“Controlar” talvez não seja a melhor palavra. Os psicólogos afirmam que a noção de “controle” quase sempre tem a ver com repressão, o que nunca é positivo. Por isso, o ideal é substituir esse termo por “administrar”, ou seja, dosar a intensidade da ansiedade.

Neste artigo, você vai compreender o que é a ansiedade e como podemos mantê-la dentro de níveis saudáveis, o que parecer ser um desafio mundial nos últimos tempos. Aliás, sabendo que o Brasil é o país que mais registra casos de transtornos de ansiedade em todo o mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), é importante que saibamos o que fazer para prevenir e/ou superar esse problema. Saiba mais sobre o tema na leitura a seguir!

É possível viver sem ansiedade?

Imagine que o seu chefe pede que você conduza uma reunião importante amanhã, pois ele estará ausente. No momento em que a solicitação é feita, você sente a respiração ofegante, o frio na barriga, a tensão muscular e uma vontade de sair correndo. Essas são as reações típicas da ansiedade, que disparam no seu organismo um mecanismo conhecido como “luta ou fuga”.

A mente imediatamente começa a disparar visualizações catastróficas do futuro: a reunião dá errado, os fornecedores brigam com você, o chefe fica insatisfeito, e você é demitido. Em uma tentativa desesperada de proteger você, a mente perpetua uma série de pensamentos negativos, em que tudo nessa reunião dá errado.

O objetivo da ansiedade é proteger você: não necessariamente que você desista, mas que o leve a se preparar da melhor maneira possível para o que está por vir. Assim, ela é positiva e necessária, caso contrário, viveríamos uma vida repleta de riscos desnecessários, e, provavelmente, a humanidade não teria chegado até aqui!

O problema acontece quando esses gatilhos da ansiedade são disparados de forma excessivamente intensa e desproporcional aos riscos que de fato corremos. Nesse caso, as pessoas sentem tanto medo que deixam de ser produtivas, preferindo desistir dos desafios. O sofrimento é tão intenso que uma série de sintomas físicos e mentais é desencadeada, configurando os chamados transtornos de ansiedade — doenças psiquiátricas que demandam um tratamento imediato.

Como administrar a ansiedade?

Diante do exposto, precisamos compreender que não é possível viver sem ansiedade. Contudo, há uma série de ações que podem ser colocadas em prática para que você traga a ansiedade para níveis saudáveis, que de fato protejam você das adversidades da vida, mas sem causar tanto sofrimento.

Se você sente que a sua ansiedade é desproporcional aos fatos e compromete a sua qualidade de vida, converse com médicos psiquiatras e psicólogos para iniciar o tratamento imediatamente.

Além disso, há uma série de recomendações paralelas que podem ajudá-lo a tratar e/ou a prevenir que a ansiedade aumente e alcance níveis exagerados, que causam sofrimento. Para isso, confira as dicas que separamos, na sequência!

1. Organize a sua rotina

Se as suas preocupações ficarem sempre na sua mente, vai ficar difícil relaxar. Portanto, compre uma agenda e anote todas as suas preocupações. Assim, você consegue relaxar, pois sabe que nada será esquecido. Além disso, a agenda permite que você distribua os seus compromissos ao longo da semana/mês, definindo dias e horários específicos. Isso evita que você fique sobrecarregado, pois esse acompanhamento permite que você equilibre as responsabilidades ao longo dos dias.

2. Desconfie dos seus pensamentos

Como citamos acima, a ansiedade é um mecanismo no qual a mente dispara uma série de pensamentos catastróficos sobre o futuro para que você se proteja. No entanto, você não precisa e nem deve acreditar em tudo o que a sua mente projeta. Se você parar para pensar, perceberá que na maioria das vezes em que a sua mente criou cenários pessimistas, eles não se concretizaram, não é mesmo? A realidade nem sempre coincide com aquilo que você pensa. Por isso, desconfie da sua mente!

3. Tenha momentos de lazer e relaxamento

A vida não é e não pode ser apenas trabalhar e pagar contas. Precisamos dar conta das responsabilidades, mas também precisamos encontrar um tempo para o descanso e a diversão. Eles são necessidades humanas, tanto quanto o trabalho e o estudo. Por isso, tenha momentos felizes ao lado da família e dos amigos, faça passeios, viaje, assista aos seus filmes favoritos e descanse. Você não pode e nem deve estar sempre ocupado. Não se culpe por dedicar uma parte do dia a não fazer nada!

4. Cuide da saúde de maneira geral

Corpo e mente são um todo integrado, de modo que não faz sentido separá-los. Por isso, cuidar de um é automaticamente cuidar do outro. Nesse sentido, siga as recomendações a seguir:

  • Alimente-se de forma equilibrada, evitando ao máximos os alimentos industrializados e as bebidas estimulantes (como o café e os energéticos);
  • Pratique atividades físicas regularmente (isso eleva a produção de neurotransmissores que promovem a sensação de bem-estar e amenizam a ansiedade);
  • Tenha noites de sono reparador;
  • Faça periodicamente exames de check-up médico;
  • Tome sol regularmente;
  • Inclua na rotina atividades relaxantes: meditação, massagem, oração, convívio com amigos e familiares, enfim o que funcionar para você;
  • Converse com pessoas da sua confiança sobre os seus sentimentos;
  • Fuja do álcool e das drogas;
  • Tenha hobbies.

5. Afaste-se do que lhe faz mal

Tem um emprego que abusa da jornada de trabalho e que não compreende que você tem outras áreas na vida? “Amigos” que só conversam com você quando precisam de algo? Familiares que o humilham e o desrespeitam? Hábitos que geram pensamentos negativos e atitudes destrutivas? Identifique esses gatilhos e afaste-se deles o mais rápido possível! Não se trata de egoísmo, mas de amor-próprio. Se você não se proteger, ninguém mais será capaz de fazer isso por você!

6. Procure ajuda especializada

Encontrar as causas da ansiedade, separando o que nos faz bem do que nos faz mal, nem sempre é fácil ou claro. Nessas situações, procure o auxílio de médicos psiquiatras e psicólogos. Eles o ajudarão nessa jornada de autoconhecimento, fazendo com que você perceba o que é nocivo e o que é benéfico na sua vida, de modo a promover as mudanças comportamentais necessárias para administrar a ansiedade e a saúde mental em geral.

Como você pode perceber, “controlar” não é a melhor expressão, mas, certamente, podemos administrar a ansiedade, trazendo-a de volta a níveis saudáveis. Ninguém vive sem ansiedade, mas também ninguém vive com um transtorno de ansiedade. As dicas acima servem justamente para que você encontre o equilíbrio e a felicidade!

E você, querida pessoa, como tem administrado a sua ansiedade? Tem mais alguma dica que você gostaria de acrescentar à nossa lista? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!