essa doença causa diversos sentimentos, como tensão, prazer, alívio e culpa. Consequências pessoais, profissionais, sociais e até legais podem ser vivenciadas pelo cleptomaníaco. A boa notícia é que há possibilidades de tratamento, que combinam medicamentos e psicoterapia.
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