Historicamente, é sabido que o mercado de trabalho tem privilegiado determinados grupos de pessoas em detrimento de outros. Mulheres, idosos, pessoas negras, pessoas com deficiência e a comunidade LGBTQIA+, por exemplo, estão entre os grupos que encontram mais dificuldade para encontrar boas oportunidades de emprego e superar o preconceito.

Nesse cenário, a gestão da diversidade aparece como um meio para solucionar essa questão e fazer com que as diferenças entre os indivíduos que compõem uma empresa sejam vistas com naturalidade. Para saber como é possível colocar um fim ao preconceito no mercado de trabalho e abraçar a diversidade, continue a leitura a seguir!

O que é a gestão da diversidade?

O termo “diversidade” consiste na pluralidade de indivíduos, o que abrange as etnias, culturas, origens, gêneros, orientações sexuais, características físicas, experiências de vida etc. É importante que as empresas adotem a inclusão dos grupos historicamente prejudicados, oferecendo oportunidades a todas as pessoas, sem distinções e preconceitos. Para isso, devem adotar políticas de equidade, isto é, que corrijam as distorções sociais existentes para igualar o acesso desses grupos às oportunidades.

A gestão da diversidade é um estilo de gestão que adota essas políticas, a fim de tornar mais diverso e plural o quadro de funcionários das empresas. Essa gestão compreende que a diversidade entre indivíduos, além de combater o preconceito nas organizações, ainda enriquece o ambiente. Pessoas com diferentes características formam grupos heterogêneos, em que as trocas de ideias, saberes e experiências são muito mais frequentes do que em grupos homogêneos (onde todo mundo é parecido).

Essa gestão depende, é claro, das lideranças da empresa, do departamento de recursos humanos, do marketing e da área de employer branding (a reputação da empresa enquanto empregadora). Essas equipes, em primeiro lugar, devem analisar o quadro de colaboradores da empresa e identificar em quais aspectos ela já é diversificada e em quais ainda pode melhorar nesse sentido.

Em seguida, é necessário adotar um plano de ações estratégicas que possam promover a diversidade entre os colaboradores. Esse plano deve considerar a participação dos líderes, colaboradores, conselhos, enfim, de todos os stakeholders da organização.

Como adotar a gestão da diversidade nas empresas?

PSC

A gestão da diversidade deve ser adotada nas empresas de acordo com as 5 etapas a seguir.

1. Diagnóstico e atração

A fase de diagnóstico, conforme citamos, é aquela em que as equipes envolvidas nessa gestão identificam como está a questão da diversidade no quadro de colaboradores da empresa, diagnosticando os pontos em que é preciso melhorar.

Em seguida, é importante que a empresa adote meios eficazes para comunicar a sociedade de que é uma organização associada à promoção da diversidade. Muitos membros de grupos prejudicados pela sociedade afirmam que já recusaram empregos porque não enxergavam nas empresas uma postura inclusiva. Assim, um trabalho de comunicação precisa ser executado nesse sentido, tornando a empresa mais atrativa para esses grupos.

2. Recrutamento e seleção

A segunda etapa consiste em reformular os processos de recrutamento e seleção existentes, a fim de abolir práticas discriminatórias que existam na organização. É o momento de efetivamente acolher as pessoas que desejam trabalhar ali, avaliando-as exclusivamente pelas suas competências profissionais.

As descrições das vagas e as próprias etapas dos processos seletivos precisam mostrar que a empresa está aberta e é acolhedora a todos aqueles que desejam participar. Algumas empresas até mesmo abrem vagas exclusivas para pessoas negras, para mulheres, para pessoas com deficiência, para pessoas com mais de 50 anos, entre outros, a fim de promover a inclusão.

3. Políticas de retenção

Após contratar indivíduos que promovam a diversidade na empresa, cabe à organização tornar aquele ambiente o mais agradável e acolhedor possível, a fim de retê-los. Nesse sentido, é fundamental adotar valores e regras internas, conscientizando as pessoas sobre a importância da gestão da diversidade, bem como abolindo e punindo qualquer indivíduo que demonstre algum tipo de preconceito.

Além disso, é importante promover iniciativas de integração dos novos colaboradores, como eventos, confraternizações, dinâmicas de grupo e workshops. As lideranças e os profissionais de RH também devem estar sempre dispostos para ouvir o que essas pessoas têm a dizer e acompanhar se estão sendo bem recebidas pelos colegas e supervisores.

4. Progressão

A gestão da diversidade se consolida quando todas as pessoas, incluindo as de grupos “minoritários”, têm igual acesso não apenas às oportunidades de emprego, mas também às oportunidades de crescimento dentro das empresas. Isso faz com que esses indivíduos estejam em todos os departamentos e em todas as posições hierárquicas: estagiários, assistentes, analistas, coordenadores, gerentes, diretores etc.

Por isso, é fundamental que a área de gestão de pessoas promova avaliações de desempenho e programas de desenvolvimento e capacitação profissional. Assim, todos os funcionários poderão desenvolver as suas carreiras, por meio de planos estratégicos.

5. Remuneração

Por fim, é importante que todos os funcionários sejam adequadamente remunerados. De nada adianta promover a inclusão na empresa e criar um ambiente favorável, se houver um desvio salarial entre profissionais que ocupam o mesmo nível hierárquico e realizam atividades similares.

Os analistas de remuneração precisam ficar muito atentos a essas questões. Infelizmente, ainda há, no Brasil e no mundo, diferenças salariais entre homens e mulheres e entre pessoas brancas e pessoas negras, por exemplo. Se cada empresa combatesse esses desvios dentro das suas estruturas, certamente construiríamos uma sociedade menos desigual.

Como promover a inclusão?

Para que todas as pessoas se sintam verdadeiramente acolhidas e incluídas nas empresas, há algumas dicas que podem ser colocadas em prática:

  • Analisar o quadro de funcionários e verificar se e como a diversidade está presente na empresa;
  • Promover a comunicação não violenta entre todos os colaboradores, independentemente do cargo que ocupem;
  • Definir regras claras sobre como serão punidos os casos de discriminação e preconceito (ofensas, exclusões, assédios, bullying, uso de expressões preconceituosas etc.) dentro da empresa, a fim de evitar que ocorram;
  • Realizar palestras e eventos enaltecendo a importância da gestão da diversidade;
  • Capacitar os líderes para que proporcionem um ambiente acolhedor dentro das suas equipes, com valorização, respeito e senso de pertencimento;
  • Criar um ambiente seguro, onde todos sejam livres para expressar as suas ideias (desde que não ofendam ninguém).

Seguindo as recomendações acima, certamente seremos capazes de promover uma sociedade mais justa e menos desigual, inclusive no que diz respeito ao mercado de trabalho e à vida dentro das empresas.

E você, querida pessoa, o que pensa sobre a gestão da diversidade? Ela se faz presente no seu local de trabalho? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!