Crowd é um termo em inglês que significa “multidão”, enquanto funding significa “financiamento”. Portanto, o conceito de crowdfunding nada mais é do que o financiamento coletivo — uma modalidade de investimento em que um grupo de pessoas com um interesse em comum junta os seus recursos para investir em alguma iniciativa específica.
No Brasil, onde é regulamentado desde 2017 pelo marco regulatório (Instrução CVM 588), esse processo tem ganhado força, especialmente com as redes sociais e o seu poder de mobilização social, ganhando o apelido popular de “vaquinha virtual”. Neste artigo, você vai entender melhor as origens e o funcionamento do crowdfunding. Continue a leitura e saiba mais sobre o tema!
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Crowdfunding: o que é?
O crowdfunding é uma modalidade de investimento em que pessoas físicas ou empresas publicam os seus projetos em determinadas plataformas a fim de encontrar investidores que as auxiliem a colocar esses projetos em prática. Trata-se de uma “vaquinha virtual”, rentável e inovadora, que tem movimentado cerca de US$35 bilhões, anualmente.
Esse tipo de investimento é coletivo no sentido de que recebe simultaneamente os aportes de diferentes pessoas, que têm como objetivo ver aquele projeto prosperar, com alto potencial de retorno. Algumas das áreas mais procuradas em crowdfunding são: agronegócio, mercado imobiliário, geração de energia distribuída, comércio e ações filantrópicas.
Trata-se de um investimento em economia real (aquela que gera riqueza na prática), ao contrário da chamada “economia de papel” (em que os investimentos são feitos em títulos de renda fixa ou ações, por meio de bancos e corretoras de valores). Sendo assim, o crowdfunding é considerado um investimento alternativo, sendo regulamentado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que define as plataformas autorizadas para operar nesse meio.
Como o processo funciona?
No Brasil, as iniciativas de crowdfunding precisam ocorrer nas plataformas autorizadas pela CVM. Assim, se você tem um projeto e deseja captar recursos de diversos investidores para ele, é necessário publicar a sua ideia em uma dessas plataformas. Já se você deseja ser um investidor, também deve acessá-las e selecionar o projeto que mais for atrativo para você.
Geralmente, essas plataformas contam com especialistas em cada setor, que orientam os investidores ao longo de toda a operação. Assim, você consegue investir a quantia desejada no projeto escolhido, recebendo periodicamente a sua participação nos lucros. Essas transações seguem as mesmas lógicas dos títulos de valor mobiliário (por isso são regidas pela CVM), sendo pautadas por um contrato de investimento.
Nessas plataformas, é possível investir em crowdfunding de duas maneiras:
- Debt (dívida): emprestar dinheiro para financiar um projeto inicial, lastreado em garantias;
- Equity (participação societária): tornar-se sócio do empreendimento ou projeto específico.
Como o crowdfunding surgiu?
O nome pode ser novo, mas o conceito certamente não é. O crowdfunding existe há séculos, especialmente quando as pessoas se reuniam para financiar a produção de obras de arte e a edificação de templos religiosos. Outro exemplo conhecido ocorreu quando o governo dos EUA queria construir uma base para a Estátua da Liberdade, mas não tinha fundos. Assim, uma grande campanha nacional, mobilizada pela mídia, alcançou uma arrecadação suficiente com a ajuda de milhares de doadores.
Na França, o filósofo Auguste Comte teve auxílio financeiro para que muitas das suas obras fossem publicadas, por meio do que chamou de “cooperativas de investimento”, no século XIX. No Brasil, diversos projetos sociais, como o “Teleton” e o “Criança Esperança”, também podem ser considerados exemplos de crowdfunding filantrópico ou social.
Pela internet, também é comum ver diversas vaquinhas virtuais para apoiar determinadas causas sociais e até mesmo para ajudar no tratamento médico de pessoas comuns, com doenças mais graves. Ao contrário do crowdfunding enquanto investimento, esse tipo de crowdfunding social mais informal não tem uma regulamentação definida, ficando mais difícil monitorar a utilização dos recursos levantados.
Quais são as modalidades existentes?
São infinitas as possibilidades de crowdfunding. Basicamente, qualquer empresa que deseja obter investimentos ou projeto social que necessita de apoio financeiro de doadores pode obter recursos por meio desse processo.
Uma modalidade muito popular, contudo, é o crowdfunding imobiliário. Nesse caso, as pessoas investem nos projetos imobiliários e, em longo prazo, recebem parte do valor das vendas ou dos aluguéis do empreendimento. Já na modalidade do equity crowdfunding, também regulamentada pela CVM, os investidores tornam-se sócios do empreendimento, recebendo a sua participação nos lucros, mas sem interferir nas operações.
Quais são as principais plataformas de crowdfunding?
Se você deseja investir em crowdfunding ou recorrer a esse meio para obter fundos para algum projeto no Brasil, é necessário consultar a lista de plataformas autorizadas pela CVM.
É costume que essas plataformas sejam categorizadas em 2 grandes grupos: as plataformas de investimento em startups e as plataformas de projetos de economia real. No primeiro grupo, temos como exemplos a Kria, a SMU, a CapTable e a EqSeed. Já no segundo grupo, algumas representantes são a Bloxs, a Hurst, a Urbe e a Glebba.
Essas plataformas geralmente se especializam em determinados segmentos. Portanto, vale a pena pesquisar quais delas podem atender melhor às suas necessidades na hora de investir. Além das já citadas, destaca-se também o Projeto Catarse, que foi a primeira plataforma do tipo criada no Brasil, focada, sobretudo, em projetos criativos. Ela “inaugurou” o crowdfunding no Brasil, tendo como um dos seus projetos de destaque a realização de um documentário sobre a Usina de Belo Monte.
Conclusão
Para concluir, podemos compreender que o crowdfunding é um tipo de investimento alternativo, em que determinadas plataformas (autorizadas pela CVM, no caso do Brasil) são utilizadas para a publicação de projetos e empresas iniciantes. Assim, os investidores que acessam essas plataformas podem selecionar os projetos em que desejam investir e fazer os seus aportes. Em longo prazo, podem receber rendimentos em troca.
E você, querida pessoa, conhecia o processo de crowdfunding? Conhece alguma iniciativa que tenha recorrido a esse processo? O que pensa sobre o tema? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!