Não tem jeito: quando a pessoa tem o ego inflado, pode ser complicado se relacionar com quem tem essa característica e apresenta comportamentos autocentrados. A grande questão é que, na maioria das vezes, o indivíduo egoísta não percebe que está exagerando, e, sem perceber, isso acaba afetando as suas relações profissionais e pessoais.
Mas por que algumas pessoas agem dessa maneira? Quais são os indícios de que uma pessoa tem o ego inflado? Como isso é nocivo para as relações no dia a dia? Como nós podemos lidar com esses indivíduos? O que podemos fazer para administrar o nosso próprio ego? Como o coaching pode nos auxiliar nessas situações? É o que você vai conferir no artigo a seguir. Continue a leitura e confira!
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O que é ego inflado?
Segundo a teoria psicanalítica freudiana, o ego é uma parte da mente humana constituída a partir das experiências do indivíduo, exercendo a função de controle sobre o seu comportamento. Por isso, a psicologia entende o ego como o núcleo da personalidade de um ser humano.
Popularmente, porém, utilizamos o termo “ego” para nos referirmos à percepção que alguém tem de si mesmo, especialmente no que diz respeito ao seu orgulho, autoimagem e autoestima. Também expressa o nível de autoconfiança e vaidade de alguém.
A partir desse uso coloquial da palavra “ego”, surgiu também a expressão “ego inflado”, geralmente utilizada em referência àqueles indivíduos que são muito orgulhosos ou convencidos. Já o “ego frágil” designa as pessoas que são facilmente afetadas por críticas ou que têm baixa autoestima.
Como age uma pessoa com o ego inflado?
Uma pessoa de ego inflado é aquela que se vangloria o tempo todo, que é autoconfiante em excesso, que se acha melhor do que todo mundo e que não aceita ser questionada, pois, é claro, está sempre certa. Na vida profissional, ela quer a todo momento destacar o seu trabalho e as suas ideias e, em decorrência disso, pode ser inoportuna e passar por cima de chefes e colegas para conseguir chamar a atenção e crescer na carreira.
Na vida pessoal, esse traço da personalidade também pode ser um problema, pois, como é “cheia de si”, a pessoa não abre espaço para reconhecer as qualidades do outro ou para interessar-se de verdade por ele. Assim, insiste em tomar todo o espaço da relação para suprir apenas as suas necessidades, sem se importar com as do parceiro ou parceira.
O mesmo se aplica às amizades e às relações sociais e familiares, o que faz com que o indivíduo com o ego inflado seja visto por muitos como alguém pouco confiável. Isso torna realmente difícil manter um relacionamento positivo com uma pessoa que se autodenomina a melhor em tudo e que é egocêntrica.
Por que algumas pessoas manifestam o ego inflado?
Existem várias razões pelas quais algumas pessoas podem manifestar um ego inflado, incluindo:
- Insegurança: alguns indivíduos podem manifestar um ego inflado como uma forma de mascarar as suas próprias inseguranças e medos, buscando a validação e a atenção dos outros;
- Falta de autoconhecimento: outros indivíduos podem exibir um ego inflado por falta de autoconhecimento e autoavaliação, o que pode levar a uma visão exagerada das suas próprias habilidades e conquistas;
- Experiências de vida: experiências de vida, como o sucesso profissional, a popularidade ou outros eventos positivos, podem contribuir para um ego inflado em algumas pessoas;
- Trauma ou abuso: algumas pessoas podem desenvolver um ego inflado como uma forma de defesa contra traumas ou abusos passados, criando uma persona protetora e invulnerável;
- Influências culturais: em algumas culturas, o ego inflado pode ser visto como um sinal de sucesso e poder, o que pode levar algumas pessoas a buscar ativamente a exibição de um comportamento arrogante.
Quais são as possíveis consequências desse comportamento?
É importante lembrar que o ego inflado pode ser prejudicial para a saúde mental e para os relacionamentos pessoais e profissionais de uma pessoa. Por isso, é importante procurar ajuda se você ou alguém que você conhece manifesta um comportamento excessivamente arrogante ou exibicionista.
