Falar a respeito de instintos humanos é um tanto quanto complexo, pois se trata de um conceito emprestado da biologia que se refere ao conjunto de reações inatas dos animais, ou seja, que não são aprendidas. Embora possam ser delimitados alguns instintos principais para o ser humano, é válido observar que eles podem ser moldados e/ou alterados de acordo com os fatores culturais ligados ao contexto no qual o indivíduo está inserido. Continue acompanhando e saiba mais a respeito do assunto.
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Instintos humanos existem?
Seguindo a linha de raciocínio que apresentei no início deste artigo, há alguns instintos atribuídos ao homem, mas que podem não ser comprovados por suas ações. Por exemplo, o primeiro instinto que vem à mente quando se pensa a respeito desse tema é o da sobrevivência. Porém, há pessoas que tiram a própria vida e outras que deixam de se alimentar por motivos diversos, o que mostra que nem todos possuem essa característica de lutar pela própria vida.
A partir dessa observação, fica claro que os instintos humanos não podem ser analisados somente sob o prisma biológico, já que fatores culturais também os impactam. Algumas correntes de pensamento inclusive não reconhecem a existência de instintos, mas sim de impulsos, que, como é de se imaginar, têm motivações diferentes para serem colocados em prática.
Instintos humanos sob o ponto de vista biológico
Os instintos, para a biologia, são padrões de comportamento transmitidos hereditariamente e presentes em todos os indivíduos da espécie. O objetivo central desses instintos é oferecer adaptabilidade, proteção e preservação por meio de ações automáticas em situações de risco. Seguindo essa linha, é possível destacar três instintos humanos que apresentarei melhor a seguir.
Instinto de sobrevivência: basicamente, se refere ao conjunto de comportamentos que nos ajudam a preservar a vida e a boa saúde, como se alimentar, não se expor a situações de perigo, manter-se em segurança, entre outros.
Instinto reprodutivo: corresponde à necessidade de preservação da espécie, com foco na sexualidade reprodutiva.
Instinto religioso: esse instinto não possui o consenso dos especialistas em psicologia, mas observa-se que o ser humano apresenta uma necessidade inata da busca do sentido da vida, e, em muitos casos, as religiões suprem esse desejo. Uma curiosidade é que a área do cérebro ligada a essa busca é a mesma ativada em crises de epilepsia.
Os três instintos humanos listados acima podem ser apontados como básicos, contudo, ainda não respondem a questão levantada no início do artigo. Por que algumas pessoas simplesmente contrariam esses instintos com atitudes como deixar de se alimentar, optarem por não ter filhos e não ter uma crença religiosa, por exemplo?
Entenda o que são pulsões
De acordo com Freud, que era um grande estudioso da mente humana, o ser humano não tem instintos, mas sim pulsões, que nada mais são do que impulsos psíquicos gerados por uma somatória de tensão e excitação. A ideia é que a pulsão visa descarregar ou sublimar a tensão mencionada e o faz por meio de um objeto. Para que fique mais claro, posso exemplificar com a sensação de fome (impulso) e o alimento (objeto no qual a tensão é liberada).
Essa teoria de Freud permite entender o motivo pelo qual algumas pessoas podem contrariar os tais instintos humanos. De acordo com ele, nem todos os impulsos do homem são bons para a sua sobrevivência. As pulsões podem ser divididas em dois grupos que são: Eros (relacionados a sexualidade e sobrevivência) e Thanatos (ligados à morte e à violência). A função das pulsões não é satisfazer as necessidades imediatas do ser humano e sim a representação mental que possuem.
Encontro entre a teoria biológica e a teoria das pulsões
Algumas teorias intermediárias que visam estabelecer maneiras de como lidar com os instintos humanos promovem um meio termo entre a teoria biológica e a teoria das pulsões de Freud. Os impulsos são divididos em categorias que observam tópicos relevantes de ambas as teorias. Confira, a seguir, uma explicação mais detalhada.
Instintos culturais: instintos que atendem à demanda do ser humano de conhecer, saber mais sobre si e sobre o mundo, assim como desenvolver suas inclinações para arte.
Como lidar? Encontre o equilíbrio entre a busca por suas realizações culturais e seus afazeres profissionais. Quando na dose certa, essas vivências têm muito a agregar ao desempenho do indivíduo no trabalho.
Instintos do prazer: eleva os instintos de sobrevivência para um nível acima, o foco está em oferecer o máximo de bem-estar para o indivíduo. Por exemplo, o homem precisa beber água para sobreviver, mas, vai, além disso, adicionando sabores agradáveis à bebida.
Como lidar? Não deixe que a sua busca pelo bem-estar te distancie de outras coisas que são importantes. Tenha sempre em mente que o equilíbrio é a melhor medida para uma vida em que as obrigações e a diversão estão presentes sem excessos.
Instintos sociais: incluem comportamentos que visam oferecer ao indivíduo companhia, propriedades, poder e reconhecimento no contexto social em que está inserido.
Como lidar? Entenda que a sua busca pelo sucesso não pode se tornar o único foco de interesse da sua vida. Além disso, a necessidade de pertencimento também pode ser suprida de outras maneiras, como através do relacionamento com familiares e amigos.
Instintos vitais: neste grupo estão os instintos que contribuem para a sobrevivência, como o sexual, de fuga, de luta, entre outros.
Como lidar? Para ter uma vida equilibrada e bem resolvida socialmente, é necessário compreender que os seus instintos só podem se estender até o limite em que invadem o espaço alheio. Portanto, reflita antes de agir se o seu comportamento está ultrapassando o bom senso.
Além desses, outros instintos são mencionados na cultura popular, como é o caso do instinto materno e do instinto de repulsa. É importante ressaltar que não há uma definição de certo e errado, as teorias são proposições que visam, de alguma maneira, explicar o comportamento humano e os seus objetivos.
Gostou de saber mais a respeito dos principais instintos humanos? Aproveite para deixar o seu comentário contando as suas percepções sobre o tema e lembre-se de compartilhar o artigo em suas redes sociais, para levar o conhecimento para mais pessoas!
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