As nossas emoções são geradas a partir de estímulos, que podem vir de um acontecimento ou de um sentimento. Por mais que os indivíduos possam ter reações diferentes uns dos outros, todos podem experimentar uma extensa lista de diferentes tipos de emoções. Inicialmente, acreditava-se que eram apenas 7 nuances, mas, hoje em dia, a ciência já descobriu impressionantes 27 emoções.
Entender como cada emoção se manifesta no seu corpo e na sua mente é um ótimo exercício de autoconhecimento e um caminho importante para adquirir a inteligência emocional. No artigo a seguir, você vai entender melhor o que são emoções, por que elas existem, como podemos administrá-las com inteligência e quais são as 27 emoções que existem. Ficou curioso? Então, continue a leitura e saiba mais!
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O que é uma emoção?
De acordo com a psicologia, uma emoção é uma reação bioquímica a um determinado acontecimento. Trata-se de um estado sentimental complexo que produz consequências físicas e psicológicas. As emoções interferem ativamente nos nossos pensamentos e comportamentos e são resultados não apenas dos eventos estimulantes, mas também da personalidade, do humor, do temperamento e das motivações de cada indivíduo.
Elas são reações que variam em intensidade e em duração. As emoções são a base dos estudos da psicologia e constituem um dos assuntos mais complexos e abrangentes dessa área do conhecimento.
Por que as emoções existem?
As emoções existem porque desempenham um papel fundamental na sobrevivência, na adaptação ao ambiente e na construção de conexões sociais. Elas são respostas biológicas e psicológicas a estímulos internos ou externos, projetadas para ajudar os seres humanos (e até outros animais) a reagir rapidamente e de forma eficaz a diferentes situações. Confira as principais funções que elas desempenham.
1. Função de sobrevivência
Emoções básicas — como medo, raiva e alegria — estão diretamente ligadas à sobrevivência. O medo, por exemplo, ativa a resposta de luta ou fuga, ajudando a evitar perigos imediatos. Já a alegria incentiva a repetição de comportamentos benéficos, como interações sociais positivas ou a busca por recompensas. Sem as emoções básicas, muito provavelmente a nossa espécie já teria sido extinta. Se os nossos ancestrais das cavernas não tivessem medo, provavelmente teriam sido dizimados.
2. Tomada de decisões
As emoções influenciam profundamente a forma como tomamos decisões. Elas ajudam a avaliar rapidamente as consequências das nossas escolhas, sinalizando o que pode trazer benefícios ou riscos. Essa habilidade, embora instintiva, também pode ser moldada pelas experiências e pelo aprendizado, desde que as pessoas saibam extrair lições de cada situação. Assim, é importante equilibrar as emoções com o pensamento racional para que possamos obter os melhores resultados possíveis.
3. Comunicação e vínculo social
As emoções favorecem a comunicação não verbal e fortalecem os laços entre as pessoas. Expressar tristeza, por exemplo, pode atrair apoio, enquanto mostrar alegria incentiva as interações sociais. Além disso, emoções como empatia e compaixão promovem conexões interpessoais, fundamentais para o funcionamento de grupos e comunidades — famílias, círculos de amizade, organizações empresariais, vizinhanças, e por aí vai. Portanto, elas têm um papel fundamental na vida social.
4. Regulação do comportamento
Elas também atuam como bússolas internas, ajudando a regular o nosso comportamento. A culpa, por exemplo, nos incentiva a corrigir as ações que possam ter prejudicado outras pessoas, enquanto a gratidão reforça atos que beneficiam tanto o indivíduo quanto o coletivo. Portanto, cada emoção nos conduz a determinados comportamentos, e é importante verificar se eles estão contribuindo com o nosso bem-estar ou apenas agravando os fatos que os originaram. Esse questionamento nos leva à evolução pessoal.
Dessa forma, as emoções são muito mais do que reações passageiras; são mecanismos evolutivamente desenvolvidos que orientam as nossas ações, nos ajudam a nos relacionar e nos permitem encontrar significado em nossas experiências. Cada uma delas é importante.
O que é a inteligência emocional?
Algumas pessoas ainda acreditam que as emoções só atrapalham as nossas vidas, mas, como vimos, elas também têm funções importantes. No entanto, para que possamos extrair o melhor de cada emoção, é importante administrá-las com sabedoria, e é aí que surge o conceito de inteligência emocional.
