Albert Mehrabian, em sua teoria “A Mensagem do Silêncio”, afirma que a maior parte da comunicação é não verbal. Por meio desse prisma, podemos analisar o impacto da traição nas relações familiares e o silêncio perturbador que a acompanha.

Na narrativa apresentada, observamos duas formas de traição. A primeira é a quebra de promessas por parte dos pais, e a segunda é a ausência de tempo de qualidade, ambos comprometendo a segurança emocional da criança. As duas situações encerram em si mensagens poderosas, não ditas, mas sentidas pelas crianças.

Quando os pais quebram promessas, por razões legítimas ou intencionais, transmitem uma mensagem não verbal de que a sua palavra não é confiável. Essa é uma forma de comunicação não verbal potente, um “silêncio” que fala mais alto do que palavras. Em longo prazo, essas experiências podem moldar a visão de mundo da criança, levando-a a acreditar que traições e mentiras são normais.

A ausência de tempo de qualidade, por outro lado, é uma forma também silenciosa de negar afeição e atenção, aspectos vitais para o desenvolvimento saudável da criança. Isso também pode ser percebido como uma forma de traição, pois os pais, que deveriam ser a fonte principal de amor e cuidado, falham em cumprir essas expectativas.

Essas formas de traição têm impactos significativos sobre a confiança da criança, moldando as suas futuras interações e relacionamentos. Por exemplo, a criança que experimentou a traição dos pais pode se tornar um adulto que luta para confiar nos outros ou que repete o comportamento dos seus pais, perpetuando o ciclo de traição.

O conceito de Bert Hellinger sobre consciência coletiva é relevante aqui. A criança, absorvendo e modelando o comportamento da família, também absorve a consciência coletiva desse grupo. Se essa consciência inclui a traição, a criança pode reproduzir esse padrão na idade adulta, perpetuando a traição nas suas próprias relações.

Portanto, é essencial que os pais e responsáveis compreendam a importância das suas ações e do “silêncio” que elas podem transmitir. A mensagem que comunicamos para as crianças, mesmo que não intencionalmente, molda as suas percepções e comportamentos futuros. É crucial, então, quebrar o ciclo de traição para nutrir uma geração mais saudável e confiante.

Para entender mais sobre a dor da traição e os processos pelos quais devemos passar para lidar com ela de forma eficaz, é imprescindível a leitura completa do livro “As sete dores da alma”, de José Roberto Marques. O autor aborda não apenas a traição, mas também outras 6 dores comuns e frequentes na experiência humana. Clique no link a seguir e adquira já o seu exemplar!

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