O termo inconsciente coletivo na Psicologia foi criado e desenvolvido pelo psicólogo suíço chamado Carl Gustav Jung que defendia, entre outras coisas, que o ser humano devia ser estudado de forma integral, avaliando sua totalidade em sociedade e não somente de forma individual.

Mas, antes de compreendermos a fundo o conceito e a definição de inconsciente coletivo, é importante entender primeiro o significado da palavra inconsciente.

Segundo o dicionário a palavra inconsciente significa o conjunto formado pelos fatos psíquicos e pela atividade mental que escapam à consciência; aquilo que é feito sem a consciência dos próprios atos; aquilo que ocorre de maneira espontânea, automática e instintiva.

Trata-se de tudo aquilo que nós fazemos ou executamos diariamente sem estarmos conscientes, ou seja, acontecem de forma involuntária, natural e imediata, sem pensarmos ou refletirmos antes.

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Inconsciente Coletivo x Pessoal

A partir disso, Carl Jung descobriu, então, que o termo inconsciente podia ser diferenciado e dividido entre inconsciente pessoal e coletivo. Sendo assim, no inconsciente pessoal está tudo aquilo que vivemos de forma individual e esquecemos ou deixamos guardados durante longos anos e que, às vezes, em alguns momentos, aparecem através de sonhos, atitudes inesperadas, comportamentos que cometemos e nos arrependemos e até mesmo em sintomas físicos e psicológicos.

Já o inconsciente coletivo diz respeito a tudo aquilo que nós vivemos enquanto sociedade e humanidade, diferente de tudo o que eu vivi de forma pessoal e individual.

É tudo aquilo que adquirimos com contribuições do mundo como um todo, seja pelas histórias, mitos, lendas ou verdades que aprendemos ao longo de nossas vidas. Trata-se de tudo que herdamos do mundo e que formam o nosso caráter, pensamento e atitudes pessoais.

Segundo ele, tudo o que está presente em nossa sociedade pode também estar presentes, de forma inconsciente, em nossas vidas. Ou seja, sem conhecermos, por exemplo, determinadas histórias ou experiências vividas por outrens, podemos passar ou vivenciar as mesmas coisas ou situações parecidas sem nos darmos conta disso.

Quer um exemplo prático de como o inconsciente coletivo acontece? Com certeza você já ouviu alguém dizer “minha vida poderia ser transformada em um livro”, não é mesmo? Isso porque muitas das experiências vividas por esse indivíduo já foram retratadas, de alguma forma, em livros, filmes ou vivenciadas por pessoas públicas ou não.

Isso quer dizer que o inconsciente coletivo está sempre presente em nossas vidas, seja ao ver um filme onde podemos identificar semelhanças de nossas vidas com a história retratada, seja conhecendo a história de vida do próximo e nos identificamos etc. Isso porque a nossa vida não pode ser construída apenas com nossas próprias experiências e memórias, mas também com a contribuição do mundo, das pessoas e do universo também.

Instintos e Arquétipos

Jung acreditava que o inconsciente coletivo é composto de instintos e arquétipos, que manifestam imagens pré-existentes básicas e fundamentais, símbolos ou formas, que são reprimidas pela mente consciente. Os humanos podem não conhecer conscientemente esses arquétipos, mas têm sentimentos fortes sobre eles. Segundo Jung, essas imagens mitológicas ou símbolos culturais não são estáticos ou fixos; sobrepondo ou combinando em qualquer momento. 

Sua teoria afirma que as pessoas estão inconscientemente conscientes das implicações desses arquétipos porque são herdados.

Alguns exemplos de arquétipos que Jung propôs incluem:

  • A mãe
  • O nascimento
  • A morte
  • O renascimento
  • A anima
  • O poder
  • O herói
  • A criança

Ele considerou o arquétipo da mãe o mais importante de todos e afimava que esse arquétipo não se manifestava apenas na forma literal da mãe, e sim de várias formas figuradas como: Maria – mãe de Deus; Igreja; País; Terra; Bosque; Mar; Jardim; Campo; e de outras formas literais como avó, madrasta, sogra. 

Além disso, acreditava que o arquétipo da mãe podia conter aspectos positivos, como o amor maternal e o calor, ou aspectos negativos também. 

Crenças Complexas

Jung acreditava também que as crenças sobre espiritualidade e religião são explicadas parcialmente devido ao inconsciente coletivo. E que a semelhança e a universalidade das religiões do mundo apontavam a religião como uma manifestação do inconsciente coletivo.

Da mesma forma, a moral, a ética e os conceitos de justiça ou de certo e errado poderiam ser explicados da mesma forma, com o inconsciente coletivo como parcialmente responsável.

Fobias e Medos

A memória genética também explica nossas fobias e medos. Muitas fobias se manifestam ainda quando somos crianças mesmo não havendo nenhuma origem para esse trauma. Medo do escuro, por exemplo. 

Jung usou sua teoria do inconsciente coletivo para explicar vários medos e fobias sociais. O medo do escuro, de som alto, de altura ou mesmo de sangue, podem estar plantados no inconsciente coletivo de cada pessoa, através de traços genéticos herdados. 

Sonhos

Os sonhos foram pensados ​​para fornecer uma visão chave do inconsciente coletivo. Jung acreditava que muitos objetos e símbolos simbólicos têm um significado universal ou uniforme nos sonhos, devido aos arquétipos representados. No entanto, ao contrário de Freud, Jung acreditava que os sonhos eram muito pessoais, e a interpretação dos sonhos solicitava muito conhecimento sobre quem sonhava. Na opinião de Freud, símbolos específicos representam pensamentos inconscientes específicos.

Jung acreditava que os sonhos eram pensamentos de desejos reprimidos e que eles compensavam as partes subdesenvolvidas da psique. Isso permitiu o estudo dos sonhos como um instrumento para pesquisa, diagnóstico e tratamento de condições psicológicas e fobias. 

E você, já conhecia a definição de inconsciente coletivo? Já passou por alguma experiência dessas? Compartilhe comigo o seu comentário e contribua com a propagação do conhecimento.

 

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