A ansiedade é um sentimento comum e natural a qualquer ser humano, mas que, quando surge em intensidade ou em frequência excessiva, pode tornar-se um verdadeiro transtorno da mente.
As causas, os sintomas, as funções e as desvantagens da ansiedade sempre geram muita curiosidade, sobretudo pelos impactos que ela produz no dia a dia das pessoas. Por isso, é natural que surjam alguns mitos acerca do tema. Neste artigo, você vai conferir os principais deles, com os seus respectivos esclarecimentos. Ficou curioso? Então, continue a leitura e saiba mais!
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1. A ansiedade é sempre ruim
Há uma crença comum de que a ansiedade é sempre algo ruim, que precisa ser eliminado. Isso não é verdade. A ansiedade é a capacidade mental de visualizar o futuro, especialmente as coisas que podem dar errado nele, de modo que possamos agir no presente para evitar que essas visões negativas se concretizem. Isso nos motiva a agir com preparação e cautela. Sem a ansiedade, você andaria pelas ruas do centro da cidade no meio da madrugada, correndo uma série de riscos, por exemplo.
2. Uma pessoa com transtorno de ansiedade é uma pessoa medrosa
O transtorno de ansiedade ocorre quando a ansiedade surge em nossas vidas em intensidade ou em frequência excessivos, desproporcionais aos fatos. Trata-se de uma doença que precisa de tratamento, e não de um traço da personalidade do indivíduo. Há pessoas que são naturalmente mais ansiosas, mas isso não significa que sejam medrosas ou covardes. Na verdade, são apenas pessoas com muitas preocupações, que são difíceis de controlar, e que, por isso, precisam de ajuda.
3. Sentir ansiedade sempre significa que a pessoa tem um transtorno
Se você terá uma apresentação importante no trabalho amanhã, sentir-se ansioso é normal, e não indica um transtorno. Como citamos, a ansiedade faz parte da vida e surge particularmente nos momentos em que precisamos nos preparar para os desafios. Contudo, se você sente que ela tem aparecido em frequência excessiva ou em intensidade desproporcional aos fatos, promovendo uma perda de qualidade de vida, procure auxílio profissional para verificar se há o diagnóstico de um transtorno.
4. Uma pessoa pode morrer de uma crise de ansiedade/pânico
As crises de ansiedade são marcadas por uma série de sintomas muito desagradáveis, como palpitação, sudorese, respiração acelerada e tontura. No transtorno do pânico, que é um tipo específico de transtorno ansioso, esses sintomas alcançam intensidade extrema, mas em curta duração. Nessas crises, o indivíduo chega a pensar que vai enlouquecer, ou mesmo morrer. No entanto, não há qualquer evidência científica de que isso possa causar de fato um ataque cardíaco ou a morte.
5. A melhor maneira de administrar a ansiedade é inibir esse sentimento
Quando uma pessoa reprime a ansiedade, ela tende a aumentar a sua intensidade. Por isso, o melhor a se fazer quando ela surgir é assumir que você está ansioso, compreendendo que isso é normal e que, como qualquer emoção, não é um estado eterno, ou seja, vai passar. Não devemos fugir das situações que despertam ansiedade, mas “naturalizá-las”, ou seja, nos expormos a elas gradativamente, “comunicando” o cérebro de que somos capazes de passar por elas sem problemas.
6. Transtornos de ansiedade não precisam de tratamento
De fato, com o passar do tempo, as pessoas conseguem identificar os eventos causadores dos seus momentos de ansiedade e administrar a intensidade desses sentimentos. O desabafo com alguém de confiança, a atividade física regular e a prática da meditação são algumas medidas que apresentam evidência científica na amenização da ansiedade. No entanto, nos casos mais graves, que efetivamente constituem transtornos, o acompanhamento médico e psicológico é imprescindível.
7. A terapia não é tão importante quanto os remédios
Esse é um mito muito frequente. Na verdade, há casos menos graves de transtornos ansiosos que podem ser administrados apenas com a psicoterapia, sem a necessidade da medicação. Há evidências científicas de que a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) tem eficácia semelhante aos medicamentos psiquiátricos. Nos casos de maior gravidade, porém, a medicação pode se fazer necessária (e não há problema nenhum nisso!), pois os efeitos da terapia podem demorar a ser sentidos.
8. Se eu usar remédio para ansiedade, vou ficar dependente
Depende! Nem todo medicamento para a ansiedade gera dependência. Os medicamentos ansiolíticos, que amenizam os sintomas das crises agudas, e os que combatem a insônia de fato podem causar dependência se usados em longo prazo. Todavia, são importantes no início do tratamento, a fim de estabilizar o paciente. Já os medicamentos antidepressivos, que efetivamente fazem o tratamento da doença (como a sertralina e a fluoxetina), não geram dependência.
9. Posso parar de tomar o remédio quando eu me sentir melhor
Se o seu médico psiquiatra receitou medicamentos antidepressivos para tratar a sua ansiedade, é fundamental seguir o tratamento à risca. Somente ele pode dizer quando e como parar de tomá-lo, com base na avaliação clínica. Por mais que os antidepressivos não gerem dependência e que o paciente já esteja se sentindo melhor, é importante prosseguir com a medicação por um tempo seguro. A sua retirada precoce e abrupta pode desencadear sintomas desagradáveis e elevar o risco de recaídas.
Como você pode perceber, a ansiedade é uma temática bastante complexa. Se você perceber que ela está prejudicando a sua qualidade de vida, não hesite em procurar o auxílio profissional dos psicólogos e dos médicos psiquiatras. Isso não é vergonha ou sinal de fraqueza. Os transtornos ansiosos são doenças que demandam tratamento, e não há problema algum em procurar ajuda profissional. É sinal de que você se ama e de que deseja uma vida melhor, com mais qualidade, mais realizações e mais saúde!
E você, querida pessoa, como tem administrado a sua ansiedade? O que você faz quando percebe que ela está mais intensa? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!