Imagine que você está caminhando por uma região rural, afastada da cidade, apenas pelo prazer de sentir-se mais conectado com a natureza. Andando numa estrada de terra, você se vê diante de uma bifurcação. Nesse momento, alguma coisa diz a você que o caminho da esquerda é menos isolado e mais seguro, enquanto o caminho da direita vai te colocar frente a frente com um animal selvagem ou fazer com que você se perca.

Mesmo sem nenhum indício de que de fato o caminho da esquerda seja mais seguro que o da direita, você apenas sente esse fato, sem qualquer explicação racional.

Você já passou por alguma situação assim, em que sentimos que algo será bom ou ruim, mesmo sem saber ao certo o porquê? Essa é a famosa intuição. Para saber mais sobre ela, continue acompanhando este artigo.

O que é a intuição?

Os dicionários e a própria psicologia definem a intuição como um conhecimento imediato originado a partir de uma percepção instintiva. É um fenômeno humano involuntário e inconsciente, por meio do qual chegamos a uma conclusão sobre algo, sem que saibamos explicar racionalmente o porquê de termos chegado a essa conclusão.

Intuições nos dizem, por exemplo, que podemos ou não confiar em alguém, que um emprego será bom, que um relacionamento vai dar certo, que devemos investir em X e não em Y, enfim, uma série de decisões que tomamos em nossas vidas, mesmo sem explicações lógicas.

Quais são as origens do pensamento intuitivo?

A intuição ainda é um enigma para a ciência, já que, embora quase todo mundo relate ter pensamentos do tipo, não há explicações científicas para esse tipo de pensamento.

A teoria possivelmente mais forte defende que a intuição nada mais é do que um somatório de experiências passadas registradas por nosso cérebro. Quando estamos diante de uma nova situação semelhante a algo que já passamos, nosso cérebro vasculha seus arquivos tentando se lembrar do que deu certo e do que deu errado nessas circunstâncias.

É aí que a intuição surge, como uma recomendação cerebral do que fazer (ou do que não fazer). Essa memória estava arquivada em algum canto de nossa massa cinzenta, mas nós não temos essa lembrança de forma consciente, daí a dificuldade de compreender as origens do pensamento intuitivo.

Há também algumas teorias filosóficas e religiosas, como é o caso do Espiritismo Kardecista, que defendem a ideia de que a intuição seja uma comunicação de divindades ou de espíritos evoluídos que nos oferecem recomendações para nos auxiliar em determinados momentos da vida.

Mesmo sem que compreendamos exatamente as origens da intuição, o fato é que a psicologia, a ciência e a filosofia se unem numa tentativa de explicá-la. Há, inclusive, uma frase atribuída a Albert Einstein que afirma que: “Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis do Universo – o único caminho é a intuição”.

Além dele, Steve Jobs, o cofundador da Apple afirmava: “Tenha coragem de seguir o que seu coração e sua intuição dizem. Eles já sabem o que você realmente deseja. Todo resto é secundário”.

Quais são os benefícios da intuição?

Psicólogos afirmam que a intuição pode ser uma válida e benéfica fonte de conhecimentos. Ainda que esse conhecimento não venha de uma fonte científica comprovada, ele está dentro de nós, formado com base em tudo aquilo que já vivenciamos.

A falta de comprovação científica gera descrença sobre a intuição, especialmente nas sociedades ocidentais, que são racionais por natureza. No entanto, um fato não anula o outro. Uma pessoa pode acreditar na ciência, mas também ter seus momentos intuitivos.

Por mais incrível que a ciência seja na explicação de diversos fenômenos, ela ainda não é capaz de decifrar tudo o que nos acontece, e a intuição está nesse universo desconhecido. Portanto, não há problema em confiar nesse conhecimento interno.

Pessoas intuitivas geralmente têm um profundo autoconhecimento, ou seja, elas sabem o que lhes faz feliz e o que não lhes faz. Por isso, a intuição pode ser um grande auxílio na tomada de decisões diárias, sejam elas de pequena ou de grande importância. Frequentemente, pessoas que seguem sua intuição afirmam que evitaram problemas e alcançaram seus objetivos por seguirem aquilo que “algo estava lhes dizendo”.

É claro que também não podemos desprezar o aspecto racional das coisas, nem sair julgando tudo e todos com base única e exclusivamente em nossa própria percepção. Como sempre, precisamos desenvolver uma postura equilibrada.

3 dicas para desenvolver a intuição

  1. Saiba reconhecer um pensamento intuitivo

Muita gente deixa de seguir a intuição simplesmente porque não dá a mínima para ela. Em geral, um pensamento intuitivo é uma ideia que surge quando não sabemos sua origem. Ele também pode se manifestar por meio de sentimentos, como quando nos sentimos mal ou extremamente bem ao lado de alguém que acabamos de conhecer.

Muitas vezes, nós sabemos como algo vai acabar antes mesmo que aconteça. Essa é a intuição falando com seu coração. Saiba ouvi-la, identifique se esse pensamento faz sentido ao seu momento. É o seu interior tentando te ajudar a encontrar as melhores respostas.

  1. Aprofunde o seu autoconhecimento

A intuição é mais forte nas pessoas que estão mais conectadas e que conhecem melhor a si mesmas. Como você vai permitir que seu “eu interior” te ajude se você não conhece bem a si mesmo?

Por isso, a meditação, as sessões de coaching, a psicoterapia e até mesmo o registro de um diário são práticas que permitem que nós saibamos de forma mais aprofundada quem somos, o que queremos, quais são nossos valores, traços dominantes de nossa personalidade etc.

Quanto mais soubermos essas informações, melhores serão os nossos pensamentos intuitivos e, consequentemente, mais fácil será confiar neles.

  1. Confie e experimente

Por fim, não tem muito o que fazer, o jeito é experimentar. Quando você estiver diante de uma decisão difícil a ser tomada, especialmente aquelas em que o pensamento racional não está ajudando a decidir, concentre-se em si mesmo e ouça o que a intuição quer lhe dizer.

Lembre-se de que a intuição nada mais é do que você mesmo, em seu somatório de experiências passadas, muitas das quais você já nem se lembra, mas que seguem armazenadas em sua mente.

Conclusão

Agora, você já sabe o que é a intuição, quais são as origens do pensamento intuitivo, quais são as vantagens de ser intuitivo no dia a dia e como é possível desenvolver esse tipo de pensamento.

Apenas lembre-se de diferenciar os pensamentos intuitivos dos preconceitos e pensamentos ansiosos, que nada mais fazem do que gerar pessimismo e problemas de autoconfiança.

Conecte-se consigo mesmo e faça bom uso dessa incrível ferramenta que está dentro de você e conhece as respostas para as suas mais profundas perguntas. Não tenha medo, confie em sua mente e em todo o seu acervo de lembranças, já que esse é o mais rico referencial para que você tome decisões sábias.

Você se considera uma pessoa intuitiva? Tem alcançado bons resultados com isso? Ou ainda tem dificuldades em confiar na própria intuição? Relate suas experiências e percepções pessoais nos comentários aqui embaixo.

Ah, e não se esqueça de compartilhar as dicas deste artigo com todos os seus amigos, familiares e quem mais possa se beneficiar deste conteúdo.