Outras possíveis consequências para esse comportamento incluem:
- Relacionamentos prejudicados: a arrogância pode afastar as pessoas e tornar mais difícil estabelecer e manter relacionamentos saudáveis e significativos;
- Perda de oportunidades: um comportamento egocêntrico pode afetar negativamente a capacidade de uma pessoa de se conectar com outras, o que pode levar à perda de oportunidades pessoais e profissionais;
- Conflitos interpessoais: essa atitude pode levar a conflitos interpessoais e criar um ambiente de trabalho ou social hostil;
- Falta de colaboração: uma pessoa com ego inflado pode ter dificuldade de colaborar com outras pessoas, pois pode acreditar que as suas próprias ideias e abordagens são sempre as melhores, o que nem sempre é verdade;
- Problemas de saúde mental: um comportamento arrogante pode ser um sintoma de problemas de saúde mental subjacentes, como o transtorno de personalidade narcisista, a ansiedade ou até a depressão;
- Dificuldade de aceitar feedbacks: pessoas com um ego inflado podem ter dificuldade de aceitar feedbacks ou críticas construtivas, o que pode limitar o seu potencial de crescimento pessoal e profissional.
Dessa forma, o comportamento com ego inflado pode ter consequências significativas para a vida pessoal e profissional de uma pessoa. É importante reconhecê-lo e tratá-lo para melhorar os relacionamentos interpessoais e alcançar o sucesso pessoal e profissional.
Dicas de coaching para lidar com o ego inflado das outras pessoas
Para evitar prejuízos dessa natureza, é importante que algumas medidas sejam tomadas, no intuito de corrigir as falhas e os excessos comportamentais do indivíduo com o ego inflado. Para isso, confira as dicas de coaching a seguir!
1. Conceda feedbacks
Muitas vezes, a pessoa nem percebe que tem determinados comportamentos nocivos e como isso impacta a todos à sua volta. O feedback, nesse sentido, é uma ferramenta excelente para conferir ao amigo ou colega de trabalho um senso de realidade e para mostrar-lhe como a sua forma de ser pode ser negativas, às vezes.
Para conduzir esse processo, porém, não ofenda a pessoa. Apenas aponte as atitudes que podem ser melhoradas, citando como você se sente quando ela se comporta dessa forma. Se for um colega de trabalho, pode ser uma boa ideia pedir para que o gestor converse com o profissional a esse respeito.
2. Coloque-se no lugar do outro
Também é importante agir com empatia, que é a habilidade de se colocar-se no lugar da outra pessoa e, por alguns momentos, sentir com os seus sentimentos e pensar com a sua mente. Isso facilita a compreensão do mindset do outro, evitando julgar os seus comportamentos e evitando desentendimentos desnecessários.
Além disso, se você se sente incomodado com alguém que tem o ego inflado, utilize essa atitude negativa como fonte de aprendizado para si mesmo. Dessa forma, não seja arrogante ou prepotente. Compreendendo o quanto é desagradável conviver com alguém assim, você também conseguirá agir no sentido de evitar essa postura.
3. Seja paciente
Não adianta perder a cabeça com as atitudes negativas da outra pessoa, pois você perde a compostura e acaba sendo o “vilão” da história quando bate de frente. Diante disso, procure exercitar a sua paciência e a sua inteligência emocional. Se for possível, distancie-se da pessoa em questão. Você não é obrigado a conviver com quem não quiser.
Outro ponto importante é não querer dar o troco na mesma moeda. Não queira inflar o seu próprio ego para “competir” com a pessoa. Isso só fará com que ela infle ainda mais o ego dela, o que só vai agravar a relação de vocês.
4. Não leve o problema para si
Não levar o problema para si significa compreender que a questão é da pessoa, e não sua. Em outras palavras, essa é a forma dela de pensar e agir — e não necessariamente um problema dela com você.
Para evitar conflitos dessa natureza no seu trabalho, não bata de frente, nem fique provocando. Mantenha o foco nas suas atividades, faça o seu melhor, mostre as suas qualidades e deixe o seu colega egoísta no espaço dele. Aos poucos, ele perceberá que só tem a perder com esse comportamento egocêntrico. Cedo ou tarde, esse aprendizado virá, já que pessoas com o ego inflado tendem a afastar as pessoas ao seu redor.
