A resiliência na escola tem se tornado uma condição cada vez mais relevante para a aprendizagem, pois se mostra crucial a habilidade de se adaptar com menos estresse às transformações que ocorrem nesse ambiente. Crianças e adolescentes estão no melhor momento da vida para se tornarem mais flexíveis às mudanças e levar isso para a fase adulta.
Se você tem filhos em idade escolar ou mesmo é professor, te convido a continuar esta leitura para entender melhor a respeito desse conceito.
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Entenda o que é a resiliência na escola e qual a sua importância
O conceito de resiliência no âmbito da física se refere à capacidade que alguns corpos têm de retornar à sua forma inicial após passarem por algum choque ou deformação. No âmbito das emoções humanas, refere-se à habilidade de alguns indivíduos de se adaptarem a situações de forte estresse e/ou se recuperarem depois de um acontecimento ruim. Os primeiros debates e pesquisas a respeito de resiliência na área comportamental ocorreram há cerca de quatro décadas.
Nessa época, se atribuía grande relevância ao fator genético, existia a crença de que algumas pessoas nasciam com esse traço de personalidade e outras não. No entanto, a evolução da discussão desse tema possibilitou que se descobrisse que crianças e adolescentes podem aprender a ser mais resilientes e, assim, adquirirem essa habilidade.
A escola é certamente um dos melhores lugares para desenvolver a sua maior adaptabilidade às condições adversas. Estudos mais recentes mostram que a resiliência resulta de uma junção de traços genéticos, personalidade e fatores ambientais. Jovens que possuem relacionamentos de viés positivo em suas vidas tendem a desenvolver melhor a resiliência em seu dia a dia.
Como desenvolver a resiliência na escola
Todo mundo passa por momentos delicados e situações adversas ao longo da vida, o segredo da resiliência é saber focar para além desse recorte. O ser humano é movido por objetivos, então, uma forma interessante de ensinar resiliência é estimular o estabelecimento de uma meta para tirar o indivíduo de uma situação ruim. Ao fazer isso, o indivíduo construirá uma ponte para o futuro que o levará a um momento mais feliz.
Uma eventual ligação com o momento posterior ao sofrimento faz com que o presente se torne menos opressor, de maneira a ser mais facilmente administrado. A escola deve estimular os estudantes a empregarem a sua criatividade para resolver situações complexas, visualizando assim possibilidades que irão mudar o seu futuro e tornar o seu presente menos conturbado. Uma lição que contribui enormemente para o desenvolvimento da inteligência emocional.
Professores resilientes
A construção de uma cultura focada no ensino da resiliência na escola deve começar pelos professores. Coordenadores pedagógicos e gestores devem dar uma atenção especial aos treinamentos que visam preparar os docentes para se tornarem mais adaptáveis aos novos tempos. Espera-se que os professores se tornem experts no uso da tecnologia como ferramenta de ensino, mas não se observa o quanto profissionais que estão há anos usando uma metodologia podem se sentir intimidados por um cenário totalmente inédito.
O que estou tentando dizer é que a flexibilidade deve começar a ser trabalhada na esfera emocional. Os indivíduos devem ter um bom equilíbrio de suas emoções para que possam utilizar as eventuais adversidades das transformações em ensinamento para os seus alunos. A construção de um ambiente propício à resiliência começa com a mudança de pensamento dos professores.
Alunos resilientes
Atualmente, é importante que as instituições de ensino tenham uma cultura e um currículo pedagógico focados na resiliência. Os alunos precisam nutrir pela escola um sentimento de pertencimento e entender que esse é também um ambiente para aprender a lidar com as suas emoções. Já existe literatura voltada a debater maneiras efetivas de adicionar o tema da resiliência nos planos pedagógicos.
Mentalidade fixa x mentalidade progressiva
Uma leitura interessante nessa fase de inserção da resiliência no currículo escolar é o livro “Mindset”, de autoria de Carol Dweck, que é professora de psicologia na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Em sua obra, ela destaca duas mentalidades: a fixa (fixed mindset) e a progressiva (growth mindset). A tendência da mente progressiva é a de acreditar que a inteligência se desenvolve com esforço, combinando aprendizagem e assertiva orientação.
O grupo de alunos que possui a mentalidade progressiva entende que a dedicação aos estudos é crucial para as suas realizações. A prática baseada no esforço é o que permite a expansão do conhecimento, sempre que possível é válido se manter aprendendo algo diferente. Contrariamente, os estudantes que possuem a chamada mentalidade fixa não buscam a ativação dos seus recursos para aprender, uma vez que entendem a inteligência como uma limitação.
Esses estudantes não irão realizar por vontade própria tarefas em que fique evidente o que não sabem. A ideia defendida por Dweck é que as escolas estimulem os estudantes a desenvolverem a mente progressiva, valorizando o seu esforço através de reconhecimento das habilidades aprendidas, encorajamento dos mesmos a desenvolverem seu potencial ao máximo e valorização do caminho percorrido até o sucesso. A resiliência é essencial para que esses jovens não desistam diante dos desafios.
Como os pais podem contribuir para a construção da resiliência
Além da escola, os pais também podem contribuir para a construção da resiliência dos seus filhos. Em primeiro lugar, através do exemplo, mostrando-se resilientes também em relação às adversidades. Afinal, essa é uma das maneiras mais eficazes de se ensinar. Ao ver seu pai ou sua mãe agindo com serenidade quando um problema acontece, a criança ou adolescente tende a fazer o mesmo quando tira uma nota baixa, por exemplo.
Mostrar ao jovem que errar faz parte do processo de desenvolvimento e que isso não o torna menos capaz é o principal caminho para que ele aprenda a se reerguer após uma queda. Quanto mais ele aprender a olhar para as falhas como oportunidades de aprendizado em vez de fracassos, mais forte e resiliente irá se tornar, e isso certamente irá beneficiá-lo no futuro, em seus relacionamentos e sua carreira profissional.
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