As emoções são reações da mente diante dos estímulos aos quais somos expostos. Assim, criamos afeto por alguém que nos trata bem, nos entristecemos ou nos enraivecemos quando alguém nos trata mal e sentimos medo quando uma serpente cruza o nosso caminho na estrada.

Há quem diga que a vida seria melhor sem as emoções, mas isso não é verdade. Sem elas, nós não perceberíamos quais são os contextos da vida que nos fazem bem (e que merecem ser repetidos) e quais são os que nos fazem mal (e que devem ser evitados). Sem o medo, por exemplo, a serpente nos picaria por descuido nosso.

Portanto, quando falamos em emoções, não podemos tomá-las como as vilãs da vida. Na verdade, precisamos identificá-las, nomeá-las, apurar as suas causas e administrar a sua intensidade da maneira que for possível. Contudo, alguns momentos da vida nos causam a chamada instabilidade emocional. Neste artigo, vamos compreender o que é esse fato e como ele pode nos afetar nas diferentes áreas da vida.

O que é a instabilidade emocional?

O conceito de instabilidade emocional é bastante relativo. Na verdade, o estado de humor de uma pessoa nunca é uma linha reta. Ele sofre altos e baixos ao longo do dia, sendo que algumas dessas oscilações são pequenas, enquanto outras são muito maiores.

Nem sempre nós conseguimos compreender as causas dessas instabilidades. O autoconhecimento, a meditação e a psicoterapia são muito úteis nesses casos, pois ajudam as pessoas a compreenderem as origens daquilo que sentem.

Em geral, podemos compreender que as nossas oscilações emocionais dependem de basicamente 3 aspectos:

1. Sensibilidade

O conceito de sensibilidade, na psicologia, refere-se a uma predisposição que as pessoas têm para sentirem determinadas emoções, geralmente de forma mais intensa do que outras. As pessoas consideradas sensíveis tendem a sentir as emoções com mais frequência, muitas vezes devido a acontecimentos que outras pessoas ignorariam ou não dariam tanta importância.

Por isso, essas pessoas vivenciam a instabilidade com mais frequência, o que significa que elas tendem a alegrar-se, entristecer-se ou enraivecer-se, por exemplo, por motivos teoricamente menores do que outras pessoas. Isso não necessariamente é um problema, mas apenas uma característica desse indivíduo, desde que ele consiga lidar com ela.

2. Intensidade

A intensidade das emoções é sentida de diferentes maneiras pelas pessoas. Assim, mesmo que dois indivíduos sejam assaltados simultaneamente, as suas reações emocionais podem ser distintas. Apesar dessas diferenças naturais entre o nível de intensidade sentida entre as pessoas, há alguns casos que chamam a atenção.

No caso da instabilidade emocional, compreendemos que a emoção gerada é excessiva ou desproporcional ao fato causador. As brigas no trânsito são um exemplo clássico disso, em que as pessoas ofendem a honra uma da outra ou até mesmo partem para agressões físicas apenas por algum erro cometido ao volante.

3. Duração

Outro aspecto que varia muito de um indivíduo para outro é a duração em que eles sentem as emoções. Ao término de um relacionamento, por exemplo, pode ser que uma das partes supere a tristeza com mais rapidez, enquanto a outra vivencie esse momento de emoção negativa por mais tempo. Os indivíduos mais sensíveis, por exemplo, tendem a demorar um pouco mais para superar a situação.

Como definir a instabilidade emocional?

A saúde mental não é tão clara quanto a saúde física. A cardiologia, por exemplo, define padrões universais de colesterol e pressão arterial. No entanto, a psicologia não consegue mensurar e definir para todo mundo qual é a intensidade limite, a sensibilidade limite e a duração limite de uma emoção, separando o que é saudável do que é instável.

Por isso, a saúde mental depende de como o indivíduo avalia a si mesmo. Ao analisar as suas emoções, ele deve questionar-se: essa emoção é proporcional aos fatos que a desencadearam? Quando eu passei por situações semelhantes, eu me senti assim? Eu estou tendo dificuldade de “continuar a vida” depois de uma emoção negativa?

O limite de cada um só a própria pessoa conhece. Sendo assim, aquele que estiver vivenciando uma emoção intensa, mas que entende que ela está dentro dos seus próprios padrões, respeitando a situação causadora, está dentro de um nível de normalidade. Chorar em um funeral, por exemplo, é perfeitamente normal. Já se a pessoa entende que as emoções sentidas estão ultrapassando o “de costume” e provocando um sofrimento muito intenso, que rouba a qualidade de vida, aí é importante procurar ajuda.

Como a instabilidade emocional afeta a vida pessoal e o trabalho?

Como citamos no início do artigo, as emoções fazem parte da vida, e a nossa espécie não teria chegado até aqui se não as sentíssemos. No entanto, precisamos explorar a racionalidade e a emocionalidade em conjunto. As emoções nos ajudam a compreender os fatos, enquanto a razão nos ajuda a decidir o que fazer e como fazer.

Quando as emoções ocupam um espaço “acima da média”, a razão tende a perder esse espaço. É aí que entram os comportamentos impulsivos, em que o indivíduo age apenas movido pela emoção, mas sem racionalizar as consequências dos seus atos.

Isso nos leva a ofender as pessoas, cometer traições, comprar coisas sem necessidade, proferir palavras das quais nos arrependemos depois, abandonar empregos sem ter outro em vista, negligenciar as atividades profissionais, e por aí vai. Contudo, ninguém pode achar que esse “estilo de vida” sairá impune, tendo em vista que as nossas ações têm consequências — que chegam, mais cedo ou mais tarde.

Por isso, é fundamental que você analise a si mesmo: se as suas emoções oscilam, mas de forma proporcional aos fatos e ao seu próprio ser, está tudo bem. Já se você sente que elas são desproporcionais aos fatos em intensidade, excessivamente frequentes ou em duração acima do esperado, é importante procurar ajuda médica e psicológica.

A vida é feita de altos e baixos, mas não podemos aceitar que a perda da qualidade de vida seja definitiva e que os sentimentos negativos permaneçam conosco pela maior parte do tempo, como se nunca mais fôssemos ficar felizes. Cuide-se!

E você, querida pessoa, como avalia as oscilações emocionais típicas do dia a dia? O que você gosta de fazer para reencontrar o estado de equilíbrio? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!