Frederick Taylor foi um engenheiro mecânico estadunidense que é considerado até hoje o pai da administração científica e um dos primeiros a codificar a administração de empresas como uma área do conhecimento. Ele desenvolveu um modelo administrativo próprio, conhecido como Taylorismo, que contém entre os seus componentes o conceito de ORT — Organização Racional do Trabalho.

A ORT consiste em uma sistematização desenvolvida por Taylor para que cada trabalhador realizasse as suas tarefas da forma mais simples e rápida possível. A ideia era fazer mais em menos tempo, mantendo a qualidade e a produtividade. O processo ganhou notoriedade no contexto da Segunda Revolução Industrial, entre o fim do século XIX e o início do século XX.

Neste artigo, você vai conferir os 9 fundamentos da Organização Racional do Trabalho. Continue a leitura e saiba mais!

1. Estudo dos tempos e movimentos de trabalho

Como os estudos de Taylor se davam essencialmente nas fábricas, ele dedicou boa parte da sua metodologia à pesquisa dos movimentos executados pelos operários. Assim, o método passou a observar qualquer movimento impreciso ou desnecessário que o trabalhador realizasse, demandando uma correção. Além disso, os operários eram escolhidos para cada atividade de acordo com as aptidões que demonstravam.

Essa fiscalização de movimentos os tornava rápidos e repetitivos, de modo a não perder tempo. A crítica feita era a de que o homem era considerado uma máquina nesse sistema, e não ser um humano — o que fica claro no filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin.

2. Pesquisas sobre a fadiga humana

Taylor também dedicou os seus estudos à fadiga humana, ou seja, ao cansaço que o trabalho poderia provocar. Concluiu que esse efeito predispõe os trabalhadores a uma maior chance de erros, perda de produtividade, diminuição da qualidade do trabalho, acidentes, adoecimentos e aumento na rotatividade de colaboradores. Portanto, a fadiga era algo a ser prevenido ao máximo possível, o que demandava que fossem definidos limites de carga horária de trabalho aos grupos de operários.

3. Divisão e especialização do trabalho

Antes da Revolução Industrial, a produção era artesanal, em que ao artesão era responsável por todas as etapas da sua produção. Com a Revolução Industrial, porém, o trabalho que era individual tornou-se coletivo, ou seja, em equipe. Todavia, para garantir máxima eficácia, era necessário que cada operário cuidasse de uma função especificamente, dedicando a sua total atenção a ela. Isso aumentava a velocidade e a qualidade do que era feito, pois ninguém exercia mais de uma função.

4. Desenho de cargos e tarefas

A partir da especialização do trabalho, era necessário que as empresas elaborassem um desenho de cargos e tarefas, ou seja, definir as posições que cada trabalhador deveria ocupar, com um descritivo das suas respectivas obrigações naquele cargo. Esse desenho deveria estabelecer também como cada atividade deveria ser feita e como cada cargo influenciava e era influenciado pelos demais. Como um projeto de engrenagem, cada operário era visto como uma peça com uma função específica.

5. Incentivos salariais e prêmios por produção

O salário era elemento essencial no método da Organização Racional do Trabalho. Isso ocorria porque ele era visto como a remuneração, ou seja, a recompensa devida ao trabalhador pelos seus esforços. Além disso, ele servia como um “lembrete” para que o colaborador não perdesse a motivação e o entusiasmo. Na mesma lógica, os prêmios por produção recompensavam especialmente aqueles que eram mais produtivos, como premiação e como “estímulo” aos demais.

6. O conceito de “homem econômico”

Homo economicus, ou “homem econômico”, é um conceito que também se tornou um dos pilares da ORT de Taylor. Ele consiste na ideia de que o homem é um ser naturalmente econômico, movido por interesses salariais e materiais. Assim, a ideia era defender a remuneração como um meio para que o trabalhador pudesse comprar aquilo que desejasse ou necessitasse, fortalecendo a economia da localidade, conforme proposto pela própria Revolução Industrial.

7. Condições ambientais de trabalho

Os estudos de Taylor também concluíram que o ambiente de trabalho está diretamente relacionado às capacidades produtivas dos colaboradores. Para isso, esses ambientes deveriam ser agradáveis, organizados, iluminados, arejados e confortáveis. Esse cuidado com o ambiente físico (interno, sobretudo) não era um “agrado” ao trabalhador, mas sim um investimento feito para que as organizações pudessem extrair das suas equipes de operários o máximo possível de produtividade.

8. Padronização de métodos e máquinas

No âmbito do trabalho, padronizar significa uniformizar os processos, as máquinas, as ferramentas e os ambientes. A ideia era considerar os trabalhadores todos iguais, evitando qualquer diferenciação. Para isso, eram aplicados métodos científicos de padronização do trabalho, sempre com muito estudo envolvido e com o objetivo de obter uma redução expressiva nos custos e despesas das fábricas. Assim, a padronização proporcionava um trabalho mais rápido, produtivo e econômico.

9. Supervisão funcional

Por fim, o último fundamento da Organização Racional do Trabalho é o da supervisão funcional. Esse processo consiste no trabalho de vários supervisores especializados, que fiscalizavam as atividades de cada colaborador e se a sua realização estava ou não correta. Assim, esses vários supervisores substituíam uma liderança única, isto é, uma autoridade centralizada, que provavelmente não conseguiria se dedicar a cada função com tanta precisão. Era um sistema de máximo controle e organização.

A Organização Racional do Trabalho era um modelo administrativo que trouxe à tona questões importantes para a administração moderna, como a produtividade, a especialização, a supervisão, a estrutura empresarial, a remuneração profissional e as condições adequadas de trabalho. Contudo, as críticas feitas ao modelo consistem no fato de o trabalhador ser tratado como uma máquina de obedecer, e não como um ser criativo e pensante, como hoje as empresas procuram (ou como deveriam procurar).

E você, ser de luz, o que pensa sobre a Organização Racional do Trabalho de Taylor? Consegue identificar algum dos seus fundamentos no seu ambiente de trabalho? Qual(is)? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!