“Ser de Luz! Protagonizei um dos momentos mais importantes da minha carreira e da minha história. Um sonho que idealizei há 10 anos e foi materializado. Ministrei um Workshop na Brazil Conference em Harvard e você poderá acompanhar cada detalhe sobre os assuntos que compartilhei em artigos exclusivos aqui no meu blog!”
Todos nós vivenciamos experiências de diálogos internos em nossas rotinas, mas poucos de nós conseguimos entender como isso funciona e por que acontece.
Diversas são as vezes em que percebemos diálogos internos entre uma intuição forte e um pensamento lógico que nos ocorra. Um exemplo disso é quando chegamos em algum lugar, vemos uma pessoa que não conhecemos e, mesmo que ela não nos atraia fisicamente em nada, nos sentimos impulsionados a falar com ela. É como se uma voz interna (ou um sentimento) nos dissesse “quero conhecer essa pessoa agora” e, ao mesmo tempo, uma outra voz nos falasse “o que você está fazendo? Essa pessoa não te atrai em nada, você nem a conhece, quem te garante que ela será receptiva com você?” Esse tipo de conversa interna nos lembra os desenhos animados, onde temos um anjinho e um diabinho que ficam nos dizendo o que fazer ou não fazer, murmurando conselhos em nossos ouvidos. Acreditem ou não, esse tipo de diálogo interno realmente existe.
O que chamaremos aqui de “diálogo interno”, Timothy Gallwey chama de “jogo interior”. Conhecer o diálogo interno entre nossos “selfs” (nossos “eus”), nos possibilita mudar nossa percepção de mundo, melhorar nossa performance e aprender cada dia mais.
A física quântica descreve a capacidade dos entes físicos subatômicos de se comportarem ou terem propriedades tanto de partículas como de ondas. É a tão conhecida dualidade onda-partícula, também denominada dualidade matéria-energia. Isso nos ensina que a própria estrutura da nossa matéria possui um comportamento dual.
Sabendo disso, não é de se admirar que as pessoas tenham uma percepção dual do mundo, uma vez que o próprio mundo, enquanto estrutura física, é um exemplo de reflexo dessa dualidade. Por isso, temos conceitos duais, como: bem e mal, certo e errado, luz e sombra, entre outros.
Jiddu Krishnamurti, filósofo, escritor e educador indiano dizia que vivemos aprisionados no beco da dualidade, na armadilha dos opostos e que devemos compreender a dualidade para que possamos transcendê-la. Dizia ainda que enquanto houver pensador e pensamento, inevitavelmente haverá a dualidade.
Quando compreendermos que pensador e pensamento não existem se não estiverem conectados, o conflito que temos com nossa dualidade cessará.
Um exemplo muito conhecido da manifestação da essência por meio da dualidade é Yin-Yang.
O que vemos aqui são dois exemplos de opostos que, na verdade, não são opostos. São duas perspectivas diferentes de uma mesma realidade. Sabendo que nosso cérebro reflete essa dualidade por meio do diálogo interno, podemos considerar que é inevitável admitir que nossa relação com nosso “eu” interior também é dual.
A Neurociência comprova que nosso cérebro é dividido em dois hemisférios partes – hemisfério direito (Yin) e hemisfério esquerdo (Yang) – que trabalham de maneira complementar, processando informações de formas diferentes. O hemisfério direito está diretamente ligado à intuição, à criatividade e às habilidades artísticas, já o hemisfério esquerdo, está relacionado à lógica, ao detalhismo e à organização.
O ideal é que sejamos capazes de utilizar esses dois hemisférios de maneira equilibrada. Aprofundando um pouco mais nas características de cada hemisfério cerebral, podemos afirmar que pessoas que utilizam mais o lado esquerdo do cérebro, tendem a ser excessivamente organizadas, perfeccionistas e racionais. Já as pessoas que utilizam mais o lado direito do cérebro, tendem a ser excessivamente criativas, emotivas, intuitivas e sonhadoras.
Estudos comprovam que a maioria das pessoas faz mais uso do lado esquerdo do cérebro, e isso pode causar um desequilíbrio em diversas áreas de suas vidas.
No que se refere aos selfs, podemos afirmar ainda que no Self 1 estão contidas ainda as manifestações do ego, como, por exemplo: o “eu” julgador, o “eu” crítico”, o “eu” racional, o “eu” cognitivo e o “eu” diretivo/no comando. Por outro lado, o Self 2 está mais ligado à mente inconsciente, transcende a cognição, é mais emocional e funciona sempre no tempo presente. É o ser humano por si mesmo e traz consigo todos os nossos talentos. Quanto menor for a interferência do Self 1, maior será a possibilidade do Self 2 de se expressar e utilizar seu potencial.
Polaridade é aquilo que está no extremo oposto de cada coisa – norte e sul, certo e errado, frio e quente, feminino e masculino, água e fogo, doce e amargo, prazer e dor, luz e sombra, por exemplo. O Yin e Yang, um conceito chinês, originado do taoísmo, também evidencia esta dualidade existente no universo, trazendo para o nosso contexto, as vertentes opostas, mas complementares de cada elemento.