E como eu posso controlar o meu próprio ego?
De fato, precisamos colocar as orientações acima em prática sempre que for preciso lidar com o ego inflado de alguém. Todavia, devemos ter a humildade de reconhecer que há momentos em que nós mesmos também manifestamos esse comportamento. E aí? O que fazer nessas horas? Confira as dicas na sequência.
1. Pratique a autopercepção
O primeiro passo para controlar o ego é reconhecê-lo. Observe como você reage às críticas, aos elogios e às situações de conflito. Reflita sobre as suas emoções e pergunte-se: “Isso está vindo do meu ego ou de um desejo genuíno de crescimento?” Ao desenvolver essa consciência, você evita reações impulsivas e melhora o seu autoconhecimento. O ego exagerado tende a distorcer a realidade, mas, com a autopercepção, você consegue equilibrá-lo e agir com mais racionalidade e humildade.
2. Aceite que você não sabe tudo
O ego nos faz acreditar que temos todas as respostas, mas ninguém domina tudo, por mais experiente e bem-sucedido que seja. Portanto, pratique a humildade intelectual e esteja sempre disposto a aprender. Em vez de se fechar nas suas certezas, escute opiniões diferentes e valorize novas perspectivas. Perguntar e aprender com os outros não diminui o seu valor — pelo contrário: fortalece a sua sabedoria. Lembre-se: crescer significa aceitar que há sempre algo novo para descobrir.
3. Pratique a gratidão e o desapego
O ego muitas vezes nos leva a buscar reconhecimento constante. Para controlá-lo, pratique a gratidão pelo que você já tem, sem a necessidade de aprovação externa. O desapego de status, títulos e validação alheia ajuda a reduzir a influência do ego. Ao focar no presente e nas pequenas conquistas diárias, você fortalece a sua autoestima de maneira saudável, sem precisar inflar o seu ego para se sentir valorizado. Além disso, a gratidão nos estimula a ser mais humildes, reconhecendo o valor do outro.
4. Aprenda a ouvir e aceitar críticas
Pessoas com ego inflado rejeitam críticas, mas quem deseja evoluir precisa encará-las como oportunidades de crescimento. Em vez de reagir defensivamente, escute com atenção e tente extrair aprendizados. Nem toda crítica será justa, mas saber diferenciá-las sem levar para o lado pessoal ajuda a manter o equilíbrio emocional. Dessa maneira, pratique a escuta ativa e reflita antes de responder. Assim, você demonstra maturidade e evita que o ego atrapalhe o seu desenvolvimento.
5. Desenvolva a empatia
O comportamento egocêntrico pode nos tornar arrogantes e distantes das pessoas. Para equilibrá-lo, pratique a empatia: coloque-se no lugar do outro e tente compreender diferentes perspectivas. Quando você entende que todos têm desafios, inseguranças e pontos de vista distintos, o ego perde força e dá espaço para conexões mais autênticas. Assim, a empatia nos ajuda a agir com mais paciência, tolerância e respeito, reduzindo a necessidade de provar que estamos sempre certos.
Desinfle o seu ego!
Concluindo, o ego inflado é um excesso de autoconfiança e de orgulho de si mesmo, que esbarra na arrogância. Quem tem essa característica sempre se coloca em um lugar de superioridade, acreditando ser melhor do que os outros em diferentes aspectos e em várias áreas da vida.
Lembre-se, porém, de que esse problema é das outras pessoas, e não seu. Se você estiver incomodado, tem todo o direito de conversar com a pessoa de forma respeitosa ou, se não funcionar, de se afastar dela. Aproveite essas dicas e, caso a pessoa com ego inflado continue agindo dessa forma, deixe que o tempo a ensine qual é o melhor caminho. Enquanto isso, faça a sua parte, administre o seu próprio ego e busque ter uma convivência harmônica e pacífica!
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E você, querida pessoa, já precisou conviver com alguém com ego inflado? Como lidou com a situação? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!