Quando sentimos que atingimos a espiritualidade? Quando percebemos que mudamos a forma de ver e sentir o mundo? Quando percebemos verdadeiramente que dentro de nós surgiu um Amor e um sentimento supremo impossível de ignorar?
Contemos uma história para exemplificar a resposta para essas questões. Uma mulher, incomoda com sua própria realidade, buscou na espiritualidade a resposta para as questões que a atormentavam tanto, já que essa costuma ser o refúgio daqueles que acreditam em uma Fonte de Energia Divina.
Encontrou aquele que seria o seu ritual, mas ainda não estava satisfeita. Intelectualmente, ela sabia que precisava fortalecer a ligação com o Divino, mas, sentimentalmente, os laços ainda não estavam atados, não eram fortes o suficiente.
Ela conseguia entender como o ritual e a espiritualidade afetavam os outros, mas não conseguia senti-lo dentro dela, não conseguia sentir o milagre se agigantando em seu ser.
Mas ela estava cometendo um erro. Ela estava buscando o verdadeiro poder divino no milagre que os outros sentiam e podiam ver. Ela só conseguiria sentir o que os outros sentiam, da sua própria maneira, é claro, quando procurasse o milagre dentro dela mesma.
Quando adentramos profundamente o nosso ser, encontramos a Divindade que estávamos procurando no mundo exterior. O coração começa a se abrir e percebemos as ondas de devoção e Amor que surgem dentro dele.
Assim, conseguimos experienciar finalmente a espiritualidade, pois ela não nasce da imposição do Ego de querer atingir a espiritualidade, ela nasce do florescer do coração para uma percepção mais elevada da realidade e da energia que emana por todos os cantos.
Foi nesse momento, o encontro consigo mesmo abriu o caminho para que encontrasse com o Divino, para sentir a felicidade invadir seu coração e entender que o milagre é diário, está desde o início do dia até a hora em que vamos dormir. A presença divina é constante, a cada novo segundo podemos presenciar sua ação sobre todas as coisas, sobre todas as vidas.
O que ela percebeu quando encontrou a si mesma? Podemos dizer que entendeu que a vida não deve ser algo forçado. Que o levantar de manhã, os exercícios que fazemos à tarde, o encontro com os amigos e, principalmente, a espiritualidade devem ter origem no coração, de onde parte ações e o sentimento de profunda gratidão.
O Amor é algo natural, assim como qualquer outro sentimento, e devemos senti-lo, sem a necessidade de racionalizá-lo ou impô-lo.
Você pode entender que precisa da espiritualidade para viver, mas se não a sentir dentro de você, ela não tem efeito nenhum. Precisamos a sua atuação na vida das pessoas, mas, principalmente, precisamos entender como ela atua dentro de nós. Nesse momento, entendemos como ela atua na vida dos outros.
Atingir esse nível de expansão da consciência pode não ser algo imediato. Pode demorar pouco tempo como também pode levar anos para conseguirmos nos encontrar com nós mesmos e, ao mesmo tempo, com a Divindade.
Mas no momento em que expandimos nossa visão, sentimos o coração preencher de Amor e Gratidão, e compreendemos o motivo da espera. Tudo passa a acontecer naturalmente, como um exemplo de carne e osso da vida que segue o seu rumo sem precisarmos pressioná-la ou empurrá-la.
Essa Divindade Interna é o que buscamos nos momentos de escuridão, quando tudo parece perdido e sem saída. É a ela que recorremos e é ela que nos ampara com todo o amor. Ficamos como crianças que olham os adultos como gigantes: nossa Divindade é imensa, descomunal, que cabe dentro de nós, para podermos entender o quanto somos gigantes e descomunais como Seres Humanos, como carregamos dentro de nós toda a energia Universal.
De pé, pedimos proteção, cuidados e caminhados iluminados à nossa frente. Não descuidamos do nosso rumo, entendemos nossa missão e a aceitamos como único objetivo de vida possível.
Sentimos naturalmente o coração cheio de Amor e entendemos que espiritualidade não pode ser forçada, ela floresce e precisamos regá-la com generosidade e sabedoria. A partir do instante em que percebemos seu nascimento, não podemos mais deixar de ver primaveras em todos os cantos.
Você consegue perceber ela florescendo dentro de você? Ela é uma onda natural ou fragmentos de uma espiritualidade forçada? De que maneira você deixa a espiritualidade tomar conta de seu coração?
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