Assim, o Yin se apresenta como sendo o princípio feminino, representado pelo elemento água, e por sentimentos e sensações como a passividade, escuridão e absorção. Já o Yang se mostra como o lado masculino, regido pelo fogo, a luz e ação. Entretanto, os conceitos apenas mostram a nuance desta cultura, pois também podem ser definidos, por cada um de nós, de modos diferentes e de acordo com nossas próprias crenças e valores.
Bom e mau; bonito e feio, super-herói e vilão; esquerda e direita; dia e noite; todos são exemplos de polaridades e daquilo que para existir precisa de um oposto que complemente a sua existência. Neste sentido, segundo a Gestalt-terapia, o ser humano comunga desta mesma faceta, pois sua essência não é somente boa ou somente ruim.
Deste modo, entende-se que a alma humana, para estar em plena harmonia, precisa encontrar o equilíbrio entre seus polos e ajustá-los de modo que trabalhem juntos em prol das realizações e do bem-estar físico, emocional e espiritual da pessoa.
Sabendo que todo ser humano possui sua dualidade e que manifesta isso de inúmeras e distintas maneiras, chegamos a mais uma importante faceta de sua personalidade – o Self 1 e o Self 2. Estamos falando agora em mente consciente e inconsciente, sobre aquilo que está acima e abaixo da superfície e que se manifesta em cada um de nós, por meio de nossos pensamentos e comportamentos.
Nosso Self é o nosso “eu interior”; aquilo que habita dentro de cada um de nós, uma espécie de convers direta e indireta que temos com nós mesmos. Assim, Segundo Carl Jung, toda personalidade é formada a partir de um centro direcionador, onde o Self compreende a totalidade humana.
A partir desta afirmação podemos entender o Self 1 e 2 como sendo uma voz interna dominante, que nos orienta, censura, alerta, questiona, julga ou aprova nossas ações. Assim o Self 1 é aquele que comanda nossa mente consciente, onde mora nosso Eu, que – Julga, Raciocina de forma Lógica, Critica,Toma decisões e Faz Interferências.
Está diretamente ligado ao lado esquerdo do nosso cérebro, que é mais racional e manifesta as vontades do nosso Ego. Podemos dizer que é aquilo que está na superfície, o que mostramos; a ponta do iceberg.
O Self 2, por sua vez, representa nossa mente inconsciente, aquilo que está submerso no iceberg, é o nosso lado emocional – Sentimentos, Emoções, Sensações, Intuições, e a forma como reagimos, aqui e agora, aos acontecimentos. Diferente do Self 1, que tende a nos fazer agir de maneira lógica e racional, o Self 2 se apresenta, em sua essência verdadeira, sem máscaras, evidenciando o ser humano de forma natural, como ele realmente é.
Representado pelo lado direito do cérebro, ele evidencia todo o nosso potencial infinito, que pode ser expandido e demonstrado, de várias maneiras, ao longo de nossa vida. Entretanto, como estas partes dialogam? Como elas trabalham? Como elas se complementam? Como o Self 1 e 2 conversam?
Podemos dizer que, do mesmo modo que não há luz sem sombra, não há Self 1 sem o Self 2 e vice-versa. O ser humano é dual, assim como suas forças opostas são complementares, a razão e a emoção, trazidas por estes dois elementos, quando caminham juntas, fazem com que sejamos seres integrais. Deste modo, encontramos o equilíbrio e centralizamos nossa energia mental, ao invés de catalisá-la individualmente para polos distintos e trabalhá-los em separado.
Nos desenhos animados mais antigos, por exemplo, era comum, quando a personagem estava em dúvida sobre qual decisão tomar, e apareceriam as figuras de um diabinho e um anjinho, falando ao seu ouvido. Cada um representava o lado da história (mente consciente e inconsciente). O diabinho trazia as vantagens, sem se importar com as consequências da ação, enquanto que o anjo mostrava o que de ruim poderia acontecer caso escolhesse o caminho “errado”.
No final da história, nenhum nem o outro eram ouvidos a mais, ou seja, a personagem não se sentia confortável em basear suas decisões em apenas um aspecto da situação (visão do diabinho ou anjinho). Assim, ao invés de se parcial, buscava o melhor entendimento e decidia levando em conta suas razões e sentimentos e não apenas um dos lados.
Quando criança, isso parece apenas escolher entre o certo e o errado, mas quando crescemos passamos a compreender que este conceito vai muito além. Toda situação nos traz diferentes perspectivas, podemos encontrar aprendizados positivos nos momentos de dificuldade e também nos bons momentos sofrermos um pouco para crescer. Este é o poder de ressignificar!
Nada é apenas uma coisa só, tudo está interconectado e nossas próprias experiências, quando lidas de maneira diferente, nos mostram que tudo que nos acontece tem sempre a outra face, o outro lado. Isso é o que nos faz perceber que tanto a racionalidade quanto a emoção são positivas quando trabalham em conjunto e, que o Self 1 e o Self 2, são os principais responsáveis por isso.