Ainda de acordo com a psicologia, a inteligência emocional é definida como a capacidade que cada indivíduo tem (e que precisa desenvolver constantemente) de identificar as suas emoções, compreender as suas origens, avaliar a sua intensidade e lidar com elas da melhor forma. Assim, uma pessoa emocionalmente inteligente administra os seus sentimentos, canalizando-os para ações produtivas, que a conduzam a um estado de felicidade e realização.
Em contrapartida, aqueles com baixa inteligência emocional têm dificuldade em compreender aquilo que sentem. As suas emoções são muitas vezes desproporcionais aos eventos que as desencadearam, o que pode levar esses indivíduos a ações impensadas ou impulsivas, que podem trazer consequências negativas.
Naturalmente, existem diferentes emoções humanas, e é muito importante conhecê-las melhor para administrá-las com inteligência. Razão e emoção não são forças antagônicas, mas dois mecanismos importantes, que precisam cooperar para que as pessoas vivam com qualidade.
Observação: ao falar em emoções, use o verbo “administrar”, em vez de “controlar”, pois este último pode sugerir uma ideia de repressão, o que não é saudável para a saúde emocional.
Os estudos de Paul Ekman
O psicólogo estadunidense Paul Ekman é um dos pioneiros nas pesquisas relacionadas às emoções humanas. No seu primeiro estudo, realizado por meio da observação da expressão facial de diversas pessoas, identificou as 7 principais emoções humanas, que são: alegria, tristeza, raiva, nojo, medo, desprezo e surpresa.
Mais recentemente, outra pesquisa foi feita, dessa vez por especialistas da Universidade de Bakery, nos Estados Unidos, em que foram detectados 27 tipos de manifestações emocionais.
Vale lembrar que todos os seres humanos têm condições de desenvolver e experimentar todas essas emoções, o que não significa que isso vai acontecer. As emoções primárias, que foram as descobertas por Ekman, são as únicas universais, que estão sempre presentes, por assim dizer. Todo o restante pode variar de acordo com a cultura de cada povo e região.
Os 27 tipos de emoções humanas
Confira, a seguir, uma lista com os tipos de emoções identificados e saiba mais a respeito de cada um.
- Admiração: grande respeito e consideração em relação a alguém.
- Adoração: intenso apreço por uma pessoa ou divindade, a ponto de venerá-la.
- Alegria: estado de grande satisfação e contentamento.
- Alívio: sensação de ter se livrado de uma grande carga, seja ela emocional ou física.
- Anseio: grande preocupação em relação a algo que ainda não aconteceu.
- Ansiedade: impaciência e agonia em relação a um acontecimento futuro.
- Apreciação estética: contemplação da aparência de uma pessoa, objeto ou ambiente.
- Arrebatamento: comportamento ou atitude precipitada.
- Calma: grande sensação de tranquilidade e paz.
- Confusão: desordem de pensamentos.
- Desejo: vontade de algo com grande intensidade.
- Dor empática: compadecimento com o sofrimento do outro.
- Espanto: susto após presenciar algo inesperado.
- Estranhamento: desconforto ao presenciar algo que considera incomum.
- Excitação: estado de intensa agitação.
- Horror: repulsa por algo que lhe pareça ameaçador.
- Inveja: incômodo em relação à felicidade de outra pessoa.
- Interesse: sentimento de que algo é digno de atenção.
- Medo: sensação de perigo que pode gerar paralisia ou fuga.
- Nojo: repulsa por algo que considera desagradável.
- Nostalgia: melancolia em relação a algo que aconteceu no passado e do qual se sente falta.
- Raiva: sensação de irritação diante de injustiças, mas que, quando muito intensa, pode privar o indivíduo de raciocinar.
- Romance: emoção direcionada a alguém por quem se está apaixonado.
- Satisfação: contentamento sentido quando o que deseja acontece.
- Surpresa: alegria em relação a uma situação inesperada.
- Tédio: desgosto em relação a algo que parece não ter fim ou à ausência de algo para fazer.
- Tristeza: falta de alegria causada por algum desgosto.
Como as emoções se manifestam?
Cada uma das emoções humanas pode se manifestar de diferentes maneiras, como por meio de ações, expressões faciais ou corporais, tom de voz, recuperação de lembranças, entre outras. A tristeza, por exemplo, pode gerar o choro e uma postura cabisbaixa. Da mesma forma, a alegria gera o sorriso, o medo resulta em paralisia ou fuga, e a nostalgia traz lembranças do passado. É incrível pensar como cada emoção pode promover alguma reação dentro de nós e influenciar o nosso comportamento.
Vale lembrar que, inicialmente, tudo isso acontece de forma involuntária, ou seja, sem que se possa perceber. Entretanto, por meio do autoconhecimento e do treino, é perfeitamente possível reconhecer cada uma das emoções e saber como elas se manifestam no seu interior e nas suas ações.
É esse o caminho para desenvolver a inteligência emocional e assumir a direção em relação aos seus sentimentos e emoções, não para que deixe de senti-los, o que seria impossível, mas sim para administrá-los e usá-los a seu favor.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, uma vida sem emoções não seria mais fácil. Elas são muito importantes para que sejamos capaz de ir em busca daquilo que nos faz bem e de nos afastarmos do que nos faz mal.
4 atitudes essenciais para gerir as suas emoções de forma positiva
Depois de conhecer os 27 tipos de emoções, você deve estar imaginando que é muito complicado lidar com cada uma delas. Contudo, saiba que, por meio de algumas atitudes simples, é possível conhecer a ação das emoções em seu comportamento e aprender a administrá-las de uma forma saudável e equilibrada.
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Atente-se para a forma como se sente
Para conhecer algo, é preciso adquirir informações a respeito daquilo e, também, observar o seu funcionamento. Quando se trata de autoconhecimento, acontece da mesma maneira, e é importante que você volte a sua atenção para si, de modo que identifique as suas emoções e as ações que elas geram. Esse passo é necessário tanto para gerenciar as emoções, quanto para desenvolver a autoconfiança e o autocontrole. Assim, procure entender e dar um nome àquilo que você estiver sentindo.
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Questione-se em relação ao seu comportamento
Naturalmente, o ser humano lida com as suas emoções de forma inconsciente. Nesse sentido, uma pessoa pode sentir-se triste, animada ou com medo sem saber, exatamente, qual foi o fator gerador para isso. Dessa forma, um passo complementar ao anterior é sempre se questionar, quando se sentir de alguma forma diferente, para que forme um mapa mental sobre como as suas emoções se manifestam. O que originou a sua emoção atual? Ela é proporcional aos acontecimentos? Questione-se.
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Assuma a responsabilidade sobre as suas emoções
Nenhuma outra pessoa pode ser responsabilizada pela forma como você se sente. Não é o seu chefe que o deixa nervoso, isso é resultado da forma com a qual a sua mente processa as ações dele e, portanto, é algo pessoal. Tomar essa responsabilidade para si pode ser difícil, mas é necessário porque permite que você tome decisões de maneira mais coerente.
Faz parte da inteligência emocional assumir a responsabilidade sobre as suas emoções e atitudes. Assim, você abandona uma postura de vítima das circunstâncias e torna-se mais proativo. Isso não quer dizer que as ações dos outros não possam prejudicá-lo, mas a forma como você reage a isso é responsabilidade sua.
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Aja de forma consciente
Uma pessoa que não tem a inteligência emocional desenvolvida tende a reagir de maneira inconsciente aos estímulos, o que pode levá-la a tomar atitudes que não são positivas. Contudo, quando há essa consciência, é possível tomar decisões com sabedoria em relação ao próprio comportamento, evitando, por exemplo, brigas e desentendimentos desnecessários. Conforme citamos, razão e emoção não devem competir, mas equilibrar as ações das pessoas em nome de resultados positivos.
Como o coaching beneficia o gerenciamento das emoções no trabalho?
É fato que um grande número de empresas passa por grandes desafios na gestão de lideranças e desconhece as inúmeras variáveis que influenciam a organização e o desempenho de cada colaborador.
Assim, o treinamento de coaching para esse líder, e até para a própria equipe, é fundamental para entender todo o processo de desempenho emocional de cada membro do time e o uso correto das ferramentas que encorajam a liderança.
Para ser mais específico, toda mudança de comportamento acontece, principalmente, quando envolve os sentimentos e as emoções de determinada pessoa. O que você percebe é aquilo em que você acredita! E essa crença ou percepção é o que guia o seu comportamento.
Com o trabalho do coaching, cada líder consegue descobrir questões sobre si mesmo, em uma dimensão emocional. Descobre que os seus valores compõem as suas atitudes e o ajudam a decidir como agir e a descobrir a importância de cada alternativa a se ponderar, tanto organizacional quanto individualmente.
