Encontrar um tempo só para si, observando seu corpo e sua mente, respirando de forma consciente para alcançar um estado de tranquilidade e concentração – esse é o objetivo dos processos meditativos. No entanto, é importante ressaltar que existem diversas formas de alcançar esse objetivo.
As técnicas de meditação atuais são tão diversas quanto se possa imaginar. Uma das mais tradicionais e difundidas técnicas de meditação é a Vipassana. Por meio dela, o praticante depara-se com a realidade como ela é. Acompanhe este artigo para entender melhor o que é e como fazer a meditação vipassana.
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O que é a Meditação Vipassana?
A meditação vipassana é uma das mais antigas técnicas de meditação, surgida na Índia. Sua premissa básica é a de que a auto-observação conduz à autotransformação, ou seja, que é preciso observar a si mesmo para modificar aquilo que poderia ser melhor.
Essa auto-observação consiste em focar na conexão entre corpo e mente. Dessa forma, durante a prática da meditação vipassana, o praticante deve canalizar sua atenção e seus pensamentos para todas as sensações físicas que acontecem em seu corpo para acalmar e concentrar a mente.
Por meio dessa prática, os praticantes afirmam que é possível compreender melhor a realidade como ela é, nos libertando das impurezas da mente. Assim, obtém-se uma maior abertura de consciência e mais clareza para compreender o mundo que nos cerca. Conforme o indivíduo pratique a meditação, ele entenderá as raízes de seu sofrimento e descobrirá como libertar-se dele.
Como surgiu a Meditação Vipassana?
A vipassana é considerada uma das técnicas mais antigas de meditação. Ela surgiu na Índia, onde foi ensinada por Buda Gotama como um remédio universal para os males da humanidade.
Acredita-se que esse tipo de meditação ofereça às pessoas a compreensão plena das leis científicas que regulam nossos pensamentos, emoções e julgamentos. Como resultado, o praticante obtém mais consciência, liberta-se de ilusões e vive com cada vez mais paz e autocontrole.
A prática tem vínculos com o Budismo Theravada, mas tem sido difundida tanto no oriente como no ocidente nas últimas décadas. “Vi” significa “clareza”, e “Passana” significa “ver”. Assim, a meditação vipassana significa “ver com clareza”, isto é, ter uma compreensão profunda da realidade para que o indivíduo abandone as reações automáticas, o que, segundo a tradição, produz sofrimento.
Apesar dessa existência milenar, a meditação vipassana popularizou-se pelo mundo no século XX, graças aos trabalhos dos birmaneses Mahasi Sayadaw e S. N. Goenka.
Como fazer a Meditação Vipassana?
Especialistas apontam que a posição de lótus é a ideal para a prática. Contudo, se você não se sentir confortável com ela, pode praticar sentado numa cadeira com a coluna ereta, as mãos sobre as pernas e o queixo alinhado com o chão. É o momento de relaxar todos os músculos e sentir-se confortável. Na meditação vipassana, não são utilizados mantras, orações, músicas de fundo ou imagens budistas.
A ideia inicial é trazer a atenção do praticante para sua própria respiração. Com os olhos fechados ou semiabertos, é iniciada uma contagem mental até 10, que se intercala entre as inspirações e expirações – mais lentas e mais profundas. A respiração é a âncora da atenção e da concentração do praticante. A pessoa deve apenas observar os movimentos do corpo e sentir o ar que entra e que sai de seu organismo.
Posteriormente, com mais foco sobre si mesmo e com menos atenção no mundo exterior, o praticante começa a concentrar sua atenção sobre seu corpo. Músculos, dores, pontos de tensão; além de sensações como sonolência, agitação e distração são observados.
Se a mente começa a divagar muito, a instrução é de apenas desapegar-se das ideias que distraem e voltar a atenção plena novamente à respiração. Por isso, é natural que a prática vipassana seja mais difícil no começo, pois, no estilo de vida contemporâneo, as mentes não estão acostumadas a “desacelerar” e focar num único ponto de atenção.
Não há uma duração exata para esse tipo de meditação. Contudo, geralmente são recomendadas práticas diárias de 15 a 20 minutos. Se preferir, pode dividir esses minutos em várias meditações de menor duração ao longo do dia, desde que você esteja num ambiente tranquilo. Por fim, há retiros de 10 dias que promovem uma vivência mais intensa para o aprendizado da técnica.
6 benefícios da meditação vipassana
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Consciência sobre comportamentos
A meditação vipassana permite que o indivíduo adquira maior consciência sobre seu corpo e sua mente. Dessa maneira, ele desenvolve a capacidade de observar seus pensamentos e sentimentos sem julgá-los.
Esse exercício traz muito autoconhecimento e, muitas vezes, permite que a pessoa identifique padrões inconscientes sobre seus comportamentos. Apego a pessoas e objetos, pensamentos obsessivos ou ansiosos, agressividade, entre outros padrões nocivos, podem ser identificados e transformados por meio dessa prática.
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Distanciamento emocional
Segundo os especialistas, a prática regular da meditação produz um distanciamento entre o indivíduo e suas emoções. Raiva, tristeza e ansiedade passam a ser compreendidas como criações mentais momentâneas, e não estados definitivos, ajudando o indivíduo a compreender que esses sentimentos negativos não fazem parte de sua essência.
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Aceitação
A observação consciente de pensamentos e sentimentos permite que as pessoas melhorem aquilo que for possível, mas também que aceitem as coisas como são. Assim, os praticantes tornam-se mais gentis consigo mesmos e com o outro.
As circunstâncias da vida mudam frequentemente, e a meditação vipassana possibilita que a pessoa se desapegue da ideia de ter tudo sob controle, o que evita muitos sofrimentos. Desejos e impulsos são comportamentos nocivos que, com a prática regular da meditação, são amenizados.
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Silêncio e atenção
O estilo de vida contemporâneo é marcado por rotinas agitadas que, muitas vezes, levam as pessoas a fazerem várias tarefas ao mesmo tempo. O resultado disso é uma mente ansiosa, barulhenta, que não consegue concentrar-se plenamente em suas tarefas.
A meditação vai na contramão desse cenário, oferecendo um momento de relaxamento, silêncio e foco.
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Produtividade
Em longo prazo, essa atenção plena torna o praticante mais consciente e atento ao que faz, melhorando a qualidade de suas tarefas, já que ele as realiza uma de cada vez, de modo focado.
Dessa forma, a pessoa torna-se mais produtiva, seja no trabalho ou em suas atividades pessoais. Ela produz mais e melhor, pois sua mente está concentrada.
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Autoconhecimento
A meditação constitui um momento único em que cada pessoa está na companhia exclusiva de si mesma. Observar sua mente, seu corpo, seus pensamentos e suas emoções torna-se um exercício de autoconhecimento, ou seja, de conhecer-se melhor.
Identificando forças e fraquezas, o indivíduo entra num projeto de melhoria constante, com o objetivo de despertar a melhor versão de si mesmo.
Conclusão
Agora que você já sabe o que é a meditação vipassana, como ela é praticada e quais são os seus principais benefícios, que tal incluir a meditação em sua rotina? Profissionais extremamente bem-sucedidos já afirmaram que meditam diariamente para serem mais tranquilos e produtivos.
Uma dica final: no meu canal no YouTube (José Roberto Marques – IBC Coaching), você tem acesso a uma playlist cheia de meditações guiadas para encontrar a paz, a prosperidade, o relaxamento e a energia positiva para combater o sofrimento e o estresse.
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