Certamente, em algum momento da jornada, perguntas como “quem sou eu?” ou “qual o sentido de tudo isso?” já visitaram seus pensamentos durante a noite. Essas inquietações são o coração do existencialismo, uma corrente filosófica que nos ajuda a compreender a liberdade e a responsabilidade de ser quem somos, especialmente quando nos deparamos com as grandes crises da vida adulta.
Entender esse movimento não é apenas um exercício intelectual. É uma ferramenta poderosa para transformarmos a angústia em combustível para o crescimento.
Afinal, quando olhamos para o abismo das nossas incertezas, o existencialismo nos lembra que somos os autores da nossa própria história e que a falta de um sentido pré-definido é, na verdade, o convite para criarmos o nosso próprio propósito.
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A anatomia de uma crise: o despertar da consciência
Muitas vezes, tratamos a crise como uma inimiga. Queremos nos livrar dela rapidamente, varrê-la para debaixo do tapete. No entanto, a origem da palavra crise vem do grego krisis, que significa decisão. Ela representa um momento decisivo, uma bifurcação na estrada onde a vida pede uma pausa para reavaliar rotas e valores.
Na vida adulta, essas crises raramente acontecem por acaso. Elas costumam ser desencadeadas por eventos marcantes ou transições significativas. Pode ser uma mudança de carreira, o fim de um relacionamento, a perda de um ente querido ou até mesmo a chegada da meia-idade, entre os 35 e 60 anos.
Nesse período, surge uma consciência aguda do tempo. Percebemos que não somos eternos e começamos a fazer um balanço existencial: “Será que construí a vida que eu queria?”.
Esse questionamento pode gerar o que chamamos de ansiedade existencial ou angústia. Mas não se assuste. Grandes pensadores, como Kierkegaard, viam essa angústia como algo fundamental, uma vertigem que sentimos diante da liberdade de escolher nossos caminhos.
Sentir-se perdido, às vezes, é o primeiro sinal de que você está prestes a se encontrar em um nível muito mais profundo.
O existencialismo como bússola para a liberdade
Jean-Paul Sartre, um dos grandes nomes dessa filosofia, dizia que estamos condenados à liberdade. Isso pode parecer pesado, mas é libertador. Significa que, não importa o que fizeram com você no passado, o que importa é o que você faz agora com o que fizeram de você.
A crise surge, muitas vezes, quando percebemos o peso dessa responsabilidade. O medo de fazer escolhas erradas pode paralisar. No entanto, o existencialismo nos ensina que a construção de significado é uma tarefa individual e intransferível. Ninguém pode dar um sentido para a sua vida a não ser você mesmo.
Ao assumirmos essa autoria, saímos da posição de vítima das circunstâncias e nos tornamos protagonistas. É nesse ponto que a dor emocional, o sentimento de vazio ou a confusão mental deixam de ser apenas sintomas de um problema e passam a ser sinais de que a alma está pedindo movimento e autenticidade.
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Viktor Frankl e a Vontade de Sentido
Dentro dessa nossa conversa, é impossível não citar Viktor Frankl, psiquiatra e criador da Logoterapia. Ele viveu na pele os horrores dos campos de concentração e nos deixou um legado eterno: a força humana reside na busca por sentido.
Frankl nos ensina que não perguntamos à vida “por que isso está acontecendo?”, mas sim respondemos à vida com atitudes responsáveis diante do sofrimento.
Para ele, o vazio existencial ocorre quando essa vontade de sentido é frustrada. Na vida adulta contemporânea, cheia de opções e confortos materiais, muitas vezes nos sentimos vazios justamente porque nos falta um “para quê”. A crise, portanto, é o chamado para preencher esse espaço.
Podemos encontrar sentido de três formas principais, segundo a Logoterapia:
- Pelo trabalho ou realizações: Criando algo, servindo ao próximo e sendo útil.
- Pelo amor e relacionamentos: Conectando-se verdadeiramente com o outro e vivenciando o afeto.
- Pela atitude diante do sofrimento: Quando não podemos mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos e encontrar um propósito na dor.
Estratégias práticas para navegar na tempestade
Saber a teoria é importante, mas o Coaching é ação. Como podemos aplicar esses conceitos no dia a dia para superar o momento de turbulência?
Primeiramente, é fundamental aceitar a experiência. Em vez de lutar contra o desconforto ou tentar anestesiá-lo com distrações, permita-se sentir. A escrita terapêutica, ou diário de bordo, é uma ferramenta extraordinária aqui. Colocar os pensamentos no papel ajuda a organizar o caos mental e traz clareza sobre os padrões que estão se repetindo.
Outro ponto crucial é o autoconhecimento. Investigue seus valores atuais. Aquilo que era importante para você aos 20 anos talvez não faça mais sentido aos 40, e está tudo bem. A vida é cíclica. Redescubra o que faz seus olhos brilharem hoje.
Além disso, fortaleça suas conexões. O isolamento é um sintoma comum na crise, mas somos seres sociais. Conversar com amigos de confiança, mentores ou buscar ajuda profissional cria uma rede de apoio que nos lembra de que não estamos sozinhos nessa caminhada. Lembre-se de que pedir ajuda é um ato de coragem, não de fraqueza.
A crise como trampolim para a evolução
Olhe para a sua história. Tenho certeza de que os momentos de maior crescimento vieram logo após os maiores desafios. A crise existencial, quando bem trabalhada, funciona como um reset no sistema. Ela limpa o que é supérfluo e nos obriga a focar no essencial.
Ao atravessar esse deserto, saímos do outro lado com uma “casca” mais forte, uma resiliência inabalável e uma visão muito mais clara de quem somos. É o nascimento de um novo “eu”, mais autêntico e alinhado com o seu propósito de vida.
Portanto, acolha suas dúvidas. Use o existencialismo a seu favor para questionar as regras que você seguiu até agora e para escrever as novas regras do seu jogo. A vida é um presente extraordinário e ela acontece no agora. O sentido não é algo que se encontra pronto na esquina, mas sim aquilo que se constrói a cada respiração, a cada escolha consciente, a cada gesto de amor.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Quais são os principais sintomas de uma crise existencial?
Os sintomas mais comuns incluem uma sensação persistente de vazio ou falta de sentido, ansiedade intensa sobre o futuro, questionamento constante sobre a própria identidade (“quem sou eu?”), isolamento social, estafa mental e perda de interesse em atividades que antes traziam prazer. É um estado de desorientação onde as antigas respostas já não satisfazem as novas perguntas.
2. Quanto tempo dura uma crise existencial?
Não existe um prazo determinado, pois cada ser humano tem seu próprio tempo de processamento. A duração depende de diversos fatores, como a intensidade dos gatilhos (perdas, mudanças de vida), a rede de apoio disponível e a disposição da pessoa em buscar autoconhecimento. O importante é respeitar o próprio ritmo e entender que a crise é um processo de transição, não um estado permanente.
3. Qual a diferença entre crise existencial e depressão?
Embora compartilhem sintomas como tristeza e desânimo, a crise existencial é geralmente motivada por questionamentos filosóficos sobre o sentido da vida e costuma ter movimento e busca por respostas. Já a depressão é um transtorno de humor que pode envolver apatia paralisante, alterações biológicas (sono, apetite) e uma incapacidade química de sentir prazer, muitas vezes exigindo intervenção médica e psiquiátrica. Se o sofrimento for incapacitante, buscar ajuda profissional é essencial para o diagnóstico correto.
4. Como o existencialismo pode ajudar a superar a crise?
A filosofia existencialista ajuda ao mudar a perspectiva: em vez de esperar que a vida tenha um sentido pronto, ela empodera o indivíduo a criar esse sentido. Ao entender conceitos como “liberdade” e “responsabilidade”, a pessoa percebe que, embora não controle tudo o que lhe acontece, tem total controle sobre como reagir e quais atitudes tomar, transformando a angústia passiva em ação construtiva.