Por meio do coaching, os profissionais são incentivados a identificar padrões emocionais e gatilhos que influenciam o seu comportamento. Isso permite que eles reconheçam emoções como estresse, frustração ou ansiedade antes que causem impactos negativos no desempenho ou nos relacionamentos. O autoconhecimento promovido pelo coaching ajuda a transformar reações automáticas em respostas mais conscientes e assertivas.
Outra contribuição que esse método oferece no ambiente organizacional é o fortalecimento da comunicação. Ao aprender a expressar emoções de forma clara e respeitosa, o profissional melhora as suas relações interpessoais, criando um ambiente de trabalho mais harmonioso e colaborativo. Isso é extremamente útil ao lidar com chefes, funcionários, colegas, clientes, parceiros, e por aí vai.
Facilitando a expressão emocional
Muitos líderes ignoram esse processo ou não estão muito certos dos seus sentimentos e de como eles funcionam. Não sabem com precisão aonde vão os seus limites e sentem certo desconforto com as suas expressões emocionais. Assim, um dos objetivos do treinamento de coaching é facilitar a expressão emocional dentro de cada contexto, de modo que o líder se “liberte”, se solte e vá adiante.
Alguns dos componentes básicos das emoções que o coaching desenvolve são:
- Aspecto fisiológico: promovendo mudanças físicas no corpo;
- Aspecto cognitivo: enfatizando a importância de cada pensamento, expectativa e crença, que determinam o tipo e a intensidade de cada emoção;
- Aspecto comportamental: as diversas formas de expressão de cada emoção.
O treinamento de um líder é importante pela necessidade de trabalhar bem as suas emoções e as emoções dos seus liderados. Pense em quantas alterações emocionais uma pessoa está sujeita a passar quando experimenta grandes mudanças na sua vida pessoal ou profissional.
É verdade que todo pensamento racional e lógico pode sofrer e ser substituído com a interferência de grandes emoções, não importando quem seja esse líder ou o tamanho do seu intelecto. Entretanto, quando você é capaz de trabalhar e ativar corretamente os seus gatilhos emocionais, você consegue bloquear pensamentos que geram situações difíceis.
Várias pesquisas sobre o comportamento humano afirmam que as nossas emoções controlam os nossos pensamentos. Assim, a emoção direciona a nossa atenção e nossa memória. Quando tomamos uma decisão, invocamos a nossa memória emocional, ou um sentimento que os americanos chamam de “get feeling”, que nos ajuda a fazer as nossas escolhas.
Quer se descobrir, aumentar o seu autoconhecimento e ir além no seu processo de mudança? O coaching pode ajudá-lo nisso!
Faça desse processo uma busca contínua
É importante dizer que não basta seguir esses passos uma única vez para ter a sua inteligência emocional desenvolvida, já que é preciso fazer desse processo uma busca contínua. Assim, a sua consciência poderá acompanhar todas as suas mudanças, e você poderá fazer os ajustes necessários no seu comportamento para evoluir cada vez mais.
“Quanto mais eu me conheço, mais eu me curo e me potencializo.” — José Roberto Marques.
Saber mais a respeito dos tipos de emoções e como eles interferem nas suas ações é um grande exemplo disso. Portanto, busque sempre investir no autoconhecimento emocional, pois ele o levará a encontrar o seu potencial máximo e a viver as suas emoções da melhor maneira possível. Permita-se!
Concluindo, as emoções são muito mais do que simples reações passageiras; elas são o alicerce da nossa experiência humana. Compreender os diversos tipos de emoções e como elas moldam as nossas decisões, comportamentos e relacionamentos é essencial para uma vida mais equilibrada e significativa. Cada emoção, tanto as positivas quanto as negativas, tem o seu propósito e contribui para o nosso crescimento e adaptação.
Aprender a reconhecer, expressar e gerenciar essas emoções nos torna mais autênticos e resilientes. Ao desenvolver a inteligência emocional, o indivíduo fortalece não apenas a sua relação consigo mesmo, mas também com aqueles ao seu redor, criando conexões mais profundas e uma vida mais satisfatória.
E você, querida pessoa, como avalia a sua gestão desses 27 tipos de emoções? Quais aspectos já estão positivos? Quais aspectos da sua inteligência emocional ainda podem melhorar